Hoje é um dia histórico para a indústria automotiva: a apresentação oficial, na África do Sul, da Mercedes-Benz Classe X. Trata-se da primeira picape média do segmento de automóveis premium do mundo. E outra notícia legal é que a badalada novidade será vendida no Brasil!
Isso mesmo. A Mercedes-Benz Classe X deverá estrear nos mercados de primeiro mundo até o fim deste ano e nós devemos tê-la no ano que vem. Não virá de muito longe: a fabricação que abastecerá o mercado latino acontecerá na Argentina.
Por que fabricação argentina? Porque a Classe X utiliza chassi e cabine da Nissan Frontier (vendida aqui no Brasil), oriunda do país vizinho. Sério? Sim, a carroceria Mercedes-Benz só se tornou real porque foi feita uma parceria da fabricante alemã com a aliança Renault-Nissan.
A Mercedes então dotou a picape com o estilo dos seus emblemáticos veículos. Ao observarmos suas linhas podemos traçar certa semelhança com os SUVs da marca, porém com um incremento de robustez, vide, por exemplo, o para-choque dianteiro. No interior, ambientação também característica da marca da estrela de três pontas, além da tecnologia empregada em instrumentos, equipamentos e interface multimídia.
Mecânica mista
Derivada da Frontier, debaixo do capô da Classe X estará o mesmo motor encontrado na picape japonesa: o quatro cilindros 2.3 diesel biturbo de 190 cv. Uma versão do mesmo propulsor, porém com 163 cv, também estará disponível. Tal variante mais branda será a X 220 d, enquanto que a outra mais forte será a X 250 d. Uma opção a gasolina, a X 200, com motor 2.0 turbo de injeção direta e 165 cv, será oferecida em mercados como os EUA.
No Brasil, quando chegar, vamos supor que a Mercedes X seja oferecida com o motor diesel de 190 cv. É interessante, dentro deste contexto, analisar a concorrência de mercado: temos aqui picapes, que apesar de não serem de luxo, entregam motores mais potentes, como por exemplo a Chevrolet S10 e Ford Ranger, cujos trens de força dispõem de 200 cv. Ainda vale ressaltar que a Volkswagen Amarok terá um upgrade para uma unidade V6 de 224 cv.
Ou seja, é fundamental para a Mercedes-Benz dotar sua estreante de motores V6. É especulada uma versão X 350 d, com um seis cilindros 3.0 de 258 cv e 56,1 kgfm de torque, associado com transmissão automática de sete marchas denominada ‘7G-Tronic Plus’ e tração integral ‘4MATIC’.
Outro trunfo de ter a estrutura Nissan é o moderno conjunto de suspensão para uma picape média, composto pelo chassi de longarina combinado com um eixo traseiro rígido, este por sua vez dotado de multibraços e molas helicoidais, em substituição aos veteranos feixes de mola da categoria. A tecnologia proporciona mais conforto no fora de estrada e melhor controle da caminhonete no asfalto.
Versões para trabalho
De acordo com Christian Pohl, gerente de produto de Classe X, serão três níveis de acabamento: Pure, Progressive e Power. A primeira tem rodas de aço de 17 polegadas, faróis halógenos e central multimídia mais simples. Os opcionais desta são assistente para estacionamento semiautônomo e, para os motores diesel, opção do câmbio automático de sete marchas e tração integral.
Na Progressive as rodas já são de liga leve, medindo também 17 polegadas. Os para-choques ganham a cor da carroceria. Por dentro, a regulagem dos retrovisores externos passa a ser elétrica (na Pure não é), volante e as alavancas de câmbio e freio de mão são revestidas em couro. O sistema de som é distribuído entre oito alto-falantes.
O melhor do aporte tecnológico da Classe X está empregado na Power. Esta exibe rodas de 18 polegadas e faróis de LED. Na cabine, ocupantes dispõem de partida por botão, ar-condicionado digital, retrovisores externos com rebatimento elétrico e bancos dianteiros com regulagem elétrica. Para esta ainda há rodas de 19″ como opcionais.
Especula-se, para o mercado europeu, preço inicial de 37.300 euros (cerca de R$ 136 mil), numa versão diesel com tração traseira e câmbio manual de seis marchas. No Brasil, ainda não há valores previstos.