Picape ganha estilo agressivo e tem até frenagem autônoma

Mais do que ser fortes para encarar o trabalho duro, as picapes muitas vezes também precisam parecer “duronas”. Tudo para convencer os clientes de que são boas opções.

A Mitsubishi seguiu nessa direção ao promover uma reestilização de sua picape, a L200. O modelo, já à venda na linha 2021, adotou a nova identidade visual da empresa, que inclui capô elevado, faróis afilados e uma generosa grade frontal cromada.

O estilo da Mitsubishi L200 Triton é polêmico, mas certamente confere maior aparência de robustez ao modelo, além de muito mais personalidade do que o visual anterior, lançado em 2016. Esse, por sinal, continua em linha nas versões mais baratas.

Ao todo, são 7 versões:

• 4 da Triton Outdoor, com visual antigo e preços entre R$ 155.900 e R$ 208.990
• 3 da Triton Sport, com visual novo e preços entre R$ 188.990 e R$ 232.990

A L200 Triton Sport não chega só com desenho atualizado. Ainda que tenha mantido o bom motor 2.4 turbodiesel de 190 cavalos e 43,9 kgfm, há importantes alterações na mecânica e no pacote de equipamentos.

Marcha acima

A transmissão, por exemplo, é nova – e ganhou uma marcha na comparação com a versão anterior – chegando a 6. Segundo a Mitsubishi, essa transmissão foi criada para ser “casada” especificamente com o motor 2.4 turbodiesel.

Na comparação com a caixa anterior, a relação das 5 primeiras marchas foi encurtada, enquanto a sexta marcha é 16% mais longa do que a antiga quinta.

Mais do que um simples número, a mudança proporciona uma melhoria considerável na dirigibilidade da picape – principalmente em estradas. Rodando a 120 km/h, o conta-giros agora aponta 2 mil rotações por minuto.

Durante os quase 300 km do test-drive promovido pela Mitsubishi em diversos terrenos pelo interior de São Paulo, foi possível conhecer também outras mudanças mais pontuais que a picape recebeu.

Melhorias que passam pelo conforto dos ocupantes, com um acerto mais dócil para a suspensão, que manteve a arquitetura de eixo rígido com feixe de molas na traseira. Agora, a L200 faz parte do grupo de picapes modernas que também são confortáveis, não apenas robustas.

Ar fresco para todos

A viagem também vai ficar mais agradável com uma solução inusitada para levar a ventilação para os assentos traseiros.

Em vez de instalar as tradicionais saídas no console central, a Mitsubishi adicionou uma entrada que puxa o vento que das saídas frontais e direciona para os passageiros da segunda fileira. 

Para quem vai na frente, há uma nova central multimídia, da JBL. Ela possui conexões Android Auto e Apple CarPlay, mas deixa a impressão de um acessório instalado na concessionária.

Por fim, o pacote de novidades ainda traz recursos de segurança como o alerta de ponto cego e o aviso de mudança de faixa (sem correção) e frenagem automática de emergência.

Eles colocam a L200 mais próxima às tecnológicas Ford Ranger e Chevrolet S10, só que um patamar abaixo, já que as rivais oferecem correção de faixa nas saídas involuntárias.

A aptidão da Mitsubishi para encarar caminhos difíceis ainda foi reforçada com a chegada (tardia) do assistente de descidas (HDC) e a inclusão de configurações de off-road para pisos como terra, lama e rochas.

Esses novos recursos podem ser ativados por botões posicionados logo atrás do seletor da tração, localizado no console central.

Concorrência custa menos

O conjunto de novos equipamentos é exclusivo da versão mais completa, HPE-S. Mais cara da linha, ela custa R$ 232.990.

O elevado valor fica entre suas maiores concorrentes: bem acima de S10 High Country (R$ 213.290) e Ranger Limited (R$ 219.890), mas abaixo dos salgados R$ 239.590 da Toyota Hilux GR-S.

A picape da Mitsubishi também fica no meio do caminho em termos de motorização. Seu 2.4 turbodiesel entrega 190 cavalos e 43,9 kgfm. Hilux (177 cv) é menos potente, mas tem mais torque (45,9 kgfm).

Já Ranger e S10 são mais potentes (ambas têm 200 cv) e ainda entregam mais torque (47,9 e 51 kgfm, respectivamente).

Uma vantagem da L200 é que ela tem um funcionamento bem mais suave. As respostas do acelerador, por exemplo, são muito mais sutis do que as da Ranger. Isso significa que o motorista tem um controle muito melhor da entrega de força.

Vale a compra?

Essa é uma pergunta bastante delicada. Como produto, a L200 evoluiu demais graças ao câmbio de 6 marchas e aos novos equipamentos de tecnologia e segurança. De quebra, o novo visual caiu muito bem na picape, com uma aparência mais robusta e cheia de personalidade.

Só que as novidades vieram acompanhadas de um aumento considerável nos preços. Com uma tabela que passa dos R$ 230 mil, ela acaba ficando distante das referências do segmento, Ranger e S10, ambas mais de R$ 10 mil mais em conta.

FICHA TÉCNICA: Mitsubishi L200 Triton Sport