Senado discute preço dos automóveis no Brasil

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Carga tributária seria a grande culpada pelos valores elevados

CAE - Comissão de Assuntos Econômicos
Audiência pública realizada ontem pela Comissão de Assuntos Econômicos, requerida pela senadora Ana Amélia (PP-RS), debateu o preço dos automóveis no Brasil. Tributos, lucro das fabricantes e qualidade dos veículos marcaram a pauta da reunião, que envolveu políticos, sindicalistas e representantes das fabricantes. A carga tributária que compõe os preços dos automóveis foi assunto recorrente. Para Ana Amélia a carga tributária brasileira é semelhante à de outros países e o Governo ainda deu sucessivos incentivos para a categoria, numa tentativa de isentar a administração pública do problema. Já para Luiz Moan, presidente da Anfavea, os carros não são caros no Brasil nem as fabricantes tem lucro maior aqui do que lá fora. Destacou que as fabricantes pagam 54% de carga tributária e o lucro médio anual foi de 2,9% entre 2003 e 2011. O secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), João Vicente da Silva Cayres, afirmou que a compra de materiais e componentes são responsáveis por 50% do custo das montadoras de veículos no Brasil. Ele acrescentou que a mão de obra representa 8% do custo, energia elétrica e água 0,3%, despesas com vendas 4%, propaganda 3%, fretes 1,6% e compras de peças de reposição 12%. Em seus cálculos a participação dos tributos no preço dos carros no Brasil é de 30%, alto em comparação com percentual de outros países como Estados Unidos (6%), Japão (9%) e Alemanha, França e Reino Unido (17%). Presidente da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores -, Flávio Meneghetti, também reclamou dos altos impostos, mas concorda que as fabricantes ficam com uma parcela pequena do valor pago por cada carro. Deu como exemplo o fato de a redução do IPI ter aumentado as vendas substancialmente, em 1,5 milhão de unidades. Ainda informou que as 7.600 concessionárias brasileiras movimentam 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e geram 410 mil empregos. – De cada R$ 100 do custo da receita líquida do fabricante, a margem bruta média de mercado possível é R$ 17,71 mais R$ 51 de impostos. Preço final: R$ 168 – pontuou. Junto com Eduardo Suplicy (PT-SP), Ana Amélia debateu com os participantes sobre o grande número de recalls no Brasil, testes de colisão que apontam baixa qualidade dos carros vendidos no Brasil, congestionamentos nas médias e grandes cidades e problemas na reposição de peças no mercado nacional. Nos últimos sete anos, quase 7 milhões de veículos foram convocados para recall. Anualmente, disse, o Brasil fabrica 3,5 milhões de carros e quase 1 milhão é convocado todos os anos. Muitos dos recalls são globais. Particularmente acreditamos que os recalls representam muito mais a preocupação do fabricante com a segurança de seus carros do que falta de qualidade. Anos atrás não havia recall, mas são conhecidos diversos casos de problemas crônicos não solucionados em carros mais antigos. O que preocupa é a estimativa de que 40% dos carros envolvidos não passam por recall. Esse panorama deverá mudar com a integração do recall ao Renavan, constando no documento do veículo se um recall não foi feito após um ano. Fonte | Agência Senado

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