Olá, caros leitores. Tenho em mãos a primeira remessa de cartas respondidas por aquele que quase tudo sabe, nosso ermitão favorito: o Oráculo. A pedido dele, reproduzirei na íntegra as perguntas enviadas, bem como as respostas do velho sábio. Sendo assim, vamos lá!
“Oh senhor Oráculo, mestre de todos os canecos, me explique por favor e de forma definitiva, por que a grande maioria dos jornalistas insistem em dizer que o Veyron tem DOIS motores V8 4.0 unidos, quando na verdade vemos apenas um bloco de 16 cilindros.” – Elizandro Rarvor, via Primeira Marcha
Em verdade, em verdade, vos digo: é mesmo uma junção de dois motores V8. Para entendermos, observe como é o formato de um motor em “W” teórico:
Agora, observe uma foto do dito W16 do Veyron:
Você consegue perceber que, em suma, são dois motores V8 fundidos juntos, com um pequeno deslocamento angular entre eles, mas de forma que se formem duas bancadas “duplas” de cilindros? É sim um bloco único de 16 cilindros. Mas feito pela junção acima descrita. Tá entendido?
“Oh Oráculo… Vós que sois oniciente saberia dizer por que todos os Evoque com insulfilm ficam com o para-brisas roxo?” – Henrique Rodriguez, via Primeira Marcha
Pode ser a película escolhida pela Land Rover, que junto com um efeito de difração prismática ótica, acaba por destacar a cor roxa. E nem fica tão roxa assim: trate de beber menos.
“E oráculo, por favor, me explique o que significa o tal “duplo cockpit” do Chevrolet Cruze? A grande parte dos jornalistas usam este mantra do marketing chevroletiano que diz: “o espaço do motorista e passageiro no Cruze são bem definidos.”” – Elizandro Rarvor, via Primeira Marcha
Jovem dotado de sede insaciável de saber, observe esse retrato abaixo:
Observe que se traçarmos uma linha de simetria paralela ao eixo de direção, que por sua vez passa pelo meio do volante e do painel de instrumentos, toda a instrumentação e comandos estão, de certa forma, voltada para o condutor. Se tomarmos o painel como um plano, perpendicular ao eixo citado e também ao assoalho do veículo, percebemos que o painel possui ângulos opostos pelo vértice em relação ao eixo de simetria. Como se quisesse abraçar, envolver o condutor. Isso é herança dos cockpits dos caças aeronáuticos.
Agora, imagine dois cockpits dispostos lado a lado. Passageiro e motorista tem seus espaços distintos, com separação bem definida. É isso que a Chevrolet (e um bando de designer de interiores) quer que você acredite. Porque essa é a idéia.
“Xuxa, como faço para visitar sua nave?” – Eber Franklin, via e-mail.
Bom, acho que você não goza das faculdades mentais. Ou errou o endereço. Sendo uma pessoa de bem, vou entregar a carta para a Maria das Graças pessoalmente.
“Tendo isto em vista, você em seus 100 anos bem vividos, ou mais, sabe de alguém que sentou no lugar do passageiro e tentou dirigir o carro?” – Elizandro Rarvor, via Primeira Marcha
Eu já fiz isso uma dezena de vezes. Isso é tranquilo de se fazer, por exemplo, nas picapes americanas com banco inteiriço e comando de câmbio junto à alavanca de direção, perfazendo um assoalho praticamente plano, sem grandes intervenções do cardã e caixa de câmbio. Observe na foto abaixo:
Uma das vezes que eu fiz isso foi em uma Chevrolet Cheyenne 1967 enquanto estava no Panamá, com Dana de Teffé no volante e o menino Carlinhos no assento central.
Bom, aqui é o Renato de volta. O Oráculo me mandou um bilhete em particular pelo corvo-correio: ele está gostando de responder vossas perguntas. É bom para ele, que mora a pelo menos 200 quilômetros de algum local com cobertura de celular. Ele adora conviver com pessoas.
Por isso, digo mais uma vez: tem aquela dúvida que te acompanha a tempos, ou mesmo gostaria de mandar uma pergunta simples para nosso ancião iluminado? Deixe aqui a sua pergunta para O Oráculo. Ou, caso prefira, visite a página do Primeira Marcha no Facebook. Ou use do e-mail que fizemos para o velho: [email protected].
Logo o corvo voltará para coletar as perguntas. Portanto, não demore: mande a sua! E até semana que vem.