Manipulação de testes pode levar ao fim da Mitsubishi

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Depois do escândalo de manipulação das emissões em 11 milhões de carros do Grupo Volkswagen, a Mitsubishi Motors admitiu ter manipulado testes de emissões poluentes em, pelo menos, 625.000 veículos, alguns deles fabricados para a Nissan. Os carros em questão são todos “kei car”, micro-carros  exclusivos para o Japão: eK Wagon e eK Space, além dos Dayz e Dayz Roox, feitos pela Mitsubishi e para a Nissan. E isso pode levar ao fim da Mitsubishi.

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Teria sido a Nissan quem descobriu que os números de emissões e consumo anunciados pela Mitsubishi não refletiam a realidade, foram vendidos sob a falsa garantia de que o seu consumo era 5 a 10 por cento mais eficiente do que era na realidade.  Os funcionários modificaram a pressão de ar dos pneus durante os testes para avaliar o consumo de combustível dos quatro modelos. Tal manipulação também pode se estender aos modelos ASX, Pajero, Outlander (estes sim vendidos no mundo inteiro) e ao pequeno elétrico iMiEV, segundo fonte próxima do caso ao jornal “Sankei”.

A Mitsubishi confirmou que a fraude pode se estender a veículos 4X4. Pior: admitiu ter utilizado métodos de testes inapropriados nos últimos 25 anos, ampliando o escândalo. “Temos utilizado este método para o mercado japonês desde 1991”, disse um funcionário do grupo durante uma conferência de imprensa, afirmando não saber ainda quais os modelos envolvidos.

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Desde o anúncio da fraude, no dia 20 de abril, as ações da Mitsubishi não param de cair e as encomendas de veículos no Japão caíram pela metade desde então. Isso coloca em xeque a existência da divisão de automóveis da Mitsubishi, sexta maior fabricante de automóveis do Japão.

“Estou tratando este caso como algo que poderá afetar a existência da companhia”, afirmou o presidente da marca, Tetsuro Aikawatold, em conferência de imprensa na última terça-feira. “Não estamos em condições de lidar com os clientes”, explicou aos jornalistas, adiantando que “apenas estamos dizendo que vamos oferecer algo”.

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Fato é que a Mitsubishi é muito dependente de seu mercado doméstico, onde consegue boas vendas com seus kei car, com utilitários e com modelos tradicionais como o Pajero. Se as vendas fora do Japão poderiam lhe salvar hoje, a realidade é que seus produtos estão longe de serem competitivos. Seus carros mais recentes são a nova geração da picape L200 e de seu SUV (que ainda não chegaram ao Brasil) e o Outlander atualizado, enquanto Lancer, Pajero Full e ASX já passaram por repetidas reestilizações que não escondem a idade de seus projetos. E não há evidências de nova geração para eles num futuro tão próximo. O risco da Mitsubishi sumir é real.

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