Serão até sete lançamentos entre os compactos nos próximos meses
Maior altura em relação ao solo, pneus mais largos, mais força, tração nas quatro rodas eram características indispensáveis às picapes e aos jipes décadas atrás. Mas, com o passar do tempo, eles ganharam descendentes que nem sempre estão afim do trabalho pesado e que gostam mesmo é do dia-a-dia dos grandes centros urbanos, se dando ao luxo, muitas vezes, de dispensar alguns dos atributos de seus ascendentes. Estes são os utilitários esportivos, ou SUVs, que compõem um segmento que ficará agitado com as novidades prometidas para os próximos meses.
Nascidos do cruzamento de picapes e jipes com carros de passeio, com sua carroceria montada praticamente sobre os mesmos chassis, os SUVs começaram a adotar chassi monobloco – como nos carros de passeio – conforme se aproximavam do mundo civilizado. O mundo descobriu que é legal dirigir em posição elevada, o que levou os fabricantes a apostarem em SUVs compactos. É uma modinha com cerca de 15 anos, mas o primeiro foi o foi o Lada Niva, criado na década de 70, quando os soviéticos precisaram fazer um jipe tendo nas mãos o projeto do pequeno Fiat 127.
Culpados pelo IBAMA por ter colocado as peruas em extinção e as minivans em situação de risco, os SUVs compactos dominam as vendas de comerciais leves, ocupando dez posições da lista dos 20 mais vendidos. Não é pouco: a fórmula pegou no Brasil, e hoje ganha o mundo.
A receita foi muito simplificada. A maior parte destes utilitários compactos usa a plataforma de hatches com maior altura livre em relação ao solo, pneus mais largos e, às vezes, estepe na traseira. Nessa onda é que surfam os modelos como Ford EcoSport, o Renault Duster e o Chevrolet Tracker. Apesar dos dois primeiros terem opção de versão 4X4 e do francês ainda ter
certa desenvoltura no fora-de-estrada, é na cidade que eles se sentem à vontade, e é justamente onde a maior parte de seus proprietários vive.
Para os próximos anos meses, o segmento tende a ficar ainda mais movimentado, com a chegada de novos modelos. Alguns marcam a estreia do fabricante neste meio, mas outros reinventam a estratégia já usada em outras ocasiões. (Com Pedro Ivo Faro) O que vem por aí
Honda HR-V
Apesar da marca nipônica ter o CR-V, faltava um modelo menor, para concorrer com EcoSport e cia. É aí que entra o HR-V – Vezel no Japão -, que usa a mesma plataforma dos novos Fit e City. O jipinho estreia em 2015 e será o primeiro modelo montado na fábrica da Honda em Itirapina (SP) . Por aqui ele terá os motores 1.5 de 115cv do Fit e 1.8 de 140 cv do Civic, com a opção de transmissão automática do tipo CVT ou manual de seis marchas, e tração dianteira.
Jeep Renegade
A marca americana, que agora é controlada pela Fiat, fará sua estreia no segmento dos SUVs compactos com o Renegade. O modelo, apesar de compacto, tem vários traços que não renegam a origem (e o DNA) Jeep. Como maior destaque o Renegade terá o primeiro câmbio automático de nove marchas do segmento, sendo sempre 4X4. Os motores serão diversos, misturando os E.TorQ, Multijet e Multiair da Fiat com o Tigershark da Chrysler, estes com direito a câmbio automático de nove marchas. Ele sairá da nova fábrica do grupo em Goiana, Pernambuco, já a partir do ano que vem.
Hyundai ix25
Apesar de ter uma oferta extensa de jipes de todos os portes em sua linha, a Hyundai não tem nada pequeno. Seguindo a linha de utilitários esportivos, como o ix35 e o Santa Fe, trabalha para lançar na China em breve o ix25. Ele usa a mesma plataforma do HB20, mas por enquanto será exclusivo para o país asiático. Claro que a Hyundai não deixará ele de fora do Brasil, mas pode demorar um pouco mais.
Peugeot 2008
Uma que fará a estreia no segmento será a francesa Peugeot, com o 2008. O modelo já roda em outros lugares do mundo, e aqui será feito em Porto Real (RJ). A apresentação oficial se dará no Salão do Automóvel, em outubro, com as vendas se iniciando logo na virada do ano. Como motores, o 2008 terá os 1.6 flex start de C3 e 208 na versão básica e o 1.6 THP (turbo) de 165 na versão top, com câmbio manual de cinco marchas ou automático de quatro.
Renault Captur
Sem carros importados, senão o Fluence, que é argentino e não entra pra conta, a Renault simplesmente não usa a cota de 4.800 carros que pode trazer de fora sem alíquota do IPI majorada. Por pouco tempo. Ela já trabalha para trazer da Europa o poderoso Mégane R.S. e o SUV compacto Captur. Ele usa a mesma plataforma do novo Clio, tem visual descolado e seu motor mais potente é um econômico 1.2 turbo de 120cv que, entretanto, poderia ser substituído para o Brasil.
Volkswagen Taigun
Baseado na plataforma modular compacta da Volkswagen, NSF, o Taigun será baseado na mesma plataforma do Up!. Ele já foi mostrado como conceito duas vezes: no Salão de São Paulo há dois anos e em Nova Déli em abril, e na edição deste ano do evento paulistano aparecerá prontinho para ser vendido. Uma boa novidade que pode trazer é a versão turbo do motor 1.0 3 cilindros (EA211), que gera 112cv na Europa. Na pior das hipóteses, terá o novo 1.6 16V de 120cv.
Citroën C4 Cactus
Este é dos mais incertos. Com visual incomum mas uma coleção de elogios da imprensa europeia por sua “esquisitice funcional”, o C4 Cactus tem sua importação para o Brasil sob estudo pela Citroën; é que a marca tem com o que gastar sua cota de importados com os três DS e o C4 Picasso – que ganha nova geração no Brasil no fim do ano. Vale torcer para sua vinda, mas que seja com algo mais do que um motor 1.2 de 110cv.