Avaliação – Volkswagen Jetta Highline TSI é um carro para ser dirigido

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 Um carro legal, um feriado prolongado e uma viagem de 1800km

Volkswagen Jetta TSI 2016 (30)

Um feriado prolongado pela frente e um carro muito legal para ser avaliado por apenas 500km. Ligo para o Renato e decidimos: saio do Rio de Janeiro, passo em Belo Horizonte, busco ele e seguimos para Ipatinga. Pra quê? Para curtir o Volkswagen Jetta TSI, claro!

Essas três letras fazem muita diferença. É que há dois Jetta diferentes a venda no Brasil. Os Trendline e Comfortline (este montado no Brasil), com o motor 2.0 8v aspirado de 120cv e a mesma disposição do Ronaldo na Copa de 2006. O outro, o Jetta Highline, com motor 2.0 16v com turbo e injeção direta e 211cv com o mesmo pique do Ronaldo na Copa de 2002.

Volkswagen Jetta TSI 2016 (27)
Mas a matemática faz questão de provar que os dois “jogadores” têm valores muito diferentes. Um Trendline sai por R$ 72.490, um Comfortline por R$ 77.690 e o Highline por – nada modestos – R$ 98.990. A diferença de pouco mais de R$ 20 mil não é preenchida apenas pelo motor, mas por equipamentos e mimos que que elevam o Jetta a um outro nível, sem parecer e nem aparecer.

O “tal” motor 2.0 turbo queima apenas gasolina para entregar 28,6kgfm de torque a bons 2000rpm e os 211cv a 5500rpm. Por ter força desde cedo, o motor responde de forma linear e suave até que você desperte seu lado mais agressivo, colocando o câmbio no modo Sport.

Volkswagen Jetta TSI 2016 (7)

Mas, vai por mim: foram quase 1800km percorridos ao longo da viagem e em nenhum momento senti a necessidade de colocar o câmbio no modo esportivo. No máximo, recorri às trocas sequenciais para reduções – muitas vezes, sem necessidade.

Bastava pressionar o acelerador com mais força para, milésimos de segundo antes de pedir redução na borboleta atrás do volante, o câmbio fazer a troca – ou reduzir até três marchas, se fosse o caso – por impulso próprio. A relação entre homem e máquina já se tornara telepática antes mesmo de chegar em Juiz de Fora – aquele prolongamento do Rio de Janeiro em Minas Gerais.

Volkswagen Jetta TSI 2016 (13)

Basta uma distração para se pegar em velocidade impublicáveis sem perceber, com a mesma paz que se teria a 80km/h – o isolamento acústico é bom e faz jus ao que se espera de um carro tão carro. Parte do mérito é do câmbio DSG de dupla embreagem, que usa suas seis marchas para aproveitar a força e elasticidade do motor em qualquer situação.

Mas atenção era necessária, pois estava chegando em Lafaiete. O Renato já havia alertado da existência de lombadas na rodovia. E nem todas com boa sinalização…

O comportamento deste Jetta muda tão rápido quanto ele pode andar. Vai do que se passa na cabeça do motorista. Dependendo do que o Jetta interpreta em sua suposta psicanálise, fica invocado ou sossegado. E isso pode até ajudar o motorista a equilibrar seu lado emocional após um dia cheio.

Volkswagen Jetta TSI 2016 (33)

Mas o melhor é chegar em Belo Horizonte sem o mínimo sinal de cansaço. Tudo bem que os bancos poderiam sustentar melhor as pernas, mas deu para encontrar um ajuste correto ao longo da viagem (os comandos no banco do motorista são elétricos).

Andar na rua com um Jetta azulão de interior bege não é a melhor forma de passar desapercebido, mas este ainda é um sedã médio de linhas sóbrias ao extremo. É até difícil notar as mudanças da linha 2015 por isso.

Volkswagen Jetta TSI 2016

Mas a policial da PRF percebeu quando nos parou numa blitz de rotina. Notou que mantiveram os faróis, mas aumentaram a grade ao trocar o para-choque dianteiro. Agora os faróis de neblina são interligados por frisos, como manda a receita dos últimos lançamentos da VW, e a traseira tem lanternas mais recortadas e, consequentemente, nova tampa do porta-malas. Ela ainda fez o Renato, que já havia assumido o volante por conhecer melhora a região, assoprar o bafômetro.

Liberados, seguimos. Mas as obras de duplicação da BR-381, que nunca acabam, logo nos atrapalhou. Podia ser pior: acidentes graves não são incomuns naquelas curvas. Demos meia-volta com a intenção de pegar a MG-262, entre Sabará e Caeté. Mas a única via havia sido interrompida por uma competição de trikke. Com o todo o caos formado era impossível voltar. Então nos aventuramos em uma estrada da Vale do Rio Doce, que exigia certo cuidado por causa da magnetita (minério de ferro) misturada ao barro.

Volkswagen Jetta TSI 2016

Volkswagen Jetta TSI 2016 (21)Com pneus intactos e o interior bege mantido livre do barro vermelho a duras custas, voltamos ao mesmo engarrafamento. Nos ferramos com cobertura de chocolate e flocos de castanha: a viagem não que deveria passar de três horas durou mais de cinco.

Pulemos o calor de Ipatinga agravado pelos altos fornos da Usiminas… Dentro do Jetta o ar-condicionado com controle de temperatura de duas zonas ajudava a amenizar a situação. De certa forma, o acabamento claro também. A claridade que traz ao interior – junto com o teto solar – pode compensar a neura com o carpete claro e a excentricidade num país que cultua carros com interior predominantemente preto. Ali dentro, de novidade, há apenas o volante compartilhado com o Golf (e que tende a se tornar padrão na marca).

Mas só até o trânsito abrir e o motorista pressionar forte o acelerador – pivotado no assoalho, como no bom e velho Fusca -, e abrir distância no trânsito. Por mais que a velocidade máxima seja limitada, não há nada como alcançar rápido esse limite. O mesmo conjunto mecânico do Jetta Highline equipa vários Volks com pegada esportiva, como o novo Fusca. Mas isso não transforma o Jetta em esportivo. Nota-se a preocupação em entregar conforto na direção desmultiplicada, no excelente consumo médio de 10,8km/l na estrada e na suspensão independente nas quatro rodas, bem calibrada para garantir o melhor convívio no dia-a-dia – mas que ainda permite escapadas de dianteira.

Isso ficou bastante nítido nas curvas da MG-262, que enfim conseguimos passar livres de retorno a Belo Horizonte. Mas não sem antes subir a belíssima Serra da Piedade, repleta de formações rochosas antigas e de simbolismos religiosos e antropológicos – embora não tenhamos encontrado  O Oráculo por lá. E lá no topo, a 1.751 metros de altura, há um santuário que começou a ser erguido em 1767. As fotos expressam a beleza do lugar.

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Na volta para o Rio de Janeiro, já sem a companhia do sol, algumas dúvidas e certezas vinham à cabeça. É difícil, por exemplo, chegar a uma certeza de como é o perfil do comprador de um Jetta TSI. Não é o mesmo senhor que compra o Comfortline. É alguém de qualquer idade que sabe que respostas imediatas do motor também aumentam a sensação de conforto e segurança ao dirigir. Que é muito bom ter bastante força ao alcance do pé a qualquer momento.

Mudam os perfis, mas não a oferta de equipamentos opcionais. Sobre as demais, o Highline tem a vantagem de ter de série seis airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura e quadro de instrumentos com tela colorida.

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O carro avaliado custa nada modestos R$ 114.926. Entram na conta a cor Azul Silk (R$ 1.167), o teto-solar elétrico (R$ 4.294) e o pacote Premium (R$ 10.475), que inclui piloto automático, bancos em couro de verdade, com aquecimento dos dianteiros e regulagens elétricas no do motorista, além de retrovisor eletrocrômico, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, partida sem chave, faróis de xênon e central multimídia com navegador GPS. Muita coisa que nem deveria ser opcional em um carro tão legal quanto esse.

Galeria

Fotos | Henrique Rodriguez

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