É a maior venda do tipo na história da empresa. Veículos a gás rodam em testes desde 2018.
A Scania e a Pepsico anunciaram nesta quinta-feira (4) uma parceria inédita no Brasil. A gigante do setor de alimentos comprou 18 caminhões a gás natural da fabricante sueca.
Isso mesmo. Não é só no porta-malas dos táxis que os cilindros amarelos estão presentes. Agora, também na lateral dos cavalos da Scania.
Do pedido da Pepsico, 10 unidades são do modelo G340 4×2 e 8 do R410 6×2. Segundo a fabricante, este é o maior lote já vendido com a tecnologia. As entregas começam em agosto.
Os caminhões a gás da Scania, quando abastecidos com GNV, emitem 15% menos CO2 em relação aos similares a diesel. Porém, se os tanques estão abastecidos com biometano, a redução pode chegar a 90%.
Além disso, eles são 20% mais silenciosos, melhorando, também, o ambiente de trabalho para o motorista.
No caso da Pepsico, os caminhões a gás vão ajudar a empresa na meta de reduzir m 20% as emissões de CO2 até 2030. A empresa também testa um modelo de caminhão elétrico da Jac, usado para entregas urbanas.
A Scania afirmou que os caminhões a gás, comparados com aqueles a diesel, são 30% mais caros. No entanto, Silvio Munhoz, diretor de vendas da Scania, disse que o investimento extra se paga, já que o custo operacional é mais baixo.
Em testes desde 2018
Os testes do caminhão a gás começaram em 2018, usando GNV (gás natural veicular), GNL (gás natural liquefeito) e biometano. Desde então, os caminhões da empresa já rodaram 230 mil km em demonstrações por todo o país.
A empresa afirma que os motores que queimam gás foram desenvolvidos exclusivamente para esse tipo de combustível. Além disso, eles foram pensados para entregar respostas semelhantes aos similares a diesel.
A versão final dos caminhões a gás foi apresentada pela Scania na última edição da Fenatran.
Além desse pedido da Pepsico, a Scania já entregou 5 unidades dos caminhões a gás.
Desafios do gás
Os caminhões a gás podem rodar cerca de 500 km com a capacidade dos cilindros. A Scania diz que trabalha diretamente com as distribuidoras de combustível para que a penetração do gás natural aumente, principalmente no interior do país.
Além disso, a estrutura dos postos precisa ser adaptada, já que os caminhões exigem compressores mais potentes do que aqueles usados para abastecer veículos leves. Nesse caso, a Scania diz que o tempo de abastecimento deve ser parecido com o dos modelos a diesel.