O 500 fez bastante sucesso no Brasil de 2009 a 2018 graças a suas linhas simpáticas. O Fiat 500 elétrico não deve repetir o sucesso de seu antecessor, mas tem boas chances de conquistar seu lugar no país.
Importado da Itália, o 500e está à venda apenas na versão Icon. Barato ele não é: por R$ 239.990, ele custa exatamente o mesmo do que o Mini Cooper S E.
Design: estiloso e moderno
É por isso que a Fiat aposta em uma das maiores virtudes do compacto: o carisma. O design preserva as linhas básicas nitidamente inspiradas na primeira geração, lançada no fim dos anos 50.
Apesar disso, o Fiat 500 elétrico está nitidamente mais musculoso do que antes. Frente a seu antecessor, o 500e está 61 cm mais longo e 56 cm mais largo. O conjunto óptico dianteiro é dividido em três partes e não há grade dianteira. Em seu lugar estão dois filetes cromados e o logotipo 500.
Atrás, as lanternas também são familiares, embora não haja mais a seção branca do modelo anterior. A tampa traseira é bastante inclinada – e grande para um carro tão pequenino.
Desempenho: respostas ágeis
O motor elétrico tem 118 cv e torque instantâneo de 22,4 kgfm. O modelo da Fiat perde diante ao Mini Cooper S E, que rende 184 cv e 27,5 kgfm.
Pesando 1.290 kg, o 500e Icon é bastante ágil nas acelerações e retomadas de velocidade. A direção elétrica é extremamente leve e facilita muito as manobras nas cidades, mas poderia ser um pouco mais direta.
A autonomia declarada pela Fiat é de até 230 km, mas o veículo estava com menos do que isso mesmo com 100% das baterias recarregadas.
No dia-a-dia, o motorista pode escolher entre três modos de condução: Normal, Range e Sherpa. Neste último, o veículo limita o funcionamento de vários itens que possam consumir muita bateria (como o ar-condicionado). Ou seja, ele pode ser perfeito para você poupar autonomia até chegar em uma estação de recarga, mas o modo Range é o mais adequado para sua rotina.
Vida a bordo: cabine bonita e pouco espaço
O interior consegue uma feliz combinação de nostalgia com futurismo. Existem alguns elementos vindos do passado, como o volante de dois raios, e o desenho da cabine com muitas curvas.
Eles contrastam com toques bem-vindos de modernidade, como o painel digital com tela de 7 polegadas e os botões para abertura interna das portas (existem maçanetas convencionais em uma posição escondida caso a eletrônica decida causar). Um detalhe curioso é a posição das marchas do câmbio automático, agrupadas em teclas que ficam no console central.
O acabamento é de ótima qualidade e os bancos são revestidos em couro de cor creme. Os encostos trazem um revestimento com vários logotipos da Fiat em baixo relevo.
Como é de se imaginar, o espaço interno está longe de ser generoso. Duas pessoas viajam bem na frente, mas qualquer passageiro com mais de 1,70 m vai reclamar do banco traseiro. O porta-malas continua com diminutos 185 litros e nele também fica o cabo de recarga das baterias.
Itens de série: toca até música
O 500e Icon traz uma generosa lista de equipamentos de fábrica. Há 6 airbags, controles de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampas, alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, piloto automático adaptativo, alerta de permanência em faixa de rolagem com correção de trajetória (bastante invasivo, por sinal), sensor de chuva, câmera de ré, destravamento das portas sem chave, partida do motor por botão, rodas de liga leve de 16 polegadas, teto solar panorâmico e central multimídia com tela de 10,25 polegadas e suporte a Android Auto e Apple CarPlay sem fios.
Existem ainda alguns charmosos Easter Eggs espalhados pela cabine. Na bandeja do carregamento de celular por indução está a visão panorâmica de algumas construções famosas de Turim, a cidade onde o 500e é produzido. Dentro dos puxadores de portas ficam um simpático 500 clássico ao lado da inscrição “Made in Torino”.
Porém, o item mais bacana só é parecido justamente quando o Fiat 500 elétrico está em movimento. Quando o carro passa dos 20 km/h, ouve-se um trecho da música “Amarcord”, de Nino Rota. A canção faz parte da trilha sonora do filme de mesmo nome, dirigido por Federico Fellini. Infelizmente, o som só toca na primeira vez em que o veículo é ligado.
Vale a pena?
Sim, mas com algumas restrições. O 500e é um carro feito para rodar essencialmente na cidade, embora sua autonomia não seja um limitador tão grande como no caso do Mini Cooper S E.
Seu maior problema está justamente na falta de espaço. Ele é perfeito para casais sem filhos, mas se esse não for seu caso, mesmo que pequenos, talvez seja melhor partir para um modelo maior. E se você faz questão de adquirir um carro elétrico, o JAC E-JS4 ou Nissan Leaf podem ser escolhas mais adequadas para sua vida.