Queda de desempenho em motores a gasolina não foi significativa
Apesar do governo já ter autorizado o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 25% para 27%, só agora a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) entregou ao governo federal os resultados de um estudo sobre as consequências desta elevação do teor do combustível vegetal sobre o desempenho de motores que queimam apenas gasolina. Sete fabricantes participaram dos testes, que tiveram duração de 8 a 35 semanas, e avaliaram o comportamento dinâmico (em acelerações e retomadas de velocidade, por exemplo), partidas a frio e a quente, a temperatura do catalisador, as emissões e a durabilidade de componentes como válvulas e sedes, pistões e aneis, bicos injetores, bomba de combustível e turbocompressores. A PSA Peugeot Citroën testou os motores 1.6 THP, enquanto a Chevrolet testou o Camaro. A Ford, pôs Fusion 2.0 EcoBoost, Fusion Híbrido e Edge V6 3.5 nos testes. A Fiat fez o teste nos Bravo e Punto com motor 1.4 T-Jet, enquanto a Volks usou o Golf VII 1.4 TSI importado e o Jetta 2.0 TSI e a Toyota testou o híbrido Prius. Hyundai CAOA e Honda também participaram. Enfatizando que os testes foram feitos num período de tempo considerado curto, até o momento não foram encontradas evidências que impeçam o uso da gasolina com 27,5% de etanol – proporção sugerida em um primeiro momento – nos veículos avaliados. Não houve alterações significativas quanto a dirigibilidade, durabilidade e partida a frio/quente, mas quanto à emissão de poluentes, houve um aumento no nível de óxidos de nitrogênio (NOx), mas dentro dos limites estabelecidos pelo Proconve. Enquanto isso, o consumo de combustível aumenta de 1% a 2% em relação à gasolina com 25% de etanol, o que poderá aumentar o índice de reclamações de consumidores, incluindo os donos de veículos flex. A grande questão é que os motores testados são todos modernos, com injeção eletrônica, tratamento reforçado contra oxidação e mapeamento que permite ajustes automáticos no ponto de ignição. Mas, quanto mais antigo o veículo, pior será o efeito da atual mistura de 27% de etanol na gasolina. Basta lembrar que carros dos anos 80 foram desenvolvidos para funcionar com a adição de apenas 10% de álcool anidro. Para estes casos é indicado o uso da gasolina Premium (leia-se Podium, da Petrobras, única gasolina deste tipo no país), que continua com teor de álcool de 25%.