O que é, como anda e onde vive o Fiat Mobi?

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Fiat Mobi Way (4)

Desde 2013, quando o velho Fiat Uno Mille estava prestes de ter sua produção encerrada, falava-se do lançamento de um novo carro compacto de entrada que pudesse substituí-lo. Era justamente o Fiat Mobi, que começa a ser vendido em todo o Brasil neste sábado (16). Mas o que ele tem de tão especial?

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Veja também: Fiat Mobi tem preços entre R$ 31.990 e R$ 43.800

Eu diria que é o sistema Live On, simplesmente genial: transforma o seu smartphone, preso ao painel, em central multimídia, com direito a comandos pelo volante e informações do carro em tempo real. Mas só estará disponível em junho. Fora isso, por incrível que pareça, este que é o maior lançamento da Fiat para 2016 não tem nada inovador. E, ainda assim, consegue ser diferente no todo. Explico: a plataforma não é nova, é a 327 do novo Uno; o motor não é novo, é o 1.0 Fire que está completando 14 anos de Brasil; e o câmbio é derivado daquele que o Palio trouxe em 1996.

De diferente o Mobi tem sua proposta. É um carro pequeno, barato (ainda que nossa expectativa fosse por preços R$ 2 mil abaixo), mas descolado. Mesmo com apenas 3,56 m de comprimento e 2,30 m de entre-eixos, o Mobi atrai olhares. As linhas ajudam a parecer maior e cores de lançamento são vibrantes, mas não é todo dia que se vê um carro pequeno com frente alta, faróis compridos, com vincos marcantes nas caixas de roda, lanternas bojudas e tampa do porta-malas de vidro.

Pequeno notável

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As opiniões sobre o design são divididas, embora o carro seja muito mais interessante ao vivo.  Porém, quem disse que um carro com preço inicial de R$ 32 mil deve ter design essencialmente funcional? Sim, foi a Volkswagen com o Up!, que, a propósito, será o maior (não no sentido literal) concorrente do Mobi.

Dentro da gama de modelos da Fiat, o Mobi representa a porta de entrada da marca para quem já tem o velho Palio Fire e seu projeto que está completando 20 anos (parabéns para ele!) como carta fora do baralho. Também é capaz de fazer o comprador refletir se realmente precisa de um Uno 1.0, mais caro e com seus 8 cm a mais no entre-eixos, se vai andar quase sempre sozinho. Se quiser motor maior, aí sim fará sentido olhar para o Uno ou mesmo o novo Palio.

Fiat Mobi Way (11)

É uma questão de público. Enquanto o Mobi pode ser um carro para o dia a dia, o primeiro carro de alguém, a opção econômica da locadora ou o segundo carro de uma família, Uno e Palio tem mais vocação para serem o principal carro da casa.

Não há nada que lhe impeça de viajar com um Mobi, só tome cuidado com o tamanho das malas. A capacidade do bagageiro varia entre os 235 litros da versão de entrada Easy, sem forração nas laterais, aos 215 litros das demais. Há como aumentar isso deixando o encosto do banco de trás 18 graus mais vertical, mas a melhor saída para aumentar o espaço é rebatendo o encosto, que é bipartido de série.

Você perceberá as vantagens do Mobi ser pequeno ao estacionar em qualquer vaga ou passar espremido entre dois carros. Isso é ser um carro urbano.

Como se move?

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O Mobi tem uma face conservadora, a da mecânica. Velho conhecido de todos, o motor 1.0 8V Fire Evo é essencialmente o mesmo do Fiat Uno, com até 75 cv e 9,9 kgfm de torque com álcool. O câmbio manual de cinco marchas só não é exatamente igual ao do Uno, pois no Mobi a terceira marcha é pouco mais longa.

Sem inovar, não poderia ser diferente: mesmo pouco mais leve, o Mobi anda tanto quanto o Uno. É ágil para o uso urbano, mas não se sente confortável acima dos 100 km/h. O motor por vezes ajustado ainda fica devendo mais fôlego e demora para encher, e enquanto o câmbio continua impreciso: por diversas vezes senti a necessidade de checar se a segunda marcha foi mesmo engatada, ou não. E estava.

Sem o limitador de curso dos bancos, pode-se acabar completamente com o espaço do banco traseiro
Sem o limitador de curso dos bancos, pode-se acabar completamente com o espaço do banco traseiro

O test-drive de cerca de 25 km foi feito na versão aventureira Way, com suspensão elevada, para-choques próprios e molduras nas caixas de roda, que custa R$ 39.300. Tem de série equipamentos como ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros e travas elétricas, predisposição de rádio, computador de bordo, chave telecomando, limpador e desembaçador traseiro, cintos de segurança dianteiros ajustáveis em altura e comandos internos para abertura do bocal de combustível e do porta-malas. Rádio? É opcional.

Bem suspenso

Com 1,82 m de altura, precisei retirar o limitador de curso do trilho dos bancos para me acomodar, como sempre preciso fazer em compactos da Fiat. Também é assim no Uno, que tem praticamente o mesmo espaço para os bancos da frente e a mesma posição de dirigir. Porém, ajuste do volante em altura é opcional e não há variação para o assento, um pouco mais alto que o normal. A propósito, a espuma dos bancos é macia como em boa parte dos Fiat.

Coluna e braços da tampa da mala limitam a visibilidade traseira
Coluna e braços da tampa da mala limitam a visibilidade traseira

No meu caso, sentar no banco traseiro com o da frente na minha posição ideal de dirigir é garantia de pernas abertas em busca de algum espaço extra nas laterais. E levantar o encosto de cabeça é fundamental para evitar maior desconforto. Outro detalhe é que a visão através do vidro traseiro é prejudicada pelas colunas largas.

O que joga a favor do Mobi frente ao Uno é o acerto de suspensão. Não é tão molenga e não inclina tanto em curvas. É firme mas, ainda assim, capaz de enfrentar buracos e relevos com valentia, sem batidas secas. A direção do Mobi não é elétrica, é hidráulica mesmo, que rouba um pouco de potência e influi negativamente no consumo. Mesmo assim, o esforço para girá-lo é menor do que no Uno. O problema é que essa leveza é exagerada em velocidades mais altas.

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Com esta proposta que a Fiat espera vender mais de 60 mil unidades do Mobi até o final do ano, coisa de 8 mil carros por mês. Se dependesse apenas da parte técnica, seria complicado. Apresentando-se com a proposta de mobilidade urbana e de design, tem boas chances.

Dados do fabricante

Motor Quatro cilindros em linha, dianteiro, transversal, flex; Cilindrada 999 cm3; Potência 73 cv a 6.250 rpm (g) e 75 cv a 6.250 rpm (e); Torque 9,5 kgfm a 3.850 rpm (g) e 9,9 kgfm a 3.850 rpm (e); Câmbio manual, 5 marchas; Tração dianteira

Dimensões: 3,56; Largura 1,63 m; Altura 1,50 m; Entre-eixos 2,30 m; Porta -malas 215 l; Peso 946 kg.

Aceleração de zero a 100 km/h: 14s6 (g) e 13s8 (e); Velocidade máxima: 162 km/h com etanol

Consumo cidade: 11,9 km/l (g) e 8,4 km/l (e)

Consumo estrada: 13,3 km/l (g) e 9,2 km/l (e)

Origem: Betim, Minas Gerais

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