Perua do Golf ressuscita as peruas médias no Brasil
Por sorte, a Volkswagen ainda insiste nas peruas. Mesmo sem uma nova Parati, mantém o SpaceFox e, a partir de agora, também passa a vender no Brasil o Golf Variant. O modelo chega para ressuscitar o segmento de peruas médias, sem representantes desde 2013, quando a Jetta Variant deixou de ser importada. Com versões Comfortline e Highline, custa a partir de R$ 87.490. 
Depois que os utilitários compactos entraram na moda, as peruas perderam espaço. Mesmo assim, foi o sucesso do Golf Variant na última edição do Salão do Automóvel que motivou a importação do modelo. Chega importado do México com pacotes praticamente iguais aos do hatch, mas com uma diferença: não há opção de câmbio manual. A transmissão DSG de dupla embreagem e sete machas não deve conforto nem esportividade e se encarrega de explorar o motor 1.4 TSI de 140cv (6.000rpm) da melhor forma. E a vantagem de ter motor turbo com injeção direta é o torque disponível desde baixas rotações. Com 25,5kgfm já a partir de 1.500rpm, há força suficiente para dar conta do carro com cinco passageiros e bastante bagagem no porta-malas. 
Os 30,7cm extras na carroceria estão todos ali atrás do eixo traseiro, mas a interferência desse belo “puxadinho” na dinâmica da perua é mínimo. Na verdade, imperceptível – a memória das impressões com o hatch é um pouco antiga para notar a diferença. Nas curvas da Fazenda Capuava, no interior de São Paulo, o Golf Variant brincava. Mesmo com os pneus gritando nas curvas o controle de tração não via necessidade de entrar em ação. É tão boa de curva quanto o hatch, e não faz feio na aceleração. O câmbio DSG tem funcionamento certeiro e não vacila nem mesmo em retomadas após uma curva. A Volkswagen anuncia aceleração de 0 a 100km/h em 9,5 segundos, com máxima de 205km/h. 
A verdade é que a semelhança com o Golf hatch é tão grande, que a melhor avaliação que eu poderia fazer seria entrar no porta-malas e dizer como eu me sinto lá dentro. Considerando a capacidade até a linha de cintura, são de 605 litros, ou 1.620L com os bancos traseiros rebatidos. E para rebater o encosto baixa puxar duas alavancas no porta-malas ou ao lado dos encostos de cabeça. No total, a Variant mede 4,56m. O entre-eixos é de 2,63m, como no hatch. Na prática, é um Golf maior e mais versátil, mas sem perder as características que fazem do hatch um carro tão legal. 
Versões, equipamentos e preços
Pelos R$ 87.490 pedidos pela Variant Comfortline, há start/stop, sete airbags, controles de estabilidade e tração, bloqueio eletrônico do diferencial (EDS e XDS), regulagem de altura para os bancos do motorista e do passageiro, vidros elétricos nas quatro portas com acionamento automático “um-toque”, ar-condicionado com saídas para o banco de trás, assistente de partida em rampa (Hill Assist) e monitoramento da pressão dos pneus (RKA). Também entra na conta os sensores de estacionamento dianteiro e traseiro com exibição gráfica no sistema de som – que não tem GPS. Com todos os opcionais vai a R$ 103.380. 
Já a versão Highline custa R$ 94.990. A diferença de preço é representada pelo acréscimo de retrovisor interno eletrocrômico, revestimento de couro para bancos e cabine, piloto automático, sensores de chuva e luminosidade, ar-condicionado automático de duas zonas, volante multifuncional com controles do sistema de som e do computador de bordo e espelhos retrovisores externos rebatíveis. Controle de cruzeiro adaptativo, detector de fadiga e sistema de frenagem de emergência em ambiente urbano, park assist, teto solar, modos de condução, farol alto automático e navegador GPS com tela de 8” (de série tem 5,8”) são alguns dos opcionais capazes de elevar a conta a R$ 129.870. 
Mas as duas versões têm diferenças mais notáveis aos olhos. A Variant Highline tem frisos cromados e rack no teto na cor prata anodizada, enquanto são pretos na versão Comfortline. No pacote Standard as duas versões usam as mesmas rodas aro 16”, mas há modelos de rodas de 17” opcionais para as duas. Faróis bixenônio com LEDs diurnos são opcionais para a Highline.
