Resultados foram mais positivos em setor de caminhões e ônibus
A Anfavea registrou 244 mil unidades emplacadas no setor de automóveis em dezembro, representando crescimento de 8% em relação a novembro.
Diante de todas as dificuldades, a indústria fechou o ano com 2,1 milhões de unidades emplacadas, uma queda de 26% frente a 2019.
Foi o pior ano desde 2016. De toda maneira, o resultado final foi classificado como satisfatório por ter ficado “pouco acima” da previsão da Anfavea.
Nas exportações, houve uma queda de 12,7% em relação a novembro. No resultado anual, o declínio foi de 24,3%.
Separando por segmentos, os SUVs tiveram queda de 11,5%, enquanto hatches e sedãs caíram 34,6%.
Produção aumenta por esforço coletivo
A produção de autoveículos foi de 209,3 mil unidades em dezembro, representando uma queda de 12,1% frente ao mês anterior. Surpreendentemente, o número foi 22,8% melhor do que o registrado em dezembro de 2019, um mês com calendário normal de férias coletivas e sem pandemia.
Atualmente, o número de dias de estoque é de 12 dias, o menor da história da indústria automotiva no país.
Segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, a crise na Argentina e a pandemia influenciaram negativamente, mas “desafios estruturais” como o “custo Brasil” e os impostos “afetam o desempenho do setor”.
Caminhões tiveram bom ano
No setor de caminhões e ônibus, foram 9,8 mil unidades emplacadas em dezembro, representando o melhor mês de dezembro desde 2014.
Por conta da pandemia, a entidade ressaltou que houve um resultado muito positivo em caminhões e bastante negativo em ônibus.
Em 2020, foram 89,7 mil unidades emplacadas, representando queda de 11,5%. Mesmo assim, a entidade afirma que o resultado final foi “melhor do que esperava”.
Ônibus sofrem com pandemia
Na produção, foram 10,5 milhões de caminhões produzidos, um declínio de 8,6% frente a novembro do ano passado.
Entretanto, o crescimento em relação a dezembro de 2019 foi de espantosos 75,5%, mesmo com recorrentes paradas na produção.
Quanto aos ônibus, foram apenas mil unidades fabricadas em dezembro.
No acumulado do ano, o setor produziu 90,9 milhões de caminhões. Foi o pior resultado anual desde 2017. Nos ônibus foram 18,4 mil veículos fabricados, representando o pior resultado acumulado desde 1999.
De acordo com Luiz Carlos, o agronegócio e o aumento do comércio virtual (e-commerce) ajudaram os setores de caminhões e comerciais leves. Os ônibus, em contrapartida, foram prejudicados pela pandemia por conta do duro golpe nos serviços de transportes de passageiros.
E as projeções para 2021?
A Anfavea estima que o Brasil fechará 2020 em 9º lugar no ranking mundial de produção de veículos leves. Em licenciamento, o Brasil deve ficar na 6ª posição, empatado tecnicamente com a França.
Para 2021, a entidade afirma que “a neblina ainda continua no horizonte”, fazendo relação a uma análise feita em meio à pandemia no ano passado.
“A gente tem alguns indicativos positivos, mas também temos algumas preocupações.
A expectativa de crescimento do PIB é de 3,5% e câmbio flutuante com o dólar na faixa de R$ 5. Um ponto positivo é que o possível início da vacinação possa gerar uma retomada mais intensa do setor.
Para o setor, a Anfavea espera por um desafio fiscal gerado pela pandemia, maior fragilidade do mercado de trabalho, aumento da carga tributária e problemas com questões de logística e de oferta.
A Anfavea projeta chegar a 2,36 milhões de autoveículos emplacados em 2021, o que representaria um crescimento de 15%.
Na produção, a entidade espera atingir 2,5 milhões de unidades produzidas de veículos leves e pesados. Se isso acontecer, o crescimento deve ser de 25%.
Quanto ao setor de caminhões e ônibus, a expectativa é de licenciar 117 mil unidades, sendo 101 mil caminhões e 16 mil ônibus.