Volta rápida: Mesmo após reestilização, Fiat Linea tem seus encantos e desencantos

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Após atualização discreta, sedã passa a ter aspirações mais coerentes

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O Fiat Linea era como aquela garota que na escola esnobava sem ter cacife para tal e ainda se sentia entre as mais desejadas da sala. Mas as coisas mudam. Você a reencontra na universidade, mais bela e também mais madura. É mais ou menos essa a sensação que se tem ao rever o sedã “quase-médio” da Fiat reestilizado para a linha 2015. Ele ainda tem seus encantos, por mais que o tempo tenha passado. PBX_4490
Por fora, os retoques estéticos se resumem a novos para-choque e grade dianteiros, nova tampa do porta-malas – agora com a placa – e um novo para-choque traseiro. Novas rodas também compõem o visual e ajudam a dar um ar de jovialidade ao sedã que estreou no Brasil em 2008.
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Por dentro as mudanças foram mais significativas e caíram muito bem, o que não quer dizer que seja algo inédito. O painel é o mesmo do Punto reestilizado, mas com combinação de cores diferentes, e o volante é o mesmo da geração anterior. O quadro de instrumentos tem iluminação permanente, ficando aceso mesmo de dia, e os ponteiros de velocímetro e conta-giros “varrem” as escalas num sinal de boas vindas, tal qual a tela do computador de bordo ,que fica entre eles – que poderia ser um pouquinho maior.
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Rivalidade nova

O Fiat Linea aproveitou a reestilização para descer do salto alto. Ingeriu doses de realismo e descobriu que não concorre com a galera que senta nas carteiras da frente, como Toyota Corolla, Honda Civic, Chevrolet Cruze ou Ford Focus. Ele assumiu seu lugar está mais pro fundão, onde os sedãs médios se misturam com os compactos premium, como Chevrolet Sonic Sedan, Honda City e Geely EC7 – por que não? Uma estratégia louvável, apesar da desvantagem de ter um câmbio automatizado e não um automático de verdade. Falaremos disso mais tarde.
_PBX0200-2 Bom é que mantém pacote de equipamentos compatível com o segmento. Além dos mandatórios ABS e airbags, há ar-condicionado (analógico no Essence, mas digital no Absolute), direção hidráulica e trio elétrico. O sensor de estacionamento, opcional na versão Essence, deveria ser item de série, uma vez que a traseira alta pode enganar nas manobras, principalmente em balizas. Falando em traseira, o porta-malas continua sendo um dos maiores trunfos do Linea, com os expressivos 500 litros para bagagem.

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Além disso, há mimos como os vidros elétricos com acionamento do tipo “um toque” e antiesmagamento em todas as portas, faróis com ajuste elétrico de altura, piloto automático, sistema de som Blue&Me (opcional de R$ 1.227) completinho com CD Player, conexão USB, AUX e Bluetooth com comandos no volante – que tem regulagem em altura e profundidade.

Divertido, mas…

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Ao girar a chave, o motor desperta sem fazer muito alarde. Coloco a alavanca do câmbio em “Drive” e ele sai da inércia com certo vigor, mesmo com pouco mais de 100km no hodômetro. O motor 1.8 E.torQ, que desenvolve até 132 cv e 18,4 kgfm de torque no etanol, não faz feio e empurra o carro com decisão, mas corrobora em seu novo posicionamento de mercado: hoje os sedãs médios tem potência na casa dos 140-160cv, enquanto os compactos ficam entre 110 e 130cv. DSC_0231 Já o câmbio Dualogic Plus merece menção à parte, tanto positiva quanto negativamente. Ainda que tenha evoluído nitidamente quando comparado com as primeiras caixas automatizadas que vinham nos Stilo em 2008. Ele já tem função creeping, que é o acelerar ao soltar o pé do freio, antes de pisar no acelerador – o que lhe garantiu o sobrenome “Plus” –, mas ainda falta suavidade. É um câmbio manual de cinco marchas operado por um robô. E isso significa ter que lidar com alguns “soluços” nas trocas, algo minimizado se o motorista tiver a malícia de reduzir a pressão no acelerador ao sentir que o carro mudará a marcha, tanto no modo automático como no manual, operado pela alavanca ou pelas borboletas atrás do volante. Borboletas que, aliás, tornam a condução do sedã mais dinâmica. Acostumando-se com as idiossincrasias do Dualogic, as trocas se tornam mais suaves e até mesmo o giro cai menos entre elas, fazendo com que se explore melhor o potencial do motor. Mesmo assim, às vezes parece que o motor está sendo mal aproveitado, principalmente em retomadas, pelo tempo que o sistema leva para reduzir uma marcha.
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Em resumo, o maior problema é que seu subconsciente não consegue esquecer que o câmbio existe, algo que acontece após um tempo dirigindo carros com câmbio automático tradicional, CVT, ou automatizado de dupla embreagem (DSG).
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A suspensão tem o mérito de absorver bem as irregularidades do piso, abafando bem todos os ruídos da rodagem e garante conforto aos ocupantes, sem deixar de ser estável ou precisa em curvas, “deitando” pouco e mostrando de maneira clara o limite do carro. Para isso também colaboram a direção hidráulica que tem bom peso e o volante que tem revestimento de couro e ótima pegada, além de um bom tamanho. Os bancos apoiam bem, mesmo nas curvas mais fechadas.

Tarde demais

O Linea não faz feio em conforto, não deve mimos e o desempenho do E.torQ não é ruim. O câmbio Dualogic é que sempre colocará o Linea em desvantagem. Mas até que o contato de um final de semana foi, até certo ponto, surpreendente. Este convívio fez com que eu eliminasse determinados preconceitos com o carro. Ainda assim, mesmo a atualização, ainda há espaço para melhorar em uma coisa ou outra. O que não há mais é tempo…
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Itens de série:

Volante em couro com comandos para o áudio, sinalização de frenagem de emergência, Lane Change, Welcome moving, regulagem elétrica dos faróis, computador de bordo, faróis de neblina, banco traseiro bipartido, Follow me home, ar-condicionado analógico, apoia-braço central traseiro, desembaçador do vidro traseiro, My Car Fiat, controlador de cruzeiro, travas elétricas, retrovisores externos elétricos, direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros/traseiros com one touch, volante com regulagem de altura/profundidade, chave canivete com telecomando, rádio CD com MP3 integrado ao painel e porta USB, porta-óculos, rodas de liga de 15 polegadas, ponteira de escapamento cromada. Preço sugerido: R$ 55.850 Preço sugerido da unidade avaliada: R$ 61.729 | + Pintura metálica (R$ 1.194), Dualogic R$ 3.458, Blue&Me R$ 1.227.

Ficha Técnica:

Motor – Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.747 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico. Taxa de compressão: 11,2:1.
Transmissão – Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Potência – 130 cv com gasolina e 132 cv com etanol a 5.250 rpm.
Torque máximo: 18,4 kgfm com gasolina e 18,9 kgfm com etanol a 4.500 rpm.
Aceleração 0-100 km/h – 10,3 segundos com gasolina e 9,9 s com etanol.
Velocidade máxima – 190 km/h com gasolina e 192 km/h com etanol.
Suspensão – Dianteira independente do tipo McPherson, com braços oscilantes fixados em subchassi e barra estabilizadora. Traseira com rodas semi-independentes, com barra de torção e barra estabilizadora integrada.
Pneus e rodas – 195/65 R15 no Essence) e 205/50 R17 no Absolute.
Freios – Discos ventilados na frente, discos rígidos atrás e ABS com EDB.
Dimensões – 4,56 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,50 m de altura e 2,60 m de entre-eixos.
Peso: 1.310 kg (Essence).
Capacidades – Porta-malas: 500 litros; Tanque de combustível: 60 litros.

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