Com motor flex e câmbio automático, Toyota Hilux SRV é picape de passeio

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Configuração única no segmento vai bem na cidade

Toyota Hilux SRV Flex (2)

Glória Maria consegue esconder a idade. A Toyota Hilux não. As duas plásticas sofridas pela picape nos últimos anos não esconderam os 10 anos de projeto, e saber que a próxima geração está pronta – e chega na virada do ano – não ajuda. Mesmo assim, a Hilux tem público fiel e ainda ousa ao explorar nichos não explorados pelas concorrentes.

Toyota Hilux SRV Flex (60)

Esta versão avaliada é um bom exemplo. É uma Hilux SRV, topo de linha, mas o motor é o 2.7 flex e a tração, 4×2 (traseira). Mas tem câmbio automático, conforto que as concorrentes só oferecem com motor diesel. Pra quem não pensa em sair do asfalto é mais que suficiente, mas se for sair existe a opção de tração 4×4.

Picape de passeio

Grade e para-choque foram os principais alvos das duas últimas reestilizações. Mas, abra a porta e note que tudo continua o de sempre. Se não faltam itens de conforto esperados de uma picape topo de linha, como ajuste do banco elétrico, central multimídia – com navegador GPS, TV e DVD e câmera de ré – e revestimento em couro, é estranho olhar para o ar-condicionado digital com aspecto antiquado e iluminação verde.

Toyota Hilux SRV Flex (13)

Ao volante, esta Hilux é suficiente. O 2.7 VVT de 163/158cv(etanol/gasolina) e 25kgfm de torque se mostrou valente para lidar com os 1.830kg da picape vazia. Sem trocas sequenciais, o câmbio automático de quatro marchas cumpre sua função esticando as marchas e com posição para situações que exigem mais força.

O esforço reflete no consumo. A picape registrou média de 4,5km/l na cidade e 6km/l em rodovia, sempre com álcool no tanque. E que tanque! São 80 litros para garantir uma autonomia digna (até 480km, portanto). Dali a meses você chegará para o frentista cantando Fundo de Quintal: “A amizade… Nem mesmo a força do tempo irá destruir”.

Toyota Hilux SRV Flex (22)

Ter tração 4×2 não é defeito para boa parte do público das picapes flex, mas controles de tração e estabilidade são de extrema importância num carro tão alto e pesado, e com tração traseira. E são equipamentos de segurança que apenas a Hilux SRV diesel tem.

A suspensão preza pela robustez e tem o tradicional eixo rígido na traseira. É firme e tende a fazer a picape quicar ao passar por pequenas irregularidades e buracos. Talvez seja uma característica que reforce a fama de ser confiável. Quem nunca ouviu um conselho de um proprietário de Hilux para comprar uma pois ela não quebra?

Glória Maria F.C.

Toyota Hilux SRV Flex (12)

Funciona para usar no dia a dia? Sim, principalmente se o motorista tiver experiência com picapes com câmbio manual e se lembrar como seria estar no engarrafamento lidando com a embreagem. A carroceria esguia (as concorrentes, uma geração a frente, são maiores) e a visão traseira com o apoio da câmera de ré ajudam nas manobras apertadas, mas você sofrerá nos shoppings e estacionamentos apertados do mesmo jeito. Experiência própria.

A velha máxima do futebol diz que em time que se está ganhando não se mexe. A Toyota levou isso bem a sério com a Hilux e o time ficou velho, mas ainda é competente frente aos concorrentes.É como se o Barcelona de Ronaldinho, Eto’o, Messi e Deco continuasse entrando em campo, mas contra qualquer time é brasileiro.

Galeria

Fotos | Fabio Perrotta

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