Nissan March 2015 parte dos R$ 32.990; Confira as primeiras impressões

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Agora com passaporte brasileiro, compacto evoluiu onde precisava

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Por Henrique Rodriguez Resende (RJ) – Não fossem alguns atrasos envolvendo chuvas e questões ambientais, o Nissan March brasileiro teria chegado às lojas em março e isso seria, no mínimo, curioso. Mais curiosa ainda é a estratégia traçada para o chamado “New March”, primeiro modelo fabricado  nova fábrica de Resende (RJ), inaugurada oficialmente há um mês: ele conviverá com o modelo antigo, ainda fabricado no México. Enquanto o antigo parte de R$ 27.490, o novo responde pela faixa entre R$ 32.990 e R$ 42.990. Nissan March 2015 New (5)
O Nissan New March nada mais é do que uma reestilização acompanhada de modificações exclusivas para o mercado brasileiro, aproveitando que toda a produção local ficará no País. As alterações não envolvem apenas os pacotes de equipamentos, mas também acerto de suspensão e questões estruturais. Mas é bem verdade que o que mais chama atenção é o novo design. Ele segue fielmente o Nissan Micra europeu – diferente do tailandês, vendido em mercados da Ásia -, com dianteira modificada por completo, inclusos novos faróis, para-choque e a grade com um “V” em destaque. Na lateral você notará alterações nas rodas e nas maçanetas, principalmente na versão SL, com rodas aro 16” inéditas e maçanetas cromadas. A traseira possui novas lanternas e novo para-choque.
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Eu não diria que o interior é novo. A maioria das versões estreia no Brasil o painel que equipa o Versa nos Estados Unidos desde 2010. Em relação ao antigo, o que muda é que as saídas de ar-condicionado centrais são retangulares e não redondas, além de toda essa área ser envolvida por inserto prateado. O SL é que tem console diferente, com acabamento em black piano e sua central multimídia e o ar-condicionado digital em destaque. Mas há incoerências: o volante é novo, e exclusivo para o Brasil, mas o quadro de instrumentos não teve nem mesmo seu grafismo modificado em comparação com o March antigo.
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O novo design resultou em aumentos ínfimos nas dimensões, que se mantiveram praticamente as mesmas: são 3,83 m de comprimento (4,7 cm a mais em relação ao March), 1,68 m de largura (+1 cm) e 1,53 m de altura, e mais 2,45 m de entreeixos. O porta-malas mantém seus 265 litros de capacidade.
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Nissan March 2015 New (25)Outros números que se mantiveram foram os dos motores, que seguem inalterados. O New March também é oferecido com o motor 1.0 16V fornecido pela Renault, mas com mapeamento próprio da Nissan, gerando 74 cv a a 5850 rpm e 10 kgfm de torque a 4350 rpm, seja com álcool ou com gasolina. É um pouco menos que o gerado pelo Clio, que consegue 80 cv e 10,2 kgfm, mas a Nissan sempre é conservadora para favorecer o consumo. Já o motor 1.6 16V é próprio da Nissan, com comando de válvulas de admissão variável que obedecem uma corrente, e não uma correia como nos Renault. Este motor gera 111 cv a 5.600 rpm e 15,1 kgfm de torque, seja com o combustível fóssil ou com o vegetal. Os dois receberam classificação “A” em eficiência no Inmetro.

Consumo (Inmetro):

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E no crash test?

Depois que o March chegou ao Brasil, uma conterrânea da Nissan lançou um concorrente feio que fez bonito nos testes de colisão do Latin NCAP. O antigo March, importado do México, recebeu notas abaixo das expectativas no teste, principalmente quando comparadas com as registradas pelo Micra europeu no Euro NCAP. Questionei os engenheiros da Nissan sobre alterações técnicas neste sentido. A resposta: foram feitas alterações, sim, já no momento da contratação dos fornecedores, aproveitando que o March estaria sendo produzido numa nova fábrica. Agora, resta esperar pelos resultados do Latin NCAP para saber o quão mais seguro o March está.

Versões, equipamentos e preços:

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Não existe um New March “peladão”, isso cabe ao modelo com visual antigo. Desde a versão 1.0 Conforto, que custa R$ 32.990, o compacto já conta com ar-condicionado, airbags frontais para motorista e passageiro, acabamento preto da coluna B, predisposição para som com antena de teto, banco do motorista com regulagem de altura, computador de bordo, conta-giros, calotas integrais e rodas aro 14”, desembaçador do vidro traseiro com temporizador, direção elétrica progressiva, freios ABS com controle eletrônico de frenagem (EBD) e Assistência de frenagem (BA), para-sol com espelhos cortesia para motorista e passageiro porta-malas com iluminação e tampa de combustível com abertura interna, entre outros.
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Em seguida vem o New March S, que custa R$ 34.490 com motor 1.0 e R$ 37.490 com motor 1.6, e soma à lista de equipamentos: acabamento em prata no apoio de braço da porta dianteira, chave com telecomando para abertura e fechamento das portas e do porta-malas, maçanetas internas de abertura das portas cromadas, retrovisores externos com regulagem elétrica, revestimento das portas dianteiras em tecido, travas elétricas das portas e do porta-malas e vidros dianteiros e traseiros elétricos com a função um toque para vidro do motorista.
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Já o New March SV custa R$ 36.990 com motor 1.0 e R$ 39.990 com motor 1.6. Acrescenta: aerofólio com brake light e lâmpada de LED, Rádio CD Player com função RDS, entrada auxiliar para MP3 Player/IPod, conector USB, e quatro alto-falantes e conexão Bluetooth de telefone (viva-voz) com sincronização de agenda e música por Streaming, comandos de áudio no volante, maçanetas externas na cor da carroceria, moldura da grade inferior cromada, farol de neblina dianteiro com acabamento cromado e rodas de liga leve aro 15 e pneus 185/60 R15.

O olho de trás também enxerga

Nissan March 2015 New (6)A versão topo de linha SL é o “xodó” da Nissan, e está disponível apenas com o motor 1.6, por R$ 42.990. Inédita no Brasil, a versão topo de linha se destaca pelo ar-condicionado digital, pelas rodas de liga leve aro 16”, pelos faróis e lanternas escurecidos e, principalmente, pela central multimídia com display 5.8 polegadas colorido, muito parecido com o do Sentra, mas com acesso às redes sociais por meio do sistema NissanConnect, integrado ao aparelho. Ele ainda exibe imagens da câmera de ré, que torna o March o primeiro compacto dotado de série do equipamento, entretanto, a câmera fica em posição pouco interessante, no meio da tampa do porta-malas. Como no Toyota Hilux SRV, parece que há uma verruga no local. Nenhuma das versões possui chave canivete.

Primeiras impressões

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O Nissan March foi o primeiro carro avaliado no Brasil pelo Novidades Automotivas e, por isso, seus vícios e virtudes ficaram bastante marcados. A primeira versão escolhida para o test drive foi a SL, mais carregada de inovações e novidades. Você abre a porta e ao se acomodar já percebe evolução. O March não tinha acabamento ruim, pelo contrário, mas era pouco atraente aos olhos. Particularmente, detesto o chamado “black piano”, mas apenas o novo formado do console, o volante, o pomo do câmbio e o apoio de braço das portas com detalhe prateado já deram outro aspecto ao modelo.
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Regulo a altura do banco, do volante e os espelhos. Hora de pegar a Dutra para o test-drive. Mas, ainda dentro da fábrica, o primeiro grande teste do compacto: um quebra-mola. Mantenho o March em velocidade considerável para encarar o obstáculo, mas minhas nádegas ainda estavam preparadas para batidas secas da suspensão quando ele já havia sido superado sem grandes emoções. A Nissan aproveitou a produção local para recalibrar a suspensão e, no fim das contas, instalou os amortecedores do Versa, com curso 7 mm maior na dianteira e 9 mm maior na traseira, o que também facilitou a vida do carro ao instalarem as rodas aro 16”.
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Nissan_New_March_1.6_SL-6748Outro ponto de evolução foi na direção. O sistema elétrico continua bastante direto e leve em manobras, e sua nova calibração fez dela mais pesada em alta velocidade, transmitindo muito mais segurança ao motorista nestas condições. Isso fez dele um carro realmente bom de encarar estradas, ainda que o espaço no banco traseiro continue apenas correto para duas pessoas. Bom é que o comportamento do motor e seu casamento com o câmbio, com engates curtos e precisos – exceto em redução de 3° para 2° –, continua irrepreensível. Uma particularidade mantida, é que a 1° marcha do câmbio do 1.6 produz o mesmo barulho de engrenagem comum entre as marchas ré. Nas outras não há ruído. De volta à fábrica, hora de trocar por um New March 1.0, da versão S. Console mais simples, volante sem comandos de som, rádio Kenwood de aftermarket (R$ 829), ar-condicionado manual… Mais simples, de fato, porém certamente será uma das versões mais vendidas. O que importa é que há equipamentos essenciais.
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O motor 1.0 não faz milagre: exige mais trocas de marcha e mais paciência para embalar, chegando a ser pouco menos ágil que o Renault Clio, que usa o mesmo motor com curva de torque diferente e câmbio mais curto. Mesmo que seja necessário explorar mais os giros do motor, como é de praxe quando se tem um motor pequeno, o consumo instantâneo não caía dos 8 km/l, e isso não é nada mal. Outra questão é que o motor Renault é muito mais ruidoso, até mesmo em marcha lenta. O reforço no isolamento acústico do cofre do motor promovido pela Nissan foi suficiente para conter o cantarolar das válvulas e dos pistões do motor 1.6, fazendo do barulho de rolagem dos pneus o único companheiro da viagem. No caso do 1.0 o motor também insiste em conversar com você. Claro que uma rodovia não é o habitat natural do March 1.0, mas até que não se sai mal e deve agradar em regime urbano. As alterações promovidas pela Nissan, regidas por clinicas realizadas com clientes e interessados no modelo, foi o que regeu as alterações para a criação do New March. E realmente foram providenciais.

Galeria
Fotos | Henrique Rodriguez, Divulgação

Ficha Técnica – Nissan New March 2015:

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