Fruto da fusão da Fiat Chrysler com a Peugeot Citroën, grupo vendeu 460 mil veículos no país em 2020.
Nasceu no último sábado (16) a Stellantis, novo grupo automotivo, formado após a conclusão da fusão entre a Fiat Chrysler (FCA) e a Peugeot Citroën (PSA) em um negócio global de US$ 52 bilhões.
No total, o conglomerado nasce como a quarta maior fabricante de veículos do mundo, com 15 marcas:
- Abarth
- Alfa Romeo
- Chrysler
- Citroën
- Dodge
- DS
- Fiat
- Fiat Professional
- Jeep
- Lancia
- Maserati
- Opel
- Peugeot
- Ram
- Vauxhall
Brasil tem 5 dessas marcas
Aqui no Brasil, porém, a Stellantis terá atuação com apenas 5 dessas fabricantes: Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram. A Maserati até vende seus produtos por aqui, mas por meio da Via Itália, importadora que também representa Ferrari e Lamborghini.
Somadas, elas venderam 460 mil veículos em 2020, sendo, com folga, o maior grupo automotivo do país.
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Aliás, esse posto já era garantido apenas pela FCA, com as marcas Fiat, Jeep e Ram. Agora, com a fusão com a PSA, a posição é reforçada.
No entanto, a participação das francesas ainda é tímida diante das outras marcas. Juntas, Peugeot e Citroën representaram menos de 6% das vendas da Stellantis em 2020.
Foram cerca de 27 mil veículos vendidos pela PSA, um quarto dos 110 mil exemplares emplacados pela Jeep, por exemplo. E uma pequena fração das mais de 320 mil unidades vendidas pela Fiat. Veja no gráfico abaixo quanto vendeu cada empresa e a participação no total da Stellantis:
Estrutura no país
A Stellantis nasce com uma estrutura fabril robusta no Brasil. São 3 fábricas, com capacidade produtiva anual de cerca de 1,2 milhão de veículos, divididos dessa forma:
- Betim, MG (Fiat) – 800 mil/ano
- Goiana, PE (Fiat e Jeep) – 250 mil/ano
- Porto Real, RJ (Peugeot e Citroën) – 150 mil/ano
No entanto, reduzir a ociosidade é um grande desafio, principalmente nas unidades de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Ainda que Betim seja responsável por produzir sucessos de vendas, como Strada e Argo, a capacidade instalada é gigantesca, principalmente em um mercado que tem sofrido com sucessivas crises e fechou 2020 com cerca de 2 milhões de unidades vendidas por todas as marcas.
Já em Porto Real, mesmo com uma capacidade menor, o problema é a queda nas vendas e na participação de Peugeot e Citroën no nosso mercado. Somadas, as empresas venderam menos de 30 mil veículos no ano passado.
Além disso, o local deixou de produzir o Peugeot 208, agora importado da Argentina. Para 2021, a grande aposta é o lançamento do novo Citroën C3, feito em Porto Real.
Mudanças não acontecem tão cedo
Outra esperança para as marcas da antiga PSA, é a integração com a FCA. Só que os frutos desse casamento ainda devem demorar a acontecer.
“Podemos ver alguma movimentação mais para o final do ano”, disse Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria Jato sobre a atuação da Stellantis no Brasil.
O portal Uol noticiou recentemente que a PSA estaria negociando com lojistas da Fiat para que esses passem a vender também veículos da Peugeot e da Citroën.
Além disso, apuramos que a Peugeot trabalha para ter no 208 os motores turbo da família Firefly, que chegam esse ano em veículos da Fiat e da Jeep (batizados, nesse caso, de GSE).
Por fim, em um futuro nem tão próximo, modelos da Fiat poderão usufruir da moderna plataforma modular CMP, presente no novo 208 e que também estará no próximo C3.
Ela seria uma excelente substituta da base usada atualmente pela Fiat em sua linha de compactos.