Veículos devem ficar cerca de 5% mais econômicos, mas custo também será maior.
A gasolina produzida, distribuida e vendida no Brasil tem novas especificações a partir desta segunda-feira (3), seguindo a resolução 807 da Agência Nacional do Petróleo, a ANP.
Na prática, o combustível vai deixar os carros cerca de 5% mais econômicos, apesar de seu custo mais alto. Especialistas dizem que a economia vai superar o investimento extra.
A Petrobras, gigante brasileira do setor, que produz quase toda a gasolina vendida no país, diz que já repassa o combustível com as novas especificações para as distribuidoras há alguns meses.
Com isso, a diferença no valor do litro nas bombas deve ser repassada de forma gradual.
VEJA MAIS
As distribuidoras ainda terão 60 dias para desovar a antiga gasolina, enquanto os postos poderão vender o combustível com os padrões anteriores por até 90 dias.
As novidades
As novidades estão concentradas em 3 parâmetros:
- Obrigatoriedade de uma massa específica mínima. Cada litro de gasolina deve pesar, no mínimo, 715 gramas;
- Destilação de 50% da gasolina em um intervalo que varia de 77 ºC a 80 ºC;
- Octanagem mínima de 92, seguindo a metodologia RON.
Até então, a gasolina não tinha uma massa específica mínima, ainda que especialistas afirmassem que ela já estava muito próxima desse nível.
A vantagem de ter uma densidade definida é que se sabe exatamente qual é o nível energético da gasolina. Isso também dificulta a adulteração com solventes, que possuem uma massa menor.
Segundo a ANP, os parâmetros de destilação afetam questões como desempenho do motor, dirigibilidade e aquecimento do motor.
Por fim, o padrão de medição da octanagem agora é o RON (Research Octane Number). Até 31 de dezembro de 2021, ele deve ser de pelo menos 92. A partir de 2022, sobe para 93.
A Petrobras disse que já está produzindo a gasolina com 93 octanos.
De acordo com a ANP, esse novo parâmetro é necessário por conta das “novas tecnologias de motores”, como injeção direta e turbo.
Até ontem, o Brasil contava a octanagem usando o índice antidetonante, ou IAD, uma média entre o RON e o MON (Motor Octane Number). Ele deveria ser de, pelo menos 87.
Agora, exigindo um mínimo na metodologia RON, o Brasil fica mais próximo aos padrões europeus.
É preciso lembrar que a porcentagem de etanol anidro, aquele sem água, não será alterado, e segue em 27% na gasolina C e 25% na premium.
Aliás, esse último combustível passa a ter octanagem mínima no padrão RON de 97 octanos.