Avaliação – Chevrolet Equinox prova que é possível ser espaçoso e confortável sem ser desengonçado

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Quando o assunto é utilitário esportivo espaçoso, os estadunidenses fazem a lição de casa como poucos. Está aí o Chevrolet Equinox para provar isso, só que com alguns bônus. Em nossa avaliação, o SUV médio da GM mostrou que consegue agregar desempenho, tecnologia e comportamento dinâmico ao conforto peculiar.

O conjunto desfaz rapidamente as primeiras desconfianças. Ao avistar a topo de linha Premier do modelo importado do México, o pensamento que vem  à mente é: “nossa, mais um SUV com muitos porta-trecos, mas beberrão e banheirão”.

De fato, conforto e habitabilidade sobram no Equinox. Há diversos porta-objetos práticos, além dos porta-copos obrigatórios. O mais bacana ( que é uma bênção para quem sempre esquece o carregador em casa) é o espaço no console central que carrega o smartphone – basta pousar o aparelho, que tem que ter a tecnologia compatível.

A posição de dirigir agrada. O volante não é exagerado e tem pegada boa. A ergonomia é suficiente e o motorista desfruta de bom vão para os joelhos, ombros e pernas. Também tem-se ótimo campo de visão do que se passa na frente do veículo.

O banco traseiro acomoda tranquilamente dois adultos e uma criança, com bom vão para as pernas, graças ao entre-eixos de 2,72 m. O acabamento interno, porém, destoa. Não que haja rebarbas aparentes ou seja pobre, mas o painel merecia um painel mais caprichado no lugar do plástico rígido. Pelo menos, o couro em partes do revestimento dá o toque de sofisticação.

“Então, deve sofrer para mover essa 1,7 tonelada”, pensa o motorista depois de conferir o ambiente a bordo. Mais um estereótipo que cai logo nas primeiras voltas com o modelo. As acelerações são firmes e o motor turbo de 262 cv entrega logo toda sua vontade enquanto o ponteiro do velocímetro ascende.

Com nove marchas, o câmbio automático é ótimo aliado. Pé no acelerador, suave ou fundo, a caixa encontra a melhor marcha sem perder tempo discutindo o sexo dos anjos. A falha no conjunto fica restrita a um pequeno detalhe: a mudança sequencial das marchas na tecla na parte de cima da alavanca do câmbio. Não que a gente goste, mas, na falta de aletas no volante, até a tecla lateral nas manoplas das transmissões automáticas de modelos da GM (como no Tracker, no Cobalt e na Spin) é melhor.

Nas retomadas, o turbo se faz presente e empurra o utilitário esportivo com vontade – e sem brutalidade – para ultrapassagens. Boa parte do torque de 37 kgfm já aparece antes das 2.000 rpm. O turbo se faz presente em baixos giros e até empolga.

Mas, não se engane: bater pega em pista com o Felipe Massa só nos exageros publicitários. O Equinox é ágil para transitar na cidade e na estrada com conforto e segurança, porém, está longe de ser um SUV esportivo – apesar de ser o carro-madrinha da Stock Car 2018.

“Ah, na estrada é desengonçado”, tenta o motorista rabugento mais uma vez. Feito sobre a plataforma do Cruze e com arquitetura moderna, o Equinox agrada bastante no comportamento dinâmico. A direção com assistência elétrica é obediente e a carroceria inclina dentro da normalidade.

A suspensão, especialmente a traseira independente multibraço, tem acerto que garante conforto sem parecer uma gelatina nos buracos. Aliado a esse bom comportamento estão a barra estabilizadora dianteira e a tração integral automática, que avisa ao motorista sobre a necessidade de acionar o 4×4. Na hora de frear, o Equinox também não sente o peso e a altura.

A propósito, na segurança, o veículo se destaca e entrega pacote condizente com o preço de R$ 155.990 (tem a versão de entrada LT, por $ 137.490, mas aliviada em itens). Além dos controles de estabilidade e de tração e os assistentes à partida em subidas e descidas, o modelo dispõe de monitoramento constante dos veículos à volta. Entre 8 km/h a 80 km/h, na iminência de uma colisão frontal, emite um alerta e aciona os freios caso o motorista não reaja.

Os dispositivos também tomam conta do motorista e pegam o marinheiro de primeira viagem de surpresa. Há opção de alertas vibratórios no banco do motorista na iminência de um acidente. No popular: sua bunda treme se você se aproximar muito de um carro ao manobrar, ou mesmo no trânsito. Até se acostumar, tome de achar que é o celular vibrando no bolso de trás da calça – pode-se trocar por alertas sonoros, se preferir.

Tem ainda alerta de ponto cego e de mudança de faixa – que corrige a direção caso o motorista não tenha acionado a seta e invada a pista ao lado. Monitoramento da pressão dos pneus, regulagem de altura dos faróis, sistema de ancoragem de cadeirinhas Isofix, farol alto adaptável, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro completam o kit. Tem até alerta de que você esqueceu objetos (ou pior, uma pessoa ou um animal) dentro do carro.

O recheio é farto em várias frentes. Ar-condicionado automático bizona e com saídas traseiras, chave presencial, acionamento do motor por botão, sensores de luminosidade e de chuva, trio elétrico, sistema multimídia MyLink com navegador GPS e espelhamento de smartphones, bancos de couro, retrovisor eletrocrômico, espelhos externos com aquecedores e rebatimento elétrico, entre outros.

Ainda tem o sistema start/stop. Bastante invasivo, ele compromete o funcionamento do ar, que demora a gelar depois de o motor despertar novamente, e nem garante consumo legal, ainda mais para um motor turbo: médias de 8,4 km/l na cidade e de 10,1 km/l, na estrada, segundo o Inmetro. Pelo menos, tivemos outro detalhe do que reclamar no Equinox.

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