Nem sempre todas as informações que os sensores do carro leem aparecem no quadro de instrumentos ou no computador de bordo. São informações usadas pelos módulos do carro, mas que ficam escondidas do motorista, mesmo que algumas possam ser muito úteis. É aí que entram os aparelhos leitores de OBD, que transmitem estas informações para smartphones ou computadores em tempo real. Carrorama by Multilaser, aparelhinho que recebemos para testar, é um deles.
Vale explicar que “OBD” é a sigla em inglês para “diagnóstico de bordo”. É uma interface presente nos veículos nacionais fabricados a partir de 2010 e em veículo importados a partir de 1996. Há uma porta de comunicação – geralmente próxima dos pedais do veículo e à esquerda do volante – que coleta uma série de informações do veículo em tempo real e de forma automatizada, como rotação do motor, velocidade, temperatura do motor e até mesmo diagnóstico de falhas no veículo.
O aparelho Carrorama, que você conecta na porta de comunicação do seu carro, custa R$ 149.90. Com ele em mãos, você abre o aplicativo Carrorama by Multilaser no seu smartphone (desde que seja Android) e ele fará a conexão com o aparelhinho automaticamente, via Bluetooth. Eu tinha o receio de que isso atrapalharia o streaming de áudio para o rádio do carro, mas não interfere em nada.
Fácil de usar
Um dos pontos positivos do Carrorama é a interface bem mais clara e intuitiva que a de outros apps para leitores de OBD genéricos (sendo que o Carrorama não é compatível com eles). Por outro lado, poucas informações exibidas por eles são realmente inéditas.
A exibição do RPM é ótima para quem tem carro sem esta informação no painel, caso do meu Renault Twingo 2002. Porém, mesmo sendo um importado pós-1996 ele não libera o sinal de suas informações na porta OBD. Assim, o app simplesmente não funciona. Outro carro que também não se mostrou compatível em nossos testes foi o Chevrolet Onix Joy 2017.
Valeu para testar o suporte da Multilaser: o próprio app enviou os logs de erro para a empresa via e-mail. Em 30 min chegou um novo e-mail dizendo que a equipe responsável estava analisando o log e em 1h30 chegaria a resposta definitiva, informando o procedimento certo para conectar o Carrorama. Ainda assim, ele não funcionou com nenhum dos dois.
Contudo, funcionou muito bem em uma Chevrolet Spin Advantage 2017, e também em Porsche Cayenne 2015/2016, Ford Ranger XLT 2.5, Fiat Mobi Easy On 2016 e Ford Fiesta 1.0 EcoBoost. A listagem completa de veículos compatíveis você confere aqui.
Das informações que aparecem na primeira tela do Carrorama, velocímetro e conta-giros estão no painel, o hodômetro é você quem coloca no primeiro uso e o marcador de combustível só é legal por mostrar o percentual que resta do tanque. Temperatura de água no motor é algo que a Spin não mostra, por exemplo. A temperatura do ar no motor também é uma informação inédita. Mas senti falta de informações mais úteis, como consumo, percentual de aceleração e, quem sabe, se o carro está usando álcool ou gasolina.
A tela de diagnóstico, por outro lado, salva. As informações que lê variam de carro para carro, mas os sinais se concentram em abas no aplicativo. O exemplo é da Spin que, por sinal, tinha tudo ok em seu sistema de injeção.
Em resumo, o Carrorama cumpre o que promete. A questão é o preço que se paga para ver informações que não são tão relevantes no dia a dia, a não ser que o quadro de instrumentos do seu carro esteja quebrado. O diagnóstico, por sua vez, é conveniente para quem tem carros com motor sensível ao combustível, como importados com motores sofisticados.