Entre compactas e médias, Renault Duster Oroch aposta no que o consumidor quer comprar

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Picape derivada de SUV tem acerto de carro de passeio

Renault Duster Oroch Dynamique 2.0 (2)

No passado, empresas como Souza Ramos e Brazinca lucravam transformando picapes em grandes sedãs ou em utilitários esportivos. A Renault fez o inverso: transformou o Duster, seu SUV compacto, numa picape. Assim nasceu a Duster Oroch. Só que adaptação passa longe de ser grotesca como as que se via nos anos 1980.

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Nem usaram fibra de vidro… A Oroch só é idêntica ao Duster até o final das portas dianteiras. A partir dali a picape tem personalidade própria. As portas traseiras são mais curtas do que no Duster e o entre-eixos foi aumentado de 2,67m para 2,82m, o que libera espaço para a caçamba e evita que a picape fique desproporcional. E a suspensão foi reforçada tanto na dianteira como na traseira, onde usa o conjunto independente multilink, semelhante ao do Duster 4×4.

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Só que o espaço no banco traseiro fica menor em relação ao Duster. Ainda é largo o suficiente para levar três pessoas – com encosto de cabeça e cinto de três pontos para todos -, mas o espaço para as pernas é menor e o encosto é mais vertical. Não chega a ser incômodo porque o Duster tem espaço sobrando e porque as concorrentes, Fiat Strada e VW Saveiro com cabine dupla, não podem se gabar pelo espaço que oferecem.

O sexo dos anjos

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Apesar do porte ser equivalente ao das antigas gerações de Ford Ranger e Chevrolet S10, a Oroch está mais pro lado das picapes compactas do que das médias. A caçamba com volume de 683L e a capacidade de carga de 650kg é praticamente a mesma da Strada Cabine Dupla. E vale lembrar que a plataforma do Duster é compartilhada com Sandero e Logan, compactos.

Discutir isso, porém, é como discutir o sexo dos anjos. É como se a Renault realmente estivesse criando um segmento de picape intermediária, que pode ser o que realmente os compradores das picapes compactas procuram nas compactas com cabine dupla: espaço para mais passageiros com algum conforto e uma caçamba para colocar tralha. Neste caso, com a vantagem da posição de dirigir elevada encontrada nos SUVs compactos. É unir o útil ao agradável.

Carro de passeio com caçamba

Quem se senta ao volante da Duster Oroch se sente em um Duster e com razão, pois nada muda: a posição de dirigir esquisita, que exige braços esticados ou pernas flexionadas e os pedais mal posicionados (a embreagem é alta e o acelerador, recuado) estão lá. Quadro de instrumentos, painel e acabamento simples e com algumas rebarbas visíveis não escondem o DNA do carro.

Mas ligue o carro e ande, faça uma curva. É outro carro… Dinamicamente a Duster Oroch chega a ser melhor do que o Duster 4×4 (que usa a mesma suspensão) e qualquer outra picape. A suspensão traseira multilink está bem calibrada e tem bom curso.

Nas curvas da serra de Teresópolis, a Oroch brincava. Transmite segurança mesmo em curvas em alta velocidade, quando, em geral, picapes vazias tendem a sair de traseira. Ao passar por buracos ou ressaltos altos, absorve o impacto sem deixar que os passageiros fiquem sacolejando, como ocorre nas picapes médias, que usam sistema de eixo rígido e tem carroceria sobre chassi. A Oroch é monobloco. Na prática, é como um grande sedã – aquilo que a SR tentava fazer com as Chevrolet D20 e Ford F100.

Motores com outro tempero

Fazer curvas em alta velocidade é algo mais fácil para a versão Dynamique com motor 2.0 16v.  Com os mesmos 148cv a 5.750rpm e 20,9kgfm de torque a 4.000rpm, é ajudado pelo câmbio manual de seis marchas com diferencial 7% mais curto e pelo peso: são 1.346 kg, 70kg a mais que o Duster Dynamique 2.0 4×2, porém 10kg mais leve que o 4×4. O resultado são saídas mais vigorosas, mas não espere muito fôlego depois da quarta marcha, quando passa a privilegiar os giros baixos. A Renault anuncia 0 a 100km/h em 9,7km.

Com o motor 1.6 16v de 115cv a 5.750rpm e 15,9kgfm de torque a 3.750rpm, porém, a situação muda. O mundo parece passar mais devagar. A Oroch demora a embalar e parece que falta um pouco mais de fôlego do motor. Não é nada absurdo, mas dá vantagem às concorrentes compactas e serve de convite para levar para casa a versão 2.0. O 0 A 100km/h é feito em 13,2s.

Equipamentos e preços 

Em matéria de preços, a Oroch é atraente. A versão de entrada é a Expression 1.6, que parte dos R$ 62.290, e tem de série, tem ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos nas quatro portas, travas elétricas, alarme, banco com regulagem de altura, CD Player com USB e Bluetooth, protetor de caçamba e rodas de alumínio. Para efeito de comparação, a Strada Working 1.4 Cabine Dupla parte dos R$ 52.210 e passa a R$ 67.110 na Adventure 1.8. Já a Saveiro Cabine Dupla custa R$ 61.690 na versão Rock In Rio – a única disponível no configurador da Volks, devido a alguma manutenção.

Já a versão Dynamique (R$ 66.790 para o 1.6 e R$ 70.790 para o 2.0) tem de série todos os itens da Expression e ainda o sistema Media NAV Evolution, computador de bordo, faróis de neblina, volante de couro, pneus de uso misto, rodas de liga leve aro 16” na cor cinza escuro. O revestimento dos bancos em couro é opcional de R$ 1.700.

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A Renault não divulga sua expectativa de vendas, mas a picape não deve se sair mal nas lojas, onde chega na próxima semana. A Oroch entra em pré-venda no dia 10 de outubro e as entregas começam em 1°de novembro. É de se imaginar que logo terá opção de capota de fibra e adaptações que a transformariam em um Duster de sete lugares, como nos velhos tempos.

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