Os 715 km finais da ida ao Rio Grande do Sul – Parte 4

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Pedágios com cobrança sem lógica e argentinos pela estrada

NA na estrada 3
Com menos pressa e o corpo mais descansado, o terceiro dia de viagem prepara uma trollada ao despertador. Programado para tocar às 7h15, acordo às 7h13 e tenho prazer de desprogramá-lo sem ouvir aquele bipe chato que me acorda todos os dias. De Criciúma (SC), até Dom Pedrito (RS), faltam 715 km. Criciuma Dom Pedrito
Trecho que, de tão pequeno comparado aos dias anteriores, foi feito com calma e muita facilidade. Com o ponteiro do combustível marcando pouco menos de meio-tanque no painel, a meta era abastecer em Porto Alegre (RS). Carro carregado novamente, vamos embora que ainda falta chão. Mas hoje termina. Ao menos por enquanto. Ainda cedo já estávamos em terras gaúchas. Em Osório, próximo ao litoral norte do estado, a BR-101 se transforma em BR-290. Até a capital gaúcha, rodovia de três ou quatro pistas para cada sentido, asfalto maravilhoso, boa sinalização e vários telefones de socorro em sua extensão, cujos 121 km da rodovia são administrados pela Triunfo Concepa (guardem este nome!). É nela que passaremos grande parte da viagem, entre o norte do estado, a passagem pela capital e a ida rumo à fronteira oeste. Pedágio Ao chegar a Santo Antônio da Patrulha o primeiro pedágio traz a primeira surpresa: no sentido capital, ele é livre. Mas, em Gravataí, já na região metropolitana e poucos quilômetros após a fábrica da GM, não era possível escapar. Cobrança de R$ 5,10, válida pelo trecho de 75 km, que andei até esta praça. Valor justo para o trecho maravilhoso.

Quando a paixão salta aos olhos

Já chegando a Porto Alegre, pegamos um pequeno trecho de lentidão, causado por obras na pista. Em seguida, já na Zona Norte da capital, pude me maravilhar com uma paixão que pode ser traduzida em três cores: azul, preto e branco. Vista de longe, a linda Arena do Grêmio fez com que meu ânimo se renovasse. Arena2
Entorno do estádio pobre: prefeitura da capital gaúcha deve atenção à Zona Norte Eu já me sentia no Rio Grande no Sul. Desta vez, com a banda tradicionalista “Os Serranos” tocando no som, em seu álbum de 40 anos do conjunto, eu me senti em casa. Mesmo com o entorno desfavorecido, o estádio não perde a sua beleza e imponência. Acalmem-se, colorados. Adiantando a próxima etapa da viagem: também vai ter (o belo) Beira Rio por aqui! Pouco depois, era a hora de pegar o acesso à Ponte do Guaíba, deixando Porto Alegre para seguir ao interior. Lembra do plano de abastecer na capital, citados no segundo parágrafo? Foi possível chegar até Eldorado do Sul com alguma gordura, ou melhor, combustível no tanque. Com o litro da gasolina custando caros R$ 3,66, enchemos o tanque. Foram R$ 190 e 51,7 litros de combustível.

Pedágio salgado

Estrada simples
Notem que eu usava a camisa tricolor na foto acima Pouco mais de 10h, viagem retomada. Seguindo pela BR-290, surge um pedágio. Salgados R$ 10,30 são pagos para que a viagem continue. Mas, menos de 1 km depois, eis que pego um desvio à direita para continuar na BR-290 e… Pista simples? Não que ela não tivesse prevista. Mas quer dizer que eu paguei um pedágio pra, em seguida, sair da rodovia? Procurada pelo Novidades Automotivas, a Triunfo Concepa, concessionária responsável pelo trecho, disse que o valor é calculado pela área de abrangência daquele pedágio, que no caso da é de 40,3Km por praça. O valor é proporcional ao trecho utilizado pelo usuário. No caso da praça de Eldorado do Sul, o usuário paga o valor pelo trecho que já utilizou até ali, mais os quilômetros adicionais até Guaíba. De acordo com a resposta da concessionária, que tal fazermos os cálculos? Lá no quarto parágrafo, eu disse que circulei 75 km na BR-290 e paguei R$ 5,10, por todo este trecho, uma vez que o pedágio de Santo Antônio da Patrulha é liberado no sentido capital. Do pedágio de Gravataí até o pedágio de Eldorado do Sul – que fica no km 110 da BR-290 – são 35 km. Como demorei 1 km para sair da rodovia que vai até a cidade de Guaíba, então quer dizer que paguei R$ 10,30 para rodar 36 km? Não faz o menor sentido. Pelo menos pro meu bolso.

Quando os hermanos apareceram

Estrada Argentino
Acreditem: perdi as contas das barbeiragens e imprudências cometidas por argentinos Com indignação, a viagem continuou pela pista simples. Como esta é uma das principais rodovias que ligam o interior à capital, não seria de se admirar que o trecho seria bastante movimentado. Na paisagem, os típicos pampas gaúchos. Muitas plantações de soja e os campos verdes a perder de vista. Transitando na rodovia, vários motoristas, uma quantidade considerável de caminhões e eles: os argentinos. Daria um capítulo à parte falar deles. Mas vou tentar resumir. Esqueça tudo o que você pensa sobre alguém que dirija mal. Eles são ruins de roda, não respeitam qualquer sinalização e não tomam o menor embalo para ultrapassar. Para 99% deles, basta jogar o carro na outra faixa – mesmo que a sinalização horizontal indique faixa contínua – e acelerar. Em subida, em descida e, alguns arriscam até em curvas. Se havia um argentino na frente, a atenção era redobrada. Nas oportunidades que apareciam, o jeito era ultrapassá-los, para risco menor de ser envolvido em hipóteses de acidentes causados por eles. Próximo ao meio-dia, a fome começou a apertar. Paramos em Pantano Grande (assim, sem acento mesmo!), em um restaurante na rodoviária da cidade, que fica na beira da rodovia. Após uma boa refeição e a compra de duas garrafas d’água, seguimos ao destino final. Em alguns trechos com chuva, na BR-153, que passa próximo a Caçapava do Sul, viajamos praticamente sozinhos na estrada. No trecho final, de Bagé a Dom Pedrito, muito sol. Monumento DP
Monumento homenageia cidade, que foi palco da assinatura do Tratado de Poncho Verde: fim à Revolução Farroupilha
Finalizamos os 715 km do terceiro dia de viagem em pouco mais de 7 horas e 20 minutos, com duas paradas. Foi um trecho bastante empolgante de ser feito.  Chegamos a Dom Pedrito, simpática cidade entre Santana do Livramento e Bagé que tem população estimada em 38.898 habitantes e que traz, comigo, a minha história e de minha família. Agora era a hora de rever os parentes e descansar. No dia seguinte à chegada, foi a vez de um amigo pegar a estrada para me visitar. Eduardo Zaisov, nascido em Santa Rosa (RS), mas que mora em Alegrete, foi à capital da paz me visitar. Mesmo que você seja um leitor assíduo do NA, você pode não se lembrar que Zaisov fez parte da nossa equipe em 2008. Recebido com um chimarrão, Eduardo almoçou conosco e teve a oportunidade de conhecer uma parte da minha família. Muito obrigado pela visita, amigo! Palio e Marea Estatísticas do terceiro dia de viagem: · Combustível: R$ 190 · Consumo médio: 12 km/l · Pedágios: R$ 15,40 · Gasto total: R$ 205,40 Fotos | Arquivo pessoal e Reprodução Google

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