Avaliação: Nissan Versa Unique 1.6 CVT – É tempo de evitar a fadiga

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Câmbio automático virou questão de sobrevivência na selva urbana. Não pisar na embreagem nem passar marcha é um conforto que chegou a modelos compactos e pelo qual muita gente já está disposta a pagar. Tanto que oito em cada 10 clientes do Versa abrem mais a carteira para levar as versões com CVT.

Avaliamos o modelo topo de linha do sedã da Nissan: Unique 1.6, que só sai de fábrica com a famosa – e controversa – caixa continuamente variável. Controversa porque o modelo abre mão de simulações de marcha. O desempenho se dá de forma linear, que empolga tanto quanto uma reunião de condomínio.

Se for para apelar para o conforto, e nada além disso, esse é o caminho. No trânsito do dia dia, o Versa desenvolve sem trancos. Ao pegar leve no pedal do acelerador, o motor 1.6 16V de 111 cv (com etanol ou gasolina) tem força suficiente para conduzir o três-volumes em baixas velocidades e a transmissão Xtronic CVT faz as mudanças de forma gradual e pacata.

A coisa pega quando se quer acelerar forte. Aí, a faceta liquidificador do CVT surge com vontade. O ponteiro do conta-giros vira estátua, o motor mostra sua disposição mas tem que respeitar o “tempo” da caixa – e berra bastante nesse momento. O Versa segue no ritmo, como a moça que dá tchauzinho na escada do concurso de Miss Universo.

Por isso, nas retomadas, é bom ficar atento, porque a evolução é gradual. Nas descidas de serra, há a opção de colocar a manopla do câmbio em “L”, para segurar mais o carro e funcionar como um belo freio-motor.

O bom disso tudo é que o Versa Unique CVT não é beberrão. Nos testes do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), do Inmetro, obteve nota A para o consumo com etanol (médias de 7,8 e 10 km/l) e B, com gasolina (médias de 11,6 e 14,1 km/l). No pesado trânsito urbano em nossa avaliação, porém, o computador de bordo teimava em não melhorar a marca de 6,0 km/l – com álcool no tanque.

Além do conforto propiciado pelo CVT, o Versa tem outras boas qualidades nesse quesito. A principal, é claro, é o espaço, beneficiado pela proposta de compacto com dimensões dos antigos médios – são 2,60 m de entre-eixos. A despeito do banco estreito e da posição esquisita de dirigir, há espaço de sobra para motorista e carona.

Na parte de trás, então, o vão para os joelhos é ainda mais generoso e lá cabem três adultos normais, sem forçar a barra. O porta-malas é um latifúndio. Colocamos duas malas grandes e ainda sobrou espaço nos 460 litros.

O porte maior não torna o Versa um carro bobão. A carroceria torce dentro do previsível, mas em altas velocidades a direção com assistência elétrica fica leve demais. A suspensão, por sua vez, garante firmeza nas curvas e filtra bem os buracos, sem sacrificar os ocupantes – principalmente os do banco traseiro.

O que pode fazer qualquer um quicar é o preço dessa versão. O versa Unique 1.6 2017/17 custa R$ 68.840. Para justificar os dígitos, tem ar automático, bancos de couro, sistema Isofix para fixação de cadeiras infantis e a eficiente central multimídia com GPS e câmera de ré. Por fora, faróis de neblina com molduras cromadas, rodas com aros de 16”, ponteira e maçanetas externas cromadas, além de um desnecessário spoiler na tampa do porta-malas.

A versão mais barata sem CVT e com nível de equipamento próximo é a SL, que custa R$ 62.990. A seu favor, o pós-venda, que não difere nos preços de revisões fixas programadas para versões manuais ou automáticas. São competitivos R$ 2.789 nas seis visitas à concessionária até os 60.000 km. Mas só quem vive o terror dos congestionamentos diariamente sabe como os R$ 5.850 adicionais podem valer para aliviar o esforço do pé esquerdo.

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