Desafio maior do que encontrar encontrar tecnologias que tornem os automóveis mais eficientes é aplicá-las com pouco efeito sobre o preço final do carro. A estreia do motor 1.0 EcoBoost no Ford Fiesta não só interferiu em seu preço como também resultou em mudanças em toda a gama de versões do modelo.
Principal novidade é o motor 1.0 EcoBoost, que há tempos peita motores maiores na Europa, onde move o Mondeo, B-Max, Focus, EcoSport e versão esportiva do Fiesta, na qual rende 140 cv. Por aqui, o três cilindros chega importado da Romênia e queimando apenas gasolina para render seus 125 cv de potência a 6500 rpm e torque de 17,3 kgfm entre 1.400 e 4.500 rpm. Para efeito de comparação, o 1.6 16V da marca rende até 128 cv e 16 kgfm de torque queimando álcool.
Entre as tecnologias há, injeção direta de combustível e duplo comando variável de válvulas. Mas a bomba de óleo também tem atuação variável, a correia é banhada em óleo, o coletor de escape é integrado ao cabeçote, há sistema de resfriamento dos pistões por jato de óleo e duplo sistema de aquecimento e arrefecimento. O turbocompressor tem solenoide no lugar da válvula wastergate, na tentativa de eliminar qualquer atraso em seu tempo de resposta.
É um motor de tecnologia fascinante, que justifica seu posto de motor 1.0 mais potente do País. Mais que isso: fez o Fiesta andar mais rápido e ficar mais econômico do que nas versões com motor 1.6 16V Ti-VCT. A Ford anuncia 0 a 100 km/h em 9,6 segundos, com consumo médio de 12,2 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada.
Este motor tende a se tornar lenda no futuro. Além de queimar apenas gasolina, quando sabe-se que há uma versão flex em desenvolvimento, ele representa uma opção para a versão mais cara do modelo. O Ford Fiesta Titanium Plus custa agora R$ 70.690 com o motor 1.6 Ti-VCT e R$ 71.990 com o 1.0 EcoBoost (ou seja, R$ 500 a menos do que um Focus 1.6 SE). Ambos são vendidos apenas com o câmbio Powershift, automatizado de dupla embreagem e seis marchas. Ou seja, os 1.0 serão, na prática, cobaias.
As duas configurações têm os mesmos equipamentos: ar-condicionado digital, assistente de partida em rampa, controles de estabilidade e de tração, faróis de neblina, polegadas, sensor de estacionamento traseiro, sete airbags, bancos de couro, partida sem chave, espelho retrovisor interno eletrocrômico, rodas de liga leve de 16 polegadas, piloto automático e sensores de chuva e crepuscular.
Gama de versões acompanha as mudanças
Em vez de distribuir o 1.0 EcoBoost pela linha, a Ford fez mudanças na gama de versões no Fiesta para se concentrar no motor 1.6. O motor 1.5 16V Sigma de 111 cv torna-se exclusivo para vendas diretas e frotistas, enquanto a versão de entrada S é substituída pela SE. Como meio termo entre a versão SE e Titanium Plus, surge a SEL.
Na prática, o Ford Fiesta passa a partir dos R$ 51.990 na versão SE. A versão tem de série ar-condicionado, direção elétrica, computador de bordo, espelhos com ajuste elétrico, faróis com máscara negra, grade fronta prata, alarme, banco traseiro bipartido, travas elétricas e vidros elétricos apenas nas portas dianteiras.
Em seguida, por R$ 58.790 com câmbio manual de cinco marchas e R$ 64.900 com câmbio Powershift, vem a nova versão SEL. Esta soma ao pacote da versão SE itens como ar-condicionado digital, assistente de partida em rampa, controles de estabilidade e de tração, faróis de neblina, rodas de liga leve de 15 polegadas, sensor de estacionamento traseiro, sistema de som com central Sync, AppLink e vidros elétricos nas quatro portas.
Depois, só a versão Titanium Plus. O Fiesta nunca esteve tão premium quanto agora. Principalmente quando um Focus 1.6 SE parte dos R$ 72.490.