Pergunta da Semana – Qual o carro mais avulso que você já viu no Brasil?

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Você já viu algum singular, único em nossas terras?

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Olá, jovens e corajosos leitores que pelejam conosco nesse lúgubre e espeluncado quadro. Nós amamos vocês, tenham consciência disso! Hoje entraremos em um tipo de vício patológico desde afetado escriba: os avulsos presentes no nosso cotidiano. Antes de apontá-los, vamos explicar o que são eles e como eles existem sexta a noite no Globo Repórter.

Anúncio de um Duesenberg em 1929. Não se sabe se algum Duesy realmente veio ao Brasil
Anúncio de um Duesenberg em 1929. Não se sabe se algum Duesy realmente veio ao Brasil

A coisa é simples e pode ser dividida em três fases: Antes de 1976; o período compreendido entre 1976 e 1990 e após 1990. O primeiro período, principalmente após a criação da indústria automotiva nacional, foi compreendido por uma redução drástica no volume de importações de automóveis ano após ano. Ainda assim, veículos das três grandes fabricantes norte-americanas, bem como das principais marcas francesas, italianas e alemãs, eram comuns aqui. Ainda assim, algumas coisas pousavam no nosso solo de forma estranha: Impalas chegavam aos montes, ao passo que Fuscas vinham da Alemanha em versões diferentes daquelas que tínhamos aqui. Mas para que importar um Fusca, cazzo? Idem para mini-carros italianos, bombas inglesas e eventualmente até mesmo um alienígena asiático. Um fato é indubitável: era uma salada mista de carros avulsos perdidos em meio aos comuns. É o caso, por exemplo, desse Opel Kadett 1967 que circula por Curitiba:

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Na época seguinte, as importações foram proibidas. Basicamente, para se entrar com um carro importado no Brasil, você precisava ser um diplomata; ganhá-lo em uma competição esportiva no exterior; e outras mínimas exceções. Sendo assim, qualquer carro importado entre 1976 e 1990 é, de certa forma, uma raridade. A maioria absoluta dos veículos que entraram em nosso país naquela época foram sisudos sedãs da Mercedes-Benz, nas mais variadas versões possíveis. Logo, qualquer coisa importada na década de 1980 que não seja um sedã ostentando a estrela prateada na dianteira é, por si somente, extremamente avulso. Sendo assim, algumas coisas inacreditáveis brotam no dia a dia, como um Oldsmobile Delta 88 Royale 1982, vinho com interior bordeaux, que conheço aqui na capital das Minas Gerais. Trazido quando novo pela embaixada do Canadá, é praticamente único em nosso país. Coisas insólitas também brotam na internet, como esse Suzuki Cervo 1978.

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Por fim, chegamos ao nosso cenário atual. A partir de 1990, com a reabertura das importações, nosso mercado foi tomado de assalto por toda a fauna hostil do mercado estrangeiro. Enquanto algumas marcas vieram e oficializaram suas operações no país com pouco tempo, como a própria Mercedes, BMW e Mitsubishi, alguns importadores independentes se aventuraram em buscar modelos de marcas ausentes por cá – ou de marcas aqui presentes, mas indisponíveis nos catálogos oficiais. Resultado: com o passar dos anos, como dar a devida manutenção nesses automóveis ímpares? Alguns entraram – e ainda entram – em quantidades tão consideráveis que a própria importação pela mão de terceiros se tornou, de certa forma, a oficial. Vide a quantidade de Cadillac eInfiniti que rodam pelo Brasil, nenhum deles trazido pela GM ou pela Nissan. Como esse Ford Thunderbird 1993, que não foi trazido pela Ford oficialmente, mas veio pelas mãos de terceiros. Há, também, casos de carros que foram trazidos para uso dos executivos dos fabricantes, como alguns Renault Safrane e Koleos, e Nissan X-Trail novíssimos.

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Desta forma, encontramos pelas ruas sempre um modelo avulso. Aquele Skoda dos anos 1960, contrastando com um mar de Fuscas e afins; ou aquele Lincoln trazido pela embaixada do Canadá em 1982 – e somente assim um carro desses pousaria aqui; e aquele Saturn SL2 que roda de mão em mão sem achar quem dê jeito naquele produto exótico da GM, que faz par com aquele Honda Legend lindo em alguma oficina desse Brasil varonil. Logo, você já viu um carro avulso, exótico que somente ele,  por aí.

Qual e onde? Mais de um? Alguma história como dono de algum desses? Vamos, compartilhe conosco o seu saber. Deixe sua história logo abaixo.

1996 Cadillac STS

E até a próxima!

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