Em 4 décadas, hatch compôs família, teve 10 motores diferentes e estreou injeção eletrônica e bicombustível.
Há 40 anos, a Volkswagen fazia uma aposta ousada. O Gol chegava com a imensa responsabilidade de ser o substituto do Fusca, um verdadeiro campeão de vendas.
Depois de alguns tropeços, o Gol ganhou seu lugar ao sol, e, passadas 4 décadas, se tornou também um veículo emblemático na nossa indústria. Na verdade, superou até o Fusca em vários aspectos.
O Gol é o carro mais produzido do Brasil, com 8,5 milhões de unidades, o mais vendido, com quase 7 milhões emplacados, o mais exportado, com 1,5 milhão de exemplares. E também o que liderou o mercado por mais tempo: 27 anos consecutivos, entre 1987 e 2013.
Foi ele que estreou a injeção eletrônica em carros nacionais, com o lendário GTI, em 1988. 15 anos depois, em 2003, o Gol foi o primeiro carro brasileiro com a tecnologia flex, colocando a foto do tanque sendo abastecido com duas bombas na história.
Além disso, o hatch compôs família, com derivações sedã (Voyage), perua (Parati) e picape (Saveiro). Desses, apenas a perua deixou de existir.
Motores de todos os tipos
Em 4 décadas, o Gol teve as mais variadas motorizações. A primeira oferecida foi um 1.3 de 42 cv, que não foi tão bem aceita pela pouca potência. Falta de motor, na verdade, nunca foi problema para o Gol.
Nesse tempo todo, foram mais de 10 arquiteturas diferentes: refrigerados a água ou ar, aspirados ou sobrealimentados, com comando simples ou duplo de válvulas, a gasolina, álcool ou ambos, de 3 ou 4 cilindros, seja em linha, seja boxer.
Veja abaixo uma lista de arquiteturas de motores usadas pelo Gol, lembrando que houve várias famílias, como AP, AT, CHT, EA, e por aí vai:
- 1.0 8V
- 1.0 12V
- 1.0 16V
- 1.0 16V Turbo
- 1.3 8V
- 1.6 8V
- 1.6 16V
- 1.8 8V
- 2.0 8V
- 2.0 16V
Limbo e sobrevida
Ainda que hoje ele viva à sombra de Onix, HB20 e até do Polo, o Gol passou a maior parte de seus 40 anos como o carro mais vendido do Brasil.
Quando perdeu o trono para o Fiat Palio, em 2014, acabou deixando de ditar tendências, e seu ritmo caiu, perdendo espaço dentro da própria Volkswagen.
Em 2018, ganhou novo fôlego com o câmbio automático. Mesmo assim, não recebe grandes novidades há quase 1 década.
O Gol ainda vive uma falta de clareza sobre seu futuro. Uma nova geração pode ser produzida em Taubaté, mas não se sabe se o próximo Gol será um hatch compacto, um mini SUV, ou se vai manter o nome, por exemplo.
A resposta virá nos próximos anos. Para hoje, o Gol assopra as velas de seu 40º aniversário.