Pergunta da Semana – A nebulosa existência do carburador

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Componente tem admiradores e de detratores na mesma proporção

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Esta Pergunta da Semana é um oferecimento de Lorotadina, santa protetora daqueles que são alérgicos. Porque o ambiente estará empestado de mofo: falaremos de velharias! Tome, portanto, seu anti-alérgico e embarque conosco nessa viagem no tempo regada por ódio e admiração em doses iguais.

Carburador é uma coisa que tem tudo para dar errado, mas ainda assim funciona. É como helicóptero (voar sem asa?), motocicleta (apoiar em duas rodas?) e impressora (bruxaria mesmo). Veja só: por diferença de velocidades e, logo, de pressão (procure por Lei de Gaga Bernoulli para escoamentos), o combustível antes líquido se mistura ao ar em movimento como vapor e/ou pequenas gotículas, como uma névoa. Esse processo é precário, demandando cuidados (coletor de admissão curto, por exemplo) e mina a eficiência do processo. Mas, ainda assim, se mostrou insubstituível durante mais de 100 anos, até a injeção eletrônica tomar de vez o seu lugar

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Como tenho andado mais acelerado que scooter subindo ladeira na minha vida dentro da universidade, muitas coisas diferentes têm vindo de encontro até mim. Como, por exemplo, um carburador inglês SU oriundo de um Dodge 1800, em perfeito estado de conservação. A relíquia pertence a um professor que, por sinal, tem verdadeiro horror ao nome “Weber DFV 228” que torrou sua (imensa) paciência em um Chevette há muitos anos atrás.

Por outro lado, um amigo utiliza um par de Weber 48 IDA no seu Fusca 1970 2,3l (sim, isso mesmo!) e jura de pés juntos que nenhum sistema de injeção eletrônica moderna substitui o que seus carburadores fazem. Por que? Simples: porque eles têm alma, dão um tempero especial ao comportamento do carro tornando a condução ainda mais prazerosa. Tem louco pra tudo? Pode ser. Mas observe que somente agora, passado tantos anos, que os sistemas de injeção de combustível no coletor de admissão tomam lugar nos projetos de preparação envolvendo os V8 de origem americana. O velho quadrijet demorou a ser aposentado.

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Desvantagens do carburador? São muitas: regular aquilo é um saco, que cresce de forma exponencial quando são utilizados dois ou mais do gênero. A marcha-lenta irregular, o consumo mais elevado e a menor potência são tidos como verdades. O afogador, então, era mais uma coisa a se lembrar – e operar – na vida difícil de antigamente. A injeção eletrônica tornou tudo mais simples, não é mesmo?

Sinceramente, não sei. Em alguns casos, a impressão que se tem é que se demorou um tempo demasiadamente grande para que essa vantagem fosse consolidada. Viajando pela internet, vejo relatos de economia com o finado motor Ford CHT (que eu odeio, frise-se) que somente os 1.0 mais modernos se igualaram, ainda que as emissões fossem muito maiores naqueles tempos. Durante anos, com a injeção já acessível ao público, o carburador foi soberano em algumas categorias automobilísticas. Além disso, você consegue tirar o bico injetor do seu carro e consertar na bancada de casa? Pior: tente reparar uma ECU por si só. Nem o MacGyver, meu caro. Ademais, para muitos, a regulagem de carburadores era mais que uma simples rotina de manutenção: é a oitava arte.

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Eu, particularmente, sou filho da transição: o primeiro carro a injeção da minha família, comprado zero-quilômetro, foi mais problemático do que qualquer carro com carburador que passou por aqui. Entretanto, hoje vemos uma escassez de mão-de-obra especializada que o uso de injeção não se mostra como opção – é questão de sobrevivência. Você conhece alguém que ainda domine a arte de ajuste e instalação dos carburadores? Eu conheço. Mas devo admitir que sou exceção à regra.

Por fim, fica a questão no ar: como é sua relação com o velho carburador? Adora ou detesta (leia isso com a voz do Ney Latorraca: diversão na certa!)? Sabe como lidar com um? Já foi fruto de dor de cabeça ou combustível para a glória? Ou nunca viu um? Vamos, deixe sua opinião aqui e compartilhe conosco!

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Até a próxima!

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