Prazer ao dirigir sempre foi um item de série no Audi A3. Lançado em 1995, o hatch fez bastante sucesso pelo mundo, inclusive no Brasil, onde foi produzido de 1999 a 2005. Desde o fim de sua fabricação local, o A3 subiu de patamar e nunca teve o sucesso de outrora. Se serve de consolo, a tecnologia e sofisticação acompanharam a subida dos preços.
O novo Audi A3 desembarca no mercado brasileiro pouco mais de um ano após estrear na Europa. Estreia aqui em duas carrocerias: Sportback (ou hatch, se preferir) e Sedan.
Como a geração anterior já era feita sobre a plataforma MQB, o hatch apenas evoluiu ao crescer 30 mm no comprimento (4,34 m) e 20 mm em largura (1,81 m). Altura (1,43 m) e distância entre-eixos (2,63 m) não mudaram.
Design e vida a bordo: estilo e esportividade
O design permanece sendo um de seus pontos fortes. Alinhado com as tendências de estilo da marca, ele ganhou uma grade frontal ainda mais larga e vincos mais pronunciados. Poucas mudanças são perceptíveis olhando os carros de lado, especialmente no caso do sedã. Atrás, as lanternas são exatamente as mesmas nas duas carrocerias.
Por dentro, as alterações foram bem mais radicais. Os designers tiveram liberdade para desenhar o interior do novo Audi A3, como se nota no formato da única saída de ar-condicionado central e na “prateleira” à frente do banco de passageiro, que dá um toque de sofisticação ao carro.
Há espaço para ousadias como a pequenina manopla do câmbio automático no melhor estilo Porsche 911, cujas marchas são selecionadas por toques para frente ou para trás. As belas e ergonômicas maçanetas com formato invertido são as mesmas do Q3.
A posição de dirigir é irrepreensível para quem gosta de uma tocada mais esportiva. Entretanto, o espaço no banco de trás poderia ser maior – e três adultos não viajam bem. Pelo menos o porta-malas comporta bons 380 litros no hatch e 425 litros no sedã.
Itens de série: recheado, mas sem equipamentos ‘básicos’
O novo Audi A3 tem um bom pacote de equipamentos.
A cabine traz painel de instrumentos digital com tela de 12,3 polegadas e três modos de exibição. Nele as informações são dispostas de forma clara e objetiva – como todo carro deveria ser.
A antiga tela retrátil da central multimídia foi trocada por uma de 10 polegadas com alta resolução. O sistema oferece carregador de celular por indução, mas o suporte a Android Auto e Apple CarPlay ainda depende de cabos.
O carro ainda vem com ar-condicionado digital de duas zonas de temperatura, faróis full LED, 6 airbags, câmera de ré, seletor de modos de condução, sistema start-stop, abertura elétrica do porta-malas, Park Assist e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros.
A Audi oferece uma lista de opcionais bastante sofisticada para a linha A3. Faróis LED matrix e sistema de som Bang & Olufsen estão entre os itens que podem ser incorporados.
Estranhamente, o pacote trazido para cá dispensa várias assistências de condução. Não há piloto automático adaptativo, alerta de colisão frontal e frenagem autônoma de emergência. São itens presentes em modelos nacionais bem mais baratos do que o novo Audi A3, como o Volkswagen Nivus.
Desempenho: motor 2.0 turbo é destaque no novo Audi A3
Nossa avaliação foi realizada com a versão Performance Black de hatch e sedã. Ambos trazem um motor 2.0 turbo de 190 cv e torque máximo de 32,6 kgfm, mas não se trata do mesmo propulsor que equipava o A3 Sedan nacional. Além de menos potente, o novo coração traz um câmbio automatizado de dupla embreagem com 7 marchas banhado a óleo.
Esperto em baixas rotações, o conjunto presenteia o motorista com respostas ágeis nas acelerações. A brincadeira fica ainda mais divertida no modo Dynamic, em que a direção fica mais dura (e direta) e a suspensão ganha uma calibragem mais firme.
A aceleração de 0 a 100 km/h informada pela fabricante é de 7,4 segundos nas duas carrocerias, atingindo a velocidade máxima de 248 km/h.
Além do motor de 2-litros, a gama A3 também será vendida com o conhecido 1.4 turbo de 150 cv, que já era vendido no antigo A3 e está presente em vários modelos da Volkswagen.
Preço: etiqueta é um pouco salgada
O novo Audi A3 está à venda em duas versões de acabamento: a S Line custa R$ 249.990 e a Performance Black sai por R$ 284.990. Se você prestou atenção, já percebeu que, sim, os valores são os mesmos para hatch e sedã. Entretanto, o valor final pode chegar a R$ 316 mil com todos os opcionais.
Como rivais, o A3 Sedan encara BMW Série 2 Gran Coupé (R$ 284.950) e Mercedes-Benz A200 Sedan (R$ 288.990). Já o hatch tem o BMW 118i Sport GP, de R$ 272.950, no radar.
O maior problema, porém, está dentro de casa. O A4 Sedan Prestige traz o mesmo motor 2.0 do A3 mais caro por R$ 249.990. E o Q3 parte de R$ 246.990 com o motor 1.4 turbo para seduzir quem não abre mão do SUV. Assim a vida do novo Audi A3 vai ser bem complicada por aqui…