Após fraude em carros diesel, presidente da Volkswagen renuncia

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Martin Winterkorn não resistiu ao escândalo “Dieselgate”

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Presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, entregou seu cargo após a descoberta de fraude nas emissões de poluentes dos motores diesel da empresa nos Estados Unidos. A empresa admitiu que há pelo menos 11 milhões de carros, de várias marcas do Grupo VW, com dispositivo capaz de manipular dados de testes de emissões.  A fraude foi descoberta por acaso por um grupo de cientistas independentes e veio à tona na semana passada.

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“Estou consternado pelos acontecimentos dos últimos dias. Estou chocado com o fato de que condutas impróprias tenham ocorrido em tal escala dentro Grupo Volkswagen”, disse Winterkorn em comunicado. A decisão já era esperada desde que Winterkorn perdeu o apoio do conselho de administração da companhia. O substituto do executivo, que estava no cargo desde 2006, será escolhido na próxima sexta-feira.


Como tudo começou

A Agência de Proteção Ambiental dos EUA, conhecida como EPA, acusou a Volkswagen de falsear as emissões usando um ‘software’ incorporado ao veículo capaz de alterar o funcionamento do motor quando com o carro parado para produzir menos óxido nítrico. E os testes de emissões são feitos com o carro parado. Na prática, os carros apresentavam emissões de óxido nítrico 40 vezes acima dos permitidos pela legislação norte-americana. O caso foi apelidado “Dieselgate” pela imprensa internacional.

A EPA teria descoberto o dispositivo nos Jetta, Beetle, Audi A3, Golf e Passat vendidos entre 2008 e 2015, todos com motor 2.0 TDI (diesel) de quatro cilindros com injeção common rail da família  EA 189. Só que este motor não está restrito aos Volkswagen e Audi: Skoda e Seat também o utiliza na Europa.

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Em comunicado, a Volkswagen esclareceu que “os veículos novos do grupo, com motores diesel adequados ao EURO 6, atualmente disponíveis na Europa, estão em conformidade com os requisitos legais e as normas ambientais”, mas que os veículos “com motores tipo EA 189” – cerca de onze milhões de automóveis em todo o mundo -”, poderão ter discrepâncias nos dados das emissões.

Mas a EPA também deve começar a investigar os motores 3.0 V6 a diesel que equipam modelos da Audi e Porsche.

Consequências

A primeira medida da Volkswagen foi interromper a comercialização de carros diesel nos Estados Unidos. Mesmo que o motor EA 288, usado desde o ano passado, seja 40% menos poluente, ainda dependerá de análise da EPA para ser liberado. A empresa afirmou que já separou 6,5 bilhões de euros (7,2 bilhões de dólares) de seu orçamento para lidar com o problema. Mas está sob a investigação da EPA, que poderá impor uma multa de até US$ 18 bilhões de dólares. Outras autoridades dos Estados Unidos estão planejando abrir investigações criminais.

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Autoridades da Alemanha, França, Coreia do Sul e Itália já disseram que estão seguindo o caso de perto. O ministro das Finanças francês pediu que seja realizada uma investigação “em toda a Europa” após o caso vir à tona.

Na Bolsa de Valores de Frankfurt, onde são negociadas as ações da empresa, a queda no valor das ações já acumula queda de 30% desde que o caso veio à tona. Ações de outras fabricantes europeias, como a Daimler, também registram queda.

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