Pergunta da Semana – Quão potente deve ser um carro pro cotidiano?

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Qual é o mínimo aceitável para não sentir raiva no dia a dia?

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Embora não pareça, nas próximas linhas você lerá – e queimará neurônios – em mais uma Pergunta da Semana: sim, estamos de volta. Entretanto, por uns instantes, isso aqui parecerá mais uma revista de fofoca ou a coluna social do seu jornal local. Pois falaremos de festas, vida íntima e afins. Para que haja a devida ambientação, vamos convocar o DJ de uma vez para soltar o som da festa. Toca uma aí, dê-jota!

Bom, tinha uma festa rolando. A festa de formatura desse escriba, em um dos cartões-postais da capital das alterosas. Cerveja, whisky, carne e risadas às dúzias – e eu me desdobrando entre o serviço aos convidados, os goles devidos de Jack Daniel’s Honey e a atenção aos presentes. No meio do convescote, já com o juízo semi-alterado, um convidado indaga a esse então recém-formado engenheiro (me deem os parabéns nos comentários) a seguinte questão:

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“Qual é a potência ideal para que um carro de uso urbano seja agradável?”

Acreditem ou não, o whisky não tirou minha capacidade de raciocínio lógico. Respondi da seguinte forma:

“Qualquer carro que tenha ao menos 12 kgfm de torque por tonelada disponível a menos de 2.500 rpm tende a ser agradável no uso urbano no que toca o vencimento as forças inerciais”.

O que aconteceu depois disso? O convidado-inqueridor me olhou como se eu estivesse uns 3 DDD para lá de Bagdad. Simplesmente me olhou com cara de tacho, embora eu gozasse plenamente de minhas faculdades mentais. Por que tal espanto?

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Simples. Em algum lugar da história, algum sábio disse que “as pessoas compram potência, mas dirigem torque”. Em termos simplistas – caso haja a demanda, podemos entrar mais profundamente no assunto – o torque é mais importante no cotidiano do que a potência. Isso se dá pela simples equação matemática:

Potência = (Torque x RPM)/Constante de conversão.

Sabemos que não é comumente agradável a subida constante de giros do motor para o motorista comum. Sendo assim, se buscamos um valor “X” de potência, um carro com torque “T1” obterá esse valor “X” de potência a uma rotação “R1”, da mesma forma que um carro com torque “T2” obterá “X” a uma rotação “R2”. Colocando em termos matemáticos, temos que:

T1 x R1 = X
T2 x R2 = X

Logo, se sabemos que o torque “T1” do carro 1 é maior àquela rotação “R1”, podemos afirmar que:

T1>T2
R1<R2

Naturalmente, você afirmará: “Renato, seu imbecil, pare de colocar equações e inequações na minha frente e diga a conclusão dessas letras de uma vez”. Bom, então se temos dois carros bem próximos entre si em termos de peso, porte e afins, aquele que oferecer mais torque a rotações mais baixas tenderá a ser mais agradável no uso urbano justamente por “esgoelar” menos o motor. Simples né?

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Passada essa viagem matemática escalafobética, voltemos à nossa pergunta: você já parou para pensar no quanto de torque – e como ele é entregue – no seu carro ou nos automóveis que temos na rua? Observe o fenômeno Volkswagen up! TSI e seu EA211 brilhante: muito torque relativo para a massa daquele caixote mágico, entregue a baixos regimes. Daí a fama de “carro fortinho, gostoso para a cidade” que o modelo em questão tem obtido. Idem ocorre nas pick-ups com motor Diesel, que entregam montanhas de torque a baixas RPM, dando a impressão de força infinita nas saídas de semáforo, aclives e afins.

O que você acha disso tudo? Pensou no torque do seu carro na hora de comprá-lo – ou sequer conhecia tal lógica? O carro de uso diário desse escriba oferece torque dentro daquela afirmação do começo do texto. O seu também? Alguma experiência, concordância, discordância ou vontade de matar o autor? Vamos, opine logo abaixo!

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E até a próxima.

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