Nada como se valer dos bons frutos colhidos na Fórmula 1 para lançar um carrão. A Mercedes-Benz pegou a tecnologia híbrida das pistas e transformou em um superesportivo, que dá as caras em forma de conceito no Salão de Frankfurt 2017.
O Project One celebra os 50 anos da AMG – preparadora da marca alemã – com bastante banca. São 1.000 cv de potência combinada do conjunto híbrido usado na F1, cabine que é um verdadeiro cockpit, produção limitada a 275 unidades e preço na casa dos 2 milhões de euros (mais de R$ 7,38 milhões).
O conjunto reúne motor a combustão aliado a quatro elétricos. Diretamente da escuderia Mercedes-Petronas vem o 1.6 V6 turbo com injeção direta, posicionado à frente do eixo traseiro e que chega a espantosas 11.000 rpm. Para acompanhar o tranco do motorzão, foram adotadas válvulas pneumáticas, no lugar das molas mecânicas.
Já a turbina é acionada eletricamente e pode girar a até 100.000 rpm graças a um motor de 122 cv . Outro propulsor, de 161 cv e posicionado no eixo virabrequim, serve de auxílio ao motor a combustão e recupera a energia nas desacelerações – que abastecem as baterias de íon de lítio.
Já os dois motores elétricos posicionados nas rodas dianteiras, de 163 cv cada, fazem o conceito rodar só na eletricidade e podem chegar a rotações de até 50.000 rpm. A aceleração e a frenagem de cada um são independentes graças a um sistema de vetorização do torque.
Quando se exige mais do pedal do acelerador, porém, o V6 turbo entra em cena. O 0 a 200 km/h é prometido em menos de seis segundos no modo de condução Race, e a máxima passa dos 350 km/h, segundo a própria Mercedes.
Completam o supercarro a suspensão multibraço ajustável com geometria também herdada da F1, pneus Michelin Pilot Sport Cup 2 encomendados especialmente para o conceito (285/35 nos dianteiros e 335/30, nos traseiros) e rodas com aros de 19″. A tração é integral sob demanda e a transmissão manual de oito marchas foi desenvolvida exclusivamente para o Project One, com opções de mudanças automatizadas nas aletas atrás do volante.
Dentro, o cupê de dois lugares é pura esportividade. As portas têm abertura do tipo tesoura, bancos tipo concha integrados à estrutura de fibra de carbono do carro e pedais reguláveis. O volante com desenho “retangular” e cheio de comandos remete a um carro de competição. O quadro de instrumentos é configurável e a tela central multimídia esbanja mais modernidade que muito tablet por aí.
“Diante de uma concorrência intensa, desenvolvemos tecnologias das quais nossos veículos de produção também se beneficiam. Tiramos proveito de nossas experiências e sucessos em três campeonatos mundiais de construtores e de pilotos para levar a tecnologia de Fórmula 1 para as ruas pela primeira vez”, garante o CEO da Daimler AG, Dieter Zetsche.