Diz um velho ditado que “panela velha é que faz comida boa”. Essa frase, que foi até eternizada em uma música de Sérgio Reis, resume bem o Toyota SW4. A atual geração está no mercado desde 2017 e entra em seu oitavo ano de vida com todo o fôlego de quem lidera o segmento com folga.
Durante a semana em que estivemos com o SW4 Platinum identificamos virtudes e defeitos do projeto que desde o começo caiu nas graças dos brasileiros. A unidade cedida para avaliação do Primeira Marcha tinha sete lugares – justamente uma das mais procuradas pelos clientes.
Design não ousa, mas ainda agrada
Apesar de ter passado por poucas mudanças desde sua estreia, o design do Toyota SW4 ainda agrada.
A última reestilização aconteceu no final de 2020, quando trouxe novos faróis, grade dianteira e para-choque frontal, mas o visual mais refinado era restrito às versões Diamond e GR-Sport. Três anos depois, a Toyota padronizou o visual para toda a linha, inclusive na versão de entrada Platinum. A traseira não teve alterações nesse período.
Embora a concorrência (leia-se Chevrolet Trailblazer e Mitsubishi Pajero Sport) tenha se renovado desde a estreia do SW4, o modelo da Toyota não faz feio diante dos rivais. Se não transpira modernidade, pelo menos continua atual.
Cabine é espaçosa e tem acabamento simples
O interior do Toyota SW4 repete o desenho da picape Hilux. As linhas são bastante simples e não há luxos presentes em alguns rivais. Em vez de um atraente painel de instrumentos digital, o que se vê é um quadro de instrumentos analógico com aspecto bastante franciscano. Pelo menos as informações são fáceis de ler.
Há bom espaço para pernas e joelhos dos passageiros que viajam na segunda fileira de bancos. O acesso também não é ruim como em alguns veículos da categoria. Para chegar à terceira fileira, basta puxar uma alavanca para o banco traseiro se rebater. O acesso, porém, é ruim.
Lá atrás, o espaço é satisfatório para crianças e até adultos viajam com relativo conforto, desde que em trajetos curtos. Em contrapartida, os bancos extras só podem ser dobrados para os lados e ficam expostos o tempo todo, roubando bastante espaço do porta-malas e atrapalhando a visibilidade do motorista. De quebra, ainda viram fonte de ruído indesejado pelo sistema de fixação bastante simples: apenas uma presilha fixa os assentos nas laterais.
Lista de equipamentos é completa
Mesmo sendo a versão de entrada, o Toyota SW4 Platinum é bem equipado.
A lista de equipamentos de série inclui itens como central multimídia de 9 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay, sistema de som JBL com 8 alto-falantes e dois tweeters, ar-condicionado digital de duas zonas, câmera com visão em 360°.
O SW4 Platinum vem com um pacote de assistências à condução que inclui alerta de colisão frontal, alerta de saída de faixa, frenagem autônoma de emergência, sensores de pontos cegos, alerta de tráfego cruzado, piloto automático adaptativo e controles de estabilidade e tração.
Motor diesel é valente
O SW4 Platinum tem o mesmo motor da Hilux. É um 2.8 turbodiesel que entrega 204 cv e 50,9 kgfm de torque máximo, associado a uma transmissão automática de seis marchas com opção de trocas sequenciais por toques na alavanca.
O conjunto não é dos mais silenciosos ao rodar. A caixa automática de seis velocidades também não contribui para dar agilidade ao SW4, mas entrega bastante torque, sobretudo em baixas rotações.
Preço do Toyota SW4 é salgado demais
Tudo tem seu preço, e no caso do SW4 Platinum ele é bastante alto. Pela versão com sete lugares a Toyota pede R$ 390.590 (valor praticado em janeiro de 2025). Embora seja bem salgado, vale lembrar que a Chevrolet cobra ainda mais (R$ 392.590) pelo Trailblazer High Country.
Apenas o Mitsubishi Pajero Sport é mais acessível do que os outros SUVs. Por R$ 349.990 na versão HPE e R$ 379.990 na configuração HPE-S, o modelo é uma opção mais interessante para quem precisa de um carro de sete lugares e não quer gastar tanto assim.
Vale a pena?
Sim. Apesar dos defeitos importantes, o SW4 carrega algo que seus concorrentes não oferecem: a boa reputação da marca Toyota. Além da robustez, o SUV oferece a tranquilidade de uma montadora famosa pelo bom serviço de pós-venda, algo que ficou ainda mais consolidado com a recente oferta de 10 anos de garantia.