Peugeot 208 GT – O DNA esportivo que falta aos hatchs

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Versões apimentadas de carros de entrada sempre tiveram lugar cativo no coração dos entusiastas. Quem nunca desejou um Volkswagen Fusca “Bizorrão”, um Gol GTi ou um Fiat Uno Turbo? A última década, contudo, foi difícil para esse público. De olho no lucro, as fabricantes passaram a “maquiar” esses carros com visual esportivo, mas mantendo a mecânica utilizada nas versões mais em conta. Pura enganação.

Os franceses da Peugeot já tinham a receita pronta para vender no Brasil. O 208 GTi, vendido na Europa desde 2013 e sucessor do 205 GTi – eleito o melhor hot hatch da história – era perfeito para tal tarefa. Design esportivo, motor potente e duas portas. No entanto, isso não era suficiente. Para ser comercializado por aqui, o modelo sofreu algumas mutações, que atrasaram seu lançamento em quase um ano. A principal foi na carroceria, que deixou de ser cupê para ser quatro portas e se tornar mais versátil no mercado brasileiro. Não menos importante, o nome também ficou diferente: Perdeu o ‘i’ para se chamar 208 GT.

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As mudanças no visual foram pontuais. As belas rodas de alumínio diamantadas de 17 polegadas calçam pneus com perfil baixo – 205/45 R17. O farol tem máscara negra e luz diurna em leds. O retrovisor e o aerofólio são pintados em preto brilhante e a saída de escapamento é cromada e dupla. Para completar, a grade dianteira também traz detalhes vermelhos. O visual ficou invocado o suficiente para perceber que há algo diferente ali, mas sem exageros.

 

O 208 GT te instiga a dirigir. Seja pelo volante – tradicionalmente pequeno na linha 208 -, que ganha revestimento em couro perfurado, além de uma listra vermelha no topo para marcar o centro ou pela luz, também vermelha, que contorna os dois mostradores do painel. Tudo ali parece ser mais um motivo para sair por aí sem destino. A posição para guiar é esportiva, os bancos te abraçam – como um apelo de clemência por um passeio – e o revestimento escuro do teto aumenta a sensação de aconchego.

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Debaixo do capô não tem novidade. O conjunto é o mesmo utilizado no Citroen DS3. Motor 1.6 THP com câmbio manual de seis marchas e tração dianteira, mas isso não é um demérito. A equação de 1.196kg com 173cv e 24,5kgfm de torque é infalível. O Peugeot é um foguetinho. Basta esticar as três primeiras marchas para atingir uma velocidade suficiente para fazer um book de fotografias feitas por radares. A faixa de funcionamento do turbo é perceptível e, quando o compressor sopra ar pra dentro do motor, o corpo cola no banco sem dó. Há um pequenino turbolag (até os 1.800rpm), mas nada que incomode.

Com os vidros abertos, além do ronco encorpado, é possível ouvir um leve espirro da turbina. Coisa simples, mas que aumenta a vontade de fazer o caminho mais longo para casa.

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Apesar de não apresentar alteração na altura em relação ao solo quando comparado com a versão civil do 208, a suspensão do GT recebeu uma calibração firme. O carro é duro. Uma sequencia de pancadas secas é capaz de transformar o motorista em um ninja na arte de desviar de buracos. Se por um lado o conforto fica um pouco prejudicado, a performance em curvas é admirável. O 208 GT aponta na curva com precisão interessante, apesar da tendência de sair de frente, por conta da tração dianteira. Basta reduzir uma marcha, apontar o carro e o leãozinho segue o caminho desejado com vontade.

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A direção tem dupla personalidade por conta da progressividade. Levíssima em baixas velocidades, facilita o trabalho de manobrar o 208 GT, que ainda tem câmera de ré e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros como auxiliares. Em velocidades maiores, o volante fica pesadinho e transmite uma sensação bastante esportiva.

O pomo do câmbio, de alumínio, encaixa direitinho na mão e torna bem agradável as trocas de marchas. O curso muito grande da alavanca prejudica um pouco os engates, principalmente quando o pé direito está cravado no acelerador e exige uma troca ágil. Uma dica: Caso deixe o 208 GT estacionado sob o sol por muito tempo, cuidado ao engatar a primeira marcha para sair. O mesmo pomo, que era agradável, fica tão quente quanto um marcador de gado, pronto para queimar a sua mão.

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O hot hatch ainda é recheado de amenidades, que são apenas coadjuvantes diante da sua real proposta: Teto solar panorâmico, ar-condicionado digital de duas zonas, banco do motorista com regulagem de altura, central multimídia com tela sensível ao toque de sete polegadas e controle de cruzeiro. Seu maior problema é o preço: Altíssimos R$ 83.990. Mesmo assim, não temos dúvidas que o vovô 205 GTi está orgulhoso do seu neto abrasileirado.

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