Turbo elétrico é um dos responsáveis pela mágica

Primeiro carro com motor 1.0 após anuncio de redução do IPI, o Fiat Uno Mille de 1990 tinha apenas 48cv. E você passou os últimos 25 anos desdenhado dos motores um-litro – com alguma razão. Até que a Volkswagen concentrou todas as suas tecnologias mais modernas para extrair o máximo de seus motores e conseguiu tirar 272cv e 27,5kgfm de torque de um 1.0 de três cilindros muito parecido com o do Up! (que tem 82cv). A Volkswagen anunciou o feito durante um simpósio de motores em Viena, na Áustria. Para acontecer a mágica, a Volkswagen trocou o cabeçote, colocou injeção direta e instalou um turbo de fluxo simples e um e-Turbo, o turbo elétrico que a Volkswagen está refinando para pôr no mercado dentro de poucos anos. Ao invés de seguir a tradicional receita dos motores turbo modernos e utilizar apenas um turbo de duplo fluxo, que lida melhor com rotações menores, a Volkswagen preferiu colocar uma turbina focada nas rotações mais elevadas e que não limita tanto o rendimento do motor. Para contornar o turbolag – o atraso nas respostas do turbo –, entra em ação o turbo elétrico, que depende apenas de um motor elétrico – e não da pressão dos gases de escape do motor – para garantir desempenho desde as rotações mais baixas. Este motor seria um belo começo para uma versão do Up! com uma bela relação peso-potência, mas a Volkswagen deverá empregar seu 1.0 poderoso no Polo que corre no rali WRC, nos próximos anos. É uma boa forma de medir a durabilidade dos sistemas e, aos poucos, emprestar as tecnologias aos carros de rua.