Por R$ 56.990, JAC T40 prova que “parecer” é mais importante que “ser”

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp

A JAC quer se posicionar no Brasil de uma nova maneira, e o T40 capitaneia o início desta nova fase. Tido como utilitário compacto pela marca chinesa, ele entra na mesma seara dos aventureiros compactos, onde estão Honda WR-V, Hyundai HB20x, Citroen Aircross e Renault Sandero Stepway. O mais legal nessa história é seu preço: R$ 56.990.

Concebido inicialmente para ser produzido no Brasil, o JAC T40 tem design italiano. A ideia era deixar o modelo consideravelmente maior que seus concorrentes. Ele realmente é maior: com 4,14 metros de comprimento, é 13 cm mais longo que o WR-V. Mas o entre-eixos de 2,49 m é apenas igual ao de um Ford Ka – o WR-V tem 2,55 m.

Como bom chinês que é, o JAC T40 aposta em custo-benefício. Nos primeiros meses ele estará disponível apenas na versão Pack 3, topo de linha. Por R$ 58.990, incorpora equipamentos como câmera de ré, multimídia com tela de 8 polegadas e inédita câmera frontal que capta tudo que acontece na frente do veículo. O carro também vem com controle de tração e estabilidade de série, além dos já obrigatórios freios ABS e airbag duplo frontal.

Seguindo a tendência que tem feito sucesso por aqui com Nissan Kicks e Renault Captur, o único opcional fica por conta do envelopamento do teto em cor contrastante com a da carroceria, que custa R$1.990 a mais. O processo é feito já no Brasil, o que explica a opção pelo adesivo e não por pintura. A película utilizada é produzida pela 3M é está disponível em preto e cinza escuro, sempre em contraste com a cor predominante.

A versão de R$ 56.990, que chegará nos próximos meses, não tem iluminação diurna de leds, câmera de ré e central multimídia.

O trem de força é o mesmo já aplicado no T5, irmão maior. Um motor 1.5 flex de 127/125 cv acoplado a um cambio manual de cinco marchas. Um opção com cambio CVT é estimada apenas para 2018, por conta da cota mensal de carros que a JAC pode emplacar para seguir o programa Inovar-auto, de apenas 400 unidades por mês. A marca trabalha com um número de 300 vendas por mês para o modelo.

Impressões

Logo de cara, o T40 impressiona pelo seu porte. Parece maior do que é. A carroceria é larga, com 1,75 m, tática aplicada em outros novos lançamentos como o Polo e o Argo para dar robustez ao modelo. Ainda no exterior, destaca-se também a pinça pintada de vermelho, algo incomum em carros de fabrica.

Por dentro, o modelo é contrastante. Ao mesmo tempo que tem aplique de couro no painel, também usa plásticos com qualidade e aparência nada agradáveis. A imitação de fibra de carbono na porta aumenta a sensação de requinte, mas há algumas falhas de encaixe e rebarbas na própria peça.

Ao volante, temos o padrão JAC. A direção e extremamente atenuada e o peso é levíssimo. Se por um lado isso ajuda bastante em manobras, em velocidades mais altas, uma progressividade no endurecimento do movimento seria de bom grado. Na estrada, a direção parece boba e transmite muita insegurança ao motorista.

O motor 1.5 de 127cv com etanol faz o que pode, mas não há milagre. Se para o fluxo urbano ele se sai bem, na estrada o bicho pega. Para ultrapassagens seguras, são necessárias até reduções duplas de marcha. E ainda sim o carro não responde com imediatismo.

Para ter um rendimento honesto, o motorista não pode ter preguiça de cambiar. As trocas de marcha são constantes, até em âmbito urbano. Em serras ou aclives, a terceira marcha é a última utilizável. Não estranhe caso seja necessário engatar a primeira. Isso tudo seria resolvido com um câmbio mais curto para melhorar as respostas do motor. Ou com um motor com mais torque em baixas rotações.

No percurso do teste drive, também pude andar um pouco em terrenos mais acidentados e com calçamento de paralelepípedos. A impressão foi boa. A suspensão filtra bem as irregularidades do solo e não transmite desconforto para os ocupantes, apesar do pequeno curso dos amortecedores. Em algumas lombadas, a peça deu final de curso, nada agravante.

A dificuldade em manusear a central multimídia continua sendo um problema dos carros chineses. Com a sensibilidade da tela bem fraca, acionar qualquer tipo de comando e uma tarefa incomoda. Quer um bom exemplo? Parear o celular por Bluetooth não foi fácil.

Além disso, o aparelho não é compatível com Apple CarPlay e AndroidAuto. A câmera frontal é interessante e inédita. Bastante popular na Rússia, onde são utilizadas para evitar fraudes de seguro, tem boa resolução e funcionamento bem prático. Pode ajudar em um eventual acidente, inclusive.

Não há duvida que o T40 aposta na relação entre custo e beneficio. É espaçoso, bem equipado e custa consideravelmente menos que seus concorrentes.

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp

Comentários