Empresa atribui decisão à Covid-19 e queda nas vendas de veículos de luxo. Local emprega 370 pessoas.
A Mercedes-Benz anunciou nesta quinta-feira (17) que vai fechar sua fábrica de automóveis em Iracemápolis (SP).
A produção foi encerrada na última quarta-feira (16). De acordo com a empresa, “a decisão está sendo tomada com base em vários fatores, incluindo a atual situação do mercado brasileiro”.
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Na unidade, eram produzidos os modelos Classe C e GLA, que devem passar a ser importados para o Brasil.
A fábrica do interior de São Paulo emprega atualmente 370 trabalhadores. A Mercedes disse que “está buscando a melhor perspectiva de futuro possível para o local e os seus colaboradores”.
Uma das alternativas para os trabalhadores, segundo a Mercedes, é a adesão a um Plano de Demissão Voluntária (PDV).
“A situação econômica no Brasil tem sido difícil por muitos anos e se agravou devido à pandemia da Covid-19, causando uma queda significativa nas vendas de automóveis premium. Ao longo do nosso processo de transformação, continuamos a reestruturar a nossa rede de produção global. Aumentar nossa eficiência, otimizando a nossa capacidade de utilização é um facilitador importante. Por isso, decidimos encerrar a produção de automóveis premium no Brasil”, disse Jörg Burzer, Membro do Board da Mercedes-Benz AG.
A empresa ainda afirmou que as operações de caminhões e ônibus, com fábricas em São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG) não sofrerão alterações.
Fábrica de R$ 600 milhões
A fábrica de automóveis da Mercedes em Iracemápolis (SP) foi anunciada em 2013 e inaugurada três anos depois, ao custo de R$ 600 milhões.
Na época, o Brasil tinha em vigor o regime automotivo Inovar Auto, que previa que as fabricantes que não produzissem veículos no Brasil pagassem uma faixa maior de IPI.
Por isso, em um intervalo de poucos anos, Mercedes-Benz, Audi, BMW e Jaguar Land Rover anunciaram fábricas no país, com investimentos superiores a R$ 1,5 bilhão.
A Mercedes esperava empregar 750 funcionários no local. Porém, um mercado em crise e a produção abaixo das expectativas, fizeram com que esse número ficasse próximo da metade.
Há cerca de um ano, a empresa anunciou um investimento extra de R$ 70 milhões para criar um complexo de pistas de testes no local, em parceria com a Bosch.