Primeiras impressões – JAC T5 quer mudar a imagem dos carros chineses

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Utilitário parte de R$ 59.900 e é o mais moderno vindo da China

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A indústria automotiva até se movimenta em outras direções. Mas apesar das novas possibilidades, os utilitários esportivos continuam sendo o segmento mais agitado. Depois da “revolução” causada por Jeep Renegade e Honda HR-V no ano passado, chegou a vez da JAC entrar na dança com o T5. Os chineses, no entanto, são realistas, e não apontam a dupla como principais rivais. Com preços entre R$ 59.900 e R$ 69.900, estão de olho mesmo é na faixa de entrada e querem um pedaço das fatias do Ford EcoSport e do Renault Duster.

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Além dos antigos líderes do segmento, o SUV compacto da JAC quer incomodar “pseudo-lameiros” como o Citroën Aircross, Renault Sandero Stepway e Volkswagen CrossFox. Naturalmente entram na briga Chery Tiggo e Lifan X60. Mas os dois aparecem apenas como figurantes. O “diferentão” da turma, o jipinho da marca da estrela está num patamar muito acima dos compatriotas.

Isso porque o T5 é o modelo chinês mais moderno vendido no Brasil. Primeiro carro da terra de Bruce Lee a desembarcar aqui com controle de estabilidade, o utilitário ainda tem monitor de pressão de pneus, ar-condicionado digital e central multimídia com tela de oito polegadas e espelhamento de smartphones.

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As versões mais equipadas trazem ainda um “alfabeto” inteiro de assistentes de condução: BOS (anula o acelerador quando o pedal é pressionado simultaneamente com o do freio, ou seja, evita punta tacco), BAS (assistente nas frenagens de emergência), HSA (partida em subida) e TCS (controle de tração). E a partir de agosto estará disponível o câmbio CVT.

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Preços e versões

Estão disponíveis três configurações para o T5. A de entrada, que deve confrontar os maquiados hatches aventureiros, é chamada de Pack 1. Parte de R$ 59.990 e vem com direção, vidros, travas e retrovisores elétricos, banco do motorista com ajuste manual de altura, ar-condicionado digital, sensores crepuscular e de estacionamento traseiro e os sistemas BOS e BAS.

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O Pack 2 custa R$ 64.990 e adiciona luzes diurnas em LED, HSA, ESP, TCS, faróis e lanternas de neblina, barras longitudinais de teto e rodas de liga leve de 16 polegadas. Já o Pack 3, topo de linha que custa R$ 69.990, acrescenta central multimídia com tela de oito polegadas, revestimentos de couro e câmera de ré).

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Em todas as versões, o motor é o conhecido 1.5 JetFlex, com 16V e comando variável. A potência é de 125cv com gasolina e 127cv com álcool, sempre a 6.000 rpm. Por enquanto, a única opção de câmbio é a caixa manual de seis velocidades.

Ao volante

A relação do motorista brasileiro com carros da China é sempre de desconfiança. Preconceito? Sim. Porém, é justificável. As marcas do país asiático “acabaram” de chegar. Até os franceses passaram por isso. Também pesa contra os conterrâneos da Chun Li  chineses a imagem dos produtos de outros segmentos. E os primeiros carros que vieram de lá ainda traziam aquela alma “xing-ling”. Mas o JAC T5 começa a mostrar que eles entenderam o jogo.

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Com estilo bem resolvido, o utilitário lembra, até certo ponto, os crossovers-cupês. A frente é alongada e o teto cai levemente em direção à traseira. O T5 agrada também no interior. O habitáculo é bonito, bem acabado e sem rebarbas. Parece que o tempo dos arremates mal feitos acabou para os chineses. Numa espécie de “teste cego”, um motorista que abrisse os olhos dentro do JAC T5 acreditaria estar num japonês ou coreano. É verdade que a maioria dos plásticos é dura (como acontece também nos principais rivais). Mas não passam a impressão de baixa qualidade. Os cromados continuam em excesso, mas há partes que simulam metal escovado que casam muito bem com os revestimentos em couro. A costura contrastante, em vermelho, completa aspecto refinado.

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Além de agradar aos olhos, o T5 é confortável. Os assentos recebem o motorista e o carona. Sobra espaço também para quem viaja atrás. Um adulto de 1,80m consegue se acomodar bem ali, mesmo que os ocupantes da frente também sejam grandes. Os comandos estão bem posicionados e são intuitivos. A ergonomia, no entanto, é comprometida pela falta de ajuste de profundidade do volante.

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Ao dar a partida e engatar a primeira, a sensação é de que o câmbio carece de precisão nos encaixes. Isso se confirma ao arrancar com o T5. Mas o problema diminui enquanto os quilômetros se passam e o motorista se acostuma. Dinamicamente, a resposta é boa. A transmissão é calibrada para melhorar o consumo de combustível. A sexta marcha permite rodar em velocidade de cruzeiro de 120km/h enquanto o conta-giros repousa na casa dos dois mil giros. O resultado é de bons 10,4km/l na estrada, com álcool no tanque (os dados da fabricante indicam 8,1km/l na mesma situação).

O isolamento acústico agrada. Dentro do carro, escutava-se apenas o ronco do amigo jornalista que descansava no banco traseiro. Quase nenhum ruído externo invade a cabine quando se conduz de maneira mais pacata. Ao pisar, o motor reverbera lá dentro, mas não o bastante para ser considerado um incômodo.

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O roteiro da avaliação incluía estrada plana, serra e perímetro urbano. Nas três situações, o T5 se saiu bem. Quando era possível acelerar e pedir mais do carro, ele respondia e entregava boas retomadas nas ultrapassagens. Também não enfrentou dificuldades nas subidas. O SUV chinês mostrou seguro nas curvas, permanecendo sempre sob controle e sem sustos. Resultado do trabalho do controle de estabilidade. Mas as lombadas e valetas no meio do caminho fazem o T5 dar trancos no banco. O ajuste da suspensão merece um olhar mais cuidadoso da JAC, quando o carro começar a ser montado por aqui, na fábrica baiana de Camaçari.

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Na cidade, com o severo trânsito da hora do rush, o utilitário pede um pouco mais de paciência. Se em alta velocidade o motor se vira com rotações mais baixas, nos engarrafamentos é preciso encher o propulsor para extrair os 15,4kgfm de torque (15,2 com gasolina), disponíveis a 4.000rpm. Isso se torna um pouco cansativo, embora não seja uma exclusividade do T5.

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Foi pouco tempo em contato com o JAC T5, mas suficiente para concluir que tem grande potencial para incomodar rivais já consolidados entre os utilitários de entrada. E após ter avaliado também o Lifan X60 e o Chery Tiggo, na época de seus respectivos lançamentos, é fácil afirmar que se trata do melhor SUV chinês vendido no Brasil.

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