Híbridos e elétricos crescem 400% em 2 anos no Brasil, mas ainda são pouco acessíveis

Para 2021, expectativa é que segmento cresça entre 50% e 60%.
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Imagem do Toyota Corolla Altis Hybrid
Corolla fez vendas de híbridos ‘estourar’

De 2018 pra cá, a venda de carros elétricos e híbridos cresceu exatos 397%. Só que o preço médio de venda desses modelos ainda está longe de ser acessível, beirando os R$ 240 mil.

É o que mostra o inédito estudo “HEV -Veículos Híbridos e Elétricos 2020”, produzido pela MegaDealer, consultoria automotiva, usando dados da Auto Avaliar, empresa de gestão de compra e venda de veículos usados e seminovos que agrega informações de 3,5 mil concessionárias e 30 mil lojistas.

Para o estudo, foram usadas informações de mais de 5 mil transações de venda de elétricos e híbridos em 2019 e 2020.

Ainda para poucos

Jaguar I-Pace elétrico
Jaguar I-Pace foi o quarto carro elétrico mais vendido do Brasil em 2020

Nesse intervalo de dois anos, a média de preço de venda vem aumentando. Em 2019, o ticket médio anual foi de R$ 157.492. Já em 2020, segundo o levantamento, subiu para R$ 192.200, com dezembro registrando o valor mais alto em todo o ano: R$ 271.546.

Ao desconsiderar a Toyota, responsável por 65% das vendas de híbridos e elétricos (falaremos disso mais adiante), a média é ainda mais alta – R$ 248.600 em 2019 e quase R$ 340.000 em 2020. Isso é reflexo da ofensiva em híbridos e elétricos das marcas de luxo.

Chevrolet, Nissan, Renault e Jac, além da própria Toyota, são as únicas fabricantes consideradas generalistas, a ofereceram veículos eletrificados no Brasil. Ainda assim, iEV20 (R$ 149.990) e Corolla (R$ 151.090), os mais baratos de seus gêneros, ficam muito longe de serem acessíveis.

Mercado cresce rapidamente

É preciso considerar que a base de 2018 era pequena, com cerca de 4 mil unidades. No entanto, não podemos descartar o crescimento expressivo do segmento, que encerrou 2020 já próximo dos 20 mil carros vendidos.

O grande responsável por esse salto tem nome e sobrenome, como explica Fabio Braga, country manager do AutoAvaliar.

“Tem um novo competidor que mudou o segmento no ano passado, que foi o Toyota Corolla, que foi o primeiro híbrido feito no Brasil”.

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No ano passado, o modelo foi o líder de vendas entre os eletrificados, com 9.610 unidades, quase metade do total do segmento. Aliás, a Toyota é a líder isolada entre híbridos, com 65% das vendas.

Ela é seguida de longe pela Volvo, com 16%. Aqui, é preciso ressaltar que a marca sueca oferece uma versão híbrida para todos os modelos de sua linha. E já disse que vai lançar seu primeiro modelo 100% elétrico no país ainda em 2021.

Ainda falando da Volvo, a empresa iniciou em janeiro uma ação única, na qual está emprestando 100 veículos híbridos de sua frota para qualquer pessoa. Até agora, já foram realizados mais de 5 mil cadastros na plataforma da fabricante.

Audi e-tron Sportback

Entre os elétricos, quem lidera é o Audi e-tron, que teve 183 unidades emplacadas em 2020. Depois dele, aparecem Chevrolet Bolt (108), Jac iEV40 (105) e Jaguar I-Pace (98).

O sucesso de híbridos e elétricos passa por uma evolução no pensamento do consumidor. “Tem um pouco da economia de combustível, mas tem muito de ser uma pessoa ecologicamente correta. E essas pessoas podem pagar por isso. No caso dos elétricos, também tem a questão de ser detentor do que há de mais avançado no mercado”, completou Braga.

Mais lançamentos para 2021

Peugeot Expert elétrica

E, ao menos se depender das fabricantes, 2021 deverá ser agitado nos lançamentos de híbridos e elétricos.

Gigantes, como Jeep, Fiat e Peugeot devem entrar no segmento. Outras marcas consagradas, como Toyota, Ford e Audi devem reforçar a presença entre os eletrificados.

No nosso levantamento, ao menos 17 carros elétricos e híbridos chegam ao longo do ano. E a lista ainda cresceu, com a apuração exclusiva do lançamento das vans elétricas de Peugeot e Citroën.

Fabio Braga acredita que, mesmo em um cenário de reflexos da pandemia no primeiro semestre de 2021, as vendas de carros elétricos e híbridos devem crescer consideravelmente.

“O consumidor brasileiro é ansioso pela tecnologia. Então, as taxas devem ser superiores a 50%, 60%”, disse.

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