Preços das versões a gasolina variam entre R$ 114.990 e 151.990
Há quem diga que em time que está ganhando se mexe sim, para continuar ganhando. Mas se o time está perdendo as mudanças precisam ser feitas o quanto antes para mudar o placar. Foi o que fez a Mitsubishi após perceber que o visual do Outlander lançado em 2013 não convenceu ninguém, por isso já preparou um facelift para a linha 2016.
Não bastasse a antecipação em dois anos de seu facelift, o Outlander 2016 ainda chegou ao Brasil em temo recorde. A apresentação mundial do modelo aconteceu no início de abril, durante o Salão de Nova York, e países como Brasil e Austrália ainda rebem o novo Outlander antes do Japão – onde é produzido. A pressa é para vender o crossover com visual mais apresentável. Os designers da Mitsubishi trocaram as linhas retas da dianteira pelo chamado “escudo dinâmico”, que é a grade preta emoldurada por cromados, e que também envolve os novos faróis, mais estreitos e com LEDs nas configurações mais caras.
O resultado das mudanças na traseira agradam mais. O para-choque é novo e a tampa do porta-malas também, mas são as novas lanternas que chamam mais atenção. Estão mais largas, avançam sobre o porta-malas e têm LEDs em todas as versões. As rodas aro 18” também são novidade. Ao menos o Outlander deixou de parecer uma bota de astronauta. Por dentro as novidades são cosméticas. O black piano da parte interna do novo volante está ali para combinar com o preto brilhante que colocaram no painel e na lateral das portas. Ainda trocaram a forração do teto. Mas tudo continua bem simples – o que não surpreende sendo este um carro japonês.
Ao menos a central multimídia, que só não equipa a versão de entrada, 2.0, ainda foi atualizada. Tem navegador GPS e oferece acelerômetro, um indicador de aceleração lateral, bússola e altímetro. A Mitsubishi também aproveitou a ocasião para fazer ajustes no chassi, no conjunto de suspensão e na direção, em busca de um comportamento dinâmico mais equilibrado. O resultado é um carro com menos molejo em curvas mas com suspensão que sabe lidar bem com as menores irregularidades do asfalto.
Mais novidades mecânicas
A versão de entrada permanece com o motor 2.0 de 160cv e 20,1kgfm de torque, sempre com câmbio CVT que simula sete marcha. Custa R$ 114.990. Depois vem a versão com motor V6 3.0 de 240cv e 31kgfm de torque, com câmbio automático de seis marchas e tração 4×4. Custa R$ 141.990 na configuração mais simples e R$ 151.990 quando com equipamentos de segurança dos quais falaremos mais abaixo. Mas a grande novidade mecânica é o motor turbodiesel 2.2 DI-D (que na verdade é 2.3). É representante de uma nova família de motores que gera satisfatórios 165cv e 36,7kgfm de torque máximo. O câmbio também é automático de seis marchas e a tração é integral. Nenhum concorrente do Outlander oferece algo parecido.
E foi com este motor que pusemos o Outlander à prova na pista de corrida e num trecho off-road do autódromo Vello Cittá, em Mogi Guaçu (SP). A sobra de torque e o câmbio que consegue manter o motor girando baixo são mais compatíveis com os obstáculos e buracos da terra. Na pista, se o motor diesel com rotações limitadas (a faixa vermelha começa aos 4000rpm) não ajuda a empolgar, mas dá para brincar com as trocas por borboletas idênticas às do Lancer, presas na coluna de direção. A versão diesel tem os equipamentos de segurança da versão V6 mais cara. Além de câmera de ré, alerta de mudança de faixa, porta-malas com fechamento elétrico, leds nos faróis, partida sem chave e assistente de partida em rampa, tem o piloto automático adaptativo e o sistema de frenagem de segurança. Identificados pelas letrinhas ACC e FCM, aceleram e freiam o carro sozinho, por meio de radar.
Basta definir a velocidade para o controle de cruzeiro e escolher a distância que espera-se estar do carro da frente e confiar no carro. E o Outlander ainda é capaz de reduzir a velocidade caso perceba que está se aproximando de algum carro ou alguém o ultrapasse. Se o carro à frente parar, o Outlander para. Se ganhar velocidade, retoma a velocidade predefinida. E mesmo sem ativar, o Outlander é capaz de frear o carro sozinho até os 30km/h caso identifique um veículo parado. Lançando rápido o Outlander com visual corrigido, a Mitsubishi espera que o modelo venda uma média de 800 carros por mês, sendo que 20% seria da versão diesel.