Por R$ 89.990, Nissan Kicks é um SUV compacto quase sem sacrifícios

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Por João Brigato, de Porto Feliz (SP)

Ter um SUV requer abrir mão de algo. A categoria da moda — e única a crescer em participação e volume nos últimos cinco anos — hoje é inundada de concorrentes com atributos diferentes. Em geral, é preciso abrir mão do espaço interno farto que as minivans têm, esquecer do acabamento refinado dos sedãs com preço próximo ou da esportividade dos hatches.

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Chegar tarde nesta briga fez bem para a Nissan, que teve a oportunidade de atacar justamente onde seus concorrentes erraram. O Kicks não é apertado como um Ford EcoSport, não é preguiçoso como um Jeep Renegade, não tem um CVT chato e abusa no preço como o Honda HR-V, nem é simplório como um Renault Duster. Em suma, os pecados dos rivais são as glórias do Nissan Kicks.

Figurão da TV

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Já vimos o Kicks algumas vezes, seja nas ruas, acompanhando os condutores da tocha olímpica e na TV, por isso, seu estilo já não é novidade. Mesmo tendo medidas semelhantes às do Honda HR-V (no Kicks ão 4,29 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,59 m de altura e entre-eixos de 2,61 m) o Nissan parece mais esbelto e atlético, devido aos para-lamas musculosos e dos vincos pronunciados da carroceria. O V cromado da grade frontal se estende por linhas no capô e vai até o teto, que parece flutuar. A traseira volumosa tem inspiração nas “traseiras” brasileiras, combinando com as chamativas lanternas estilo bumerangue já vistas em outros SUVs da marca. Bom é que o porta-malas ficou com capacidade de 432 L.

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Usando uma versão aperfeiçoada da plataforma V (mesma de March e Versa) com novo conjunto de suspensão e aços mais resistentes, o Kicks herda do Versa o farto espaço interno. A plataforma permitiu boa área para as pernas dos passageiros traseiros e amplitude para quem anda na frente, principalmente no espaço para a cabeça. Acabamento em couro na porção central e estilo refinado disfarçam os plásticos simples em boa parte das portas e do painel.

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O aspecto moderno da cabine está de acordo com a tecnologia embarcada. Uma tela TFT de alta resolução com sete polegadas faz as vezes de conta-giros e assume outras 12 funções ligadas ao computador de bordo. A central multimídia de 7 polegadas é uma evolução da usada no Sentra: rápida, fácil de usar e com um bom GPS, mas sem Android Auto ou Apple CarPlay — que, por enquanto, nenhum concorrente tem. E ah, o volante novo veio do GT-R.

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O belo volante de três raios e base reta deixa claro que o Kicks não é apenas um March com roupa de SUV, como muitos pensavam. O motor 1.6 16V tem calibração exclusiva para o SUV compacto, além de novo duto de admissão que, segundo a Nissan, fazem os 15,5 kgfm de torque chegar mais cedo, a 4.000rpm. A potência subiu para 114 cv a 5.600rpm. Na prática, o Kicks parece ter um motor maior. Pode ser culpa do peso total, de bons 1.142 kg.

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A nova geração da transmissão CVT, evolução da usada em March e Versa há apenas mês, contribui para isso. Além de ser mais rápida e silenciosa, a transmissão simula trocas de marcha com eficiência. Bem, quando se lembra de fazer isso. Em algumas acelerações fortes o instinto natural dos CVT, de ter trabalhar em rotação alta intermitente, tem poder maior e a transmissão esquece de simular trocas. Apesar disso, as retomadas são rápidas para um carro aspirado.

SUV bom de curva

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Em geral, a dinâmica dos SUV é sacrificada pela carroceria alta e suspensão elevada. Mesmo não sendo tão afiado quanto um hatch médio, o Kicks contorna curvas com destreza. A carroceria pouco torce e a suspensão que vive um meio termo entre firmeza e conforto mantém tudo no lugar. Absorve bem os impactos causados por buracos emitindo um som abafado que diminui o peso na consciência pela barbeiragem.

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O bom comportamento em curvas também é atribuído à direção elétrica – firme na medida certa – e ao controle dinâmico de chassi. O sistema poderia parecer uma tecnologia para impressionar leigos e que pouco faria diferença para o motorista, mas não é assim. Aplicando pressão nos freios de forma independente em cada roda, o controle consegue diminuir sensivelmente as oscilações da carroceria mesmo em altas velocidades.

Novo líder vem aí?

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A Nissan criou expectativa com o Kicks e entregou um SUV que não te obriga a abrir mão do melhor de outras categorias: conjunto mecânico convincente, visual diferentão (sem ser barroco) e prazer ao dirigir. O Honda HR-V, pela primeira vez, tem uma real ameaça ao seu reinado.

Mas o Honda não precisa se preocipar tão de imediato. Inicialmente, o Kicks será importado do México apenas na versão SL (esqueça da série especial Rio 2016: as mil unidades já foram vendidas). Só no ano que vem, quando for nacionalizado, terá outras versões mais em conta que, aí sim, permitirão ao Kicks alcançar o topo de ranking de vendas do segmento.

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Em tempo, o Nissan Kicks SL vem com ar-condicionado digital, controle de tração e estabilidade, seis airbags, sensor crepuscular, bancos de couro e um utilíssimo sistema de câmeras 360º, custando R$ 89.990. É mais barato que HR-V EXL e Renegade Limited Edition, mas o valor também envolve um sacrifício. Do que você precisará abrir mão no Kicks? Controle de cruzeiro, pois isso ele não tem…

As vendas começam em 5 de agosto e quem quiser poderá recorrer a alguns opcionais: pintura metálica por R$ 1.500, ou R$ 2.500 se o teto for laranja, e mais R$ 500 por couro marrom ou bege nos bancos, painel e portas.

Dados da fabricante

Motor Quatro cilindros em linha, dianteiro, transversal, flex; Cilindrada 1598 cm³; Potência 114 cv a 5.600 rpm com etanol e gasolina; Torque 15,5 kgfm a 4.000 rpm com etanol e gasolina; Câmbio automático do tipo CVT; Tração dianteira

Dimensões: 4,29 m; Largura 1,76 m; Altura 1,59 m; Entre-eixos 2,61 m; Porta -malas 432 l; Peso 1.142 kg.

Aceleração de zero a 100 km/h: 12 segundos com etanol

Velocidade máxima: 175 km/h com etanol

Consumo Cidade em km/l (Inmetro): 8,1 (Etanol) / 11,4 (Gasolina)

Consumo Estrada em km/l (Inmetro): 9,6 (Etanol) / 13,7 (Gasolina)

Origem: Aguascalientes, México

Galeria 
Fotos: Racionauto

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