Chevrolet Onix Activ – Protagonistas e Coadjuvantes

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp

A vida do Hyundai HB20X nunca mais será tão tranquila

CHEVROLET ONIX ACTIV 2017

Se não tem Coca-Cola, pode ser Pepsi? Na ausência de Bombril, serve Assolan? Acabou a Hellmann’s? Traz a Liza. Todo segmento tem aquele produto que é o número um de forma indiscutível, e aquele que é a escolha imediata na falta da referência principal. Isso sem contar nos coadjuvantes que orbitam em torno dos produtos mais demandados pelos consumidores. Entre os automóveis, tal situação se repete nos mais diversos segmentos. Se o  Chevrolet Onix é líder no segmento dos hatches pequenos, entre os compactos com roupa de aventureiro a atual referência é o Hyundai HB20X. Com o Onix Activ a Chevrolet tentará mudar essa história.

Todos iguais – e tão desiguais

CHEVROLET ONIX ACTIV 2017

Todos os hatchbacks com roupagem cool partem de uma mesma ideia estilística. Logo, a execução é a mesma: maior altura em relação ao solo, com novos para-choques de linhas mais marcantes – com inserções em plástico negro e imitações metálicas – tanto na porção dianteira quanto atrás, nesta última imitando a proteção de tanque de combustível presente nos veículos de verdadeiro uso off road. Nas laterais, verifica-se molduras nas caixas de rodas e nas soleiras, essa última com detalhe que remete ao estribo lateral de carros mais altos. Para arrematar, um rack que teto, que liga a imagem do carro a um estilo de vida dinâmico – e puxa a silhueta do automóvel para cima – também é acrescido, junto de rodas exclusivas com pneus de perfil alto.

Enquanto alguns modelos demonstram claramente que viraram radicais da noite para o dia, o Activ demonstra não ter virado carruagem a partir de uma abóbora ao toque de uma varinha – a despeito da cor Laranja Burning, exclusiva da versão. Segundo Wagner Dias, responsável pela reestilização realizada no Onix 2017 e também pelo Activ, a versão aventureira foi pensada desde o começo do desenvolvimento do facelift, não sendo um enxerto colocado a toque de caixa na fase final do projeto. O resultado final é realmente agradável aos olhos e tende a conquistar o público. A alta cúpula da GM, por sua vez, gostou de tamanha forma que pretende levar o trabalho das versões Activ realizada no Brasil para produtos mundiais.

CHEVROLET ONIX ACTIV 2017

Tendo como base a versão topo de linha LTZ do Onix, o Activ manteve itens exclusivos deste, como faróis de neblina, computador de bordo e assinatura luminosa em LED. Entretanto, alguns detalhes da carroceria se apresentam com revestimento preto laqueado, enquanto no LTZ são cromadas, como a borda da grade, bem como as maçanetas e detalhes da linha de cintura. As rodas em liga leve de cinco raios duplos e 15 polegadas apresentam desenho inédito, bem como o rack de teto de desenho moderno com capacidade de carga para 50kg. Mas não se empolge: as barras transversais necessárias para seu uso pleno serão vendidas – a custo extra, logicamente – como acessórios nas concessionárias Chevrolet.

Por dentro, as mudanças são menores mas não menos discretas. Um tom ocre é utilizado no painel, arremates em tecido nas portas e no fundo dos bancos, que mesclam tecido na cor citada e em preto, bem como vinil escuro. E não pense que essa tonalidade interior é exclusiva da pintura exterior em laranja: todos os Onix Activ virão com ela. O nome da versão vem bordado no encosto dos bons bancos dianteiros, bem como em uma plaqueta de metal discretamente posicionada no painel próxima à região central. Próxima dela, a central multimídia Mylink2 é de série, bem como o serviço exclusivo OnStar em sua versão mais completa.

Alpinista de meio-fio

CHEVROLET ONIX ACTIV 2017

Na análise mecânica do Onix ousado, temos presente todas as alterações realizadas no Onix 2017. Entretanto, toda a suspensão foi modificada. A adoção de molas mais altas e pneus de perfil mais alto (agora são 195/65 R15) tornaram o Activ mais alto que a versão sem os apetrechos aventureiros. São 4 cm a mais em relação ao Onix 2017, que por sua vez é 1 cm mais baixo que os exemplares fabricados até então. Com isso, toda a parte de calibração da direção assistida eletricamente foi revista, buscando manter a boa comunicação entre o condutor e o que se passa abaixo dos pneus. De quebra, amortecedores e periféricos de suspensão também foram revistos para correta dinâmica do veículo e que a robustez não fique somente no campo visual. Não que o motorista vá praticar algo além de subidas ousadas de meio-fio com o pequeno Chevrolet, mas de quebra os ângulos de ataque e saída melhoraram em 20 e 18%, respectivamente. Vai que…

Uma das coisas admiradas por quem compra carros desse segmento é a posição de dirigir mais elevada, tida por muitos como mais adequada às surpresas do trânsito das grandes cidades. No Activ, não poderia ser diferente se o Onix convencional já é conhecido por isso. Ganha-se em visibilidade, ao menos. Boa ergonomia interna, com nichos diversos para acomodação de itens diversos, bem como bons equipamentos estão presentes – mantém todos os equipamentos do LTZ e adiciona apenas sensor de chuva com funcionamento variável. Deixando de lado a análise estática, é hora de pegar estrada com o novo “aventureiro”.

CHEVROLET ONIX ACTIV 2017

Descendo a serra gaúcha entre Gramado e Porto Alegre, o Onix aparenta desconhecer a altura extra a ele imputado, mantendo praticamente a mesma estabilidade e manobrabilidade elogiada por nós na versão civil. Outra boa surpresa vem no campo da acústica, com pneus Michelin mais largos (195/65 contra 185/65) trabalhando com menores níveis de ruido dos que equipam o Onix LTZ, sensível para todos que amdaram em ambas as versões. Os quebra-molas, buracos e desníveis nosso de cada dia são facilmente transpostos, com maior competência do que as versões sem o acréscimo de altura. Talvez seja essa a grande dádiva das versões aventureiras, que sofrem menos com o solo lunar e eventuais alagamentos com os quais convivemos pelas estradas e ruas brasileiras.

O grande ponto negativo – ainda mais se compararmos com o HB20X – fica para o motor 1.4 SPE/4, que tem que lidar com o peso extra da parafernália aventureira e com o impacto disso na aerodinâmica. Em pequenos aclives e ultrapassagens nas estradas o câmbio automático GF6 de terceira geração e seis marchas reduzia sistematicamente duas marchas para que o Activ, com quatro ocupantes a bordo, conseguisse ganhar velocidade ou mesmo manter o embalo. Não é suficiente para encarar o HB20x, agora também com seis marchas tanto na versão com câmbio manual ou automático, além dos mais de 20 cavalos extras de seu 1.6. Além disso, o conforto acústico proporcionado pelos pneus é desfeito pelo motor “gritando” em altos giros. Nesse aspecto, o Crossfox também é superior, cabendo ao Activ um reles empate com o Sandero Stepway.

CHEVROLET ONIX ACTIV 2017

Na hora de freiar, mesma competência do Onix LTZ, sem fading ou outro percalço no exigente percurso de descida serrana. No mais, a sensação de solidez se reflete em uma boa sensação geral do automóvel, pecando apenas na falta de “pulmão” frente a seus concorrentes. Tendo o Hyundai como benchmark do segmento – e o grande protagonista do segmento – e estando com preços relativamente próximos (pouco mais de R$ 1.000,00 de diferença na versão manual), o desempenho hesitante do bem apresentado Activ pode ser o fiel na balança na hora da compra. E pode ser pouco para quem quer ser Coca-Cola, mas pode acabar se tornando Pepsi em um segmento tão lucrativo.

Dados da fabricante

Motor Transversal, quatro cilindros em linha, 8 válvulas, com injeção indireta no coletor de admissão, bicombustível Cilindrada 1.389 cm³; Potência 98/106 cv a 6.000 rpm; Torque 13/ 13,9 kgfm a 4.800 rpm;Câmbio manual, 6 marchas; Tração dianteira

Dimensões Onix: Comprimento 3,95 m; Largura 1,73 m; Altura 1,55 m; Entre-eixos 2,52 m; Peso 1.092 kg.

Capacidades: Tanque de combustível 54 litros; porta malas 280 litros; carga útil (passageiros e bagagem): 375 kg.

Aceleração de zero a 100 km/h: 12 segundos com etanol

Velocidade máxima: 168 km/h com etanol

Origem: Gravataí (RS)

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp

Comentários