Avaliação: Audi RS 4 Avant é oásis no meio de um mar de SUVs

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Uma das poucas peruas à venda no Brasil mostra porque é o carro de família perfeito. Pena que custe R$ 620 mil.

Antes de começar a detalhar minha avaliação da Audi RS 4 Avant, preciso fazer um desabafo. É triste ver que o segmento de peruas tem apenas 4 representantes no Brasil. E que a mais barata custa quase R$ 300 mil. Ou seja, só quem é rico pode comprar uma perua zero km no Brasil.

Dito isso, hora de começar a falar na estrela do dia, a Audi RS 4 Avant. Mas você também pode chamar de sonho de consumo.

Audi RS 4 Avant
Perua acomoda 5 pessoas e suas malas com muito conforto

Sonho porque seu preço de compra de R$ 619.990 a afasta de 99% dos brasileiros. E também porque ela parece o carro ideal para quem é apaixonado por velocidade, mas tem uma família.

Com 4,78 m de comprimento, 2,83 m de entre-eixos e 505 litros de capacidade no porta-malas, ela entrega espaço de sobra para 5 passageiros e suas malas.

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Se esses números ainda não te convenceram, eu trago outros, ainda mais interessantes. Debaixo do capô dianteiro, habita um motor V6 biturbo de 2.9 litros capaz de despejar 450 cavalos e 61,2 kgfm nas quatro rodas.

Lanternas e difusores são as únicas novidades no visual traseiro

0 a 100 km/h de Porsche

Assim, a Audi RS 4 Avant acelera de 0 a 100 km/h em apenas 4,1 segundos. É praticamente o mesmo tempo de uma Ferrari F430. Ou, comparando com um carro dos dias atuais, fica no mesmo patamar de um Porsche 911 Carrera.

Credenciais apresentadas, é hora de falar sobre esse desempenho na prática. Nosso contato com a RS 4 Avant foi na novíssima pista de testes da Pirelli, o Circuito Panamericano, em Elias Fausto (SP).

A pista principal, de 3,4 km, foi inspirada no autódromo do Estoril, em Portugal. Praticamente plano, o traçado é tem muitas curvas de baixa, poucas de alta e duas retas.

Apesar do longo entre-eixos, RS 4 Avant é equilibrada – e veloz

Ao longo das 3 voltas que pudemos dar no circuito, foi possível perceber que a RS 4 é mais equilibrada do que o TT RS, por exemplo. Mesmo sendo bem mais comprida e com entre-eixos mais longo.

Sem qualquer pretensão de piloto, notei que, mesmo quando entrava um pouco mais forte nas curvas, a perua sequer dava sinais de que estava próxima de perder aderência.

Parte dessa receita de sucesso está na distribuição de torque entre as rodas. Idealmente, a eletrônica envia 60% da força para o eixo traseiro e 40% para o dianteiro. Quando sente que um ou outro eixo precisam de mais torque, essa proporção é ajustada, para até 70% na frente ou 85% atrás.

Já nas saídas de curva, a diversão era cravar o pé no acelerador e perceber a transmissão trabalhando para realizar as trocas de marcha em frações de segundos. A caixa automática de 8 marchas pensa mais rápido do que praticamente qualquer pessoa. Por isso mesmo, deixei ela fazer todo o trabalho.

Som ‘abafado’

Motor V6 2.9 substitui antigo V8 4.2

Aqui, uma confissão. O som do V6 de 2.9 litros não é tão presente quanto do antigo V8 4.2 da geração anterior. Até o 2.5 de 5 cilindros “fala” mais alto na cabine do TT RS.

Ainda assim, as reduções de marcha vêm acompanhadas dos “pipocos” no escape típicos dos modelos assinados pela RS.

Já ia me esquecendo. A Audi RS 4 mudou na linha 2021. Mas as mudanças são bastante pontuais. Na dianteira, os faróis agora são full-LED Matrix. Já a grade está mais larga, enquanto o para-choque ganhou tomadas de ar redesenhadas.

Atrás, as novidades são na mesma medida, e incluem lanternas com novo arranjo das luzes e novos difusores.

Audi RS 4
Cabine tem Alcantara e novas telas de central multimídia e quadro de instrumentos

Apesar de ter praticamente o mesmo visual desde 2016, a cabine é moderna aconchegante. Os bancos esportivos cumprem sua função e vestem bem o corpo do motorista. O interior também traz atualizações secundárias.  

A central multimídia passa ter tela sensível ao toque de 10,1 polegadas. Há ainda uma segunda tela, de 12,3 polegadas, que serve como quadro de instrumentos.

A lista de equipamentos é apenas correta, considerando um carro de mais de R$ 600 mil.

Além dos itens já citados, a RS 4 tem ar-condicionado digital de 3 zonas, seletor de modos de condução, bancos dianteiros com ajustes elétricos e memória, sensores crepuscular e de chuva, teto solar panorâmico, sistema de som Bang & Olufsen, acesso por chave presencial e partida por botão.

Equipamentos de condução semi-autônoma, como controle de velocidade adaptativo e alerta de mudança de faixa com frenagem automática de emergência e correção são opcionais.

Também há outros itens que deixam a fatura ainda mais alta. Rodas com acabamento na cor bronze (R$ 25 mil), freios de cerâmica (R$ 60 mil) e pacote de acabamento preto (R$ 15 mil) podem elevar a conta para mais de R$ 700 mil.

Conclusão

Todas essas cifras ajudam a explicar as razões para a RS 4 ser um sonho de consumo – para pouquíssimos.

Ao menos, nas poucas voltas que demos com a perua no autódromo, foi possível sentir o gostinho de dirigir um dos melhores carros familiares da atualidade.

Ficha técnica – Audi RS 4:

Preço: R$ 619.990 (fev/2021)

Motor: V6 2.9, 24V, gasolina

Potência: 450 cv entre 5.700 e 6.700 rpm

Torque: 61,2 kgfm entre 1.900 e 5.000 rpm

0 a 100 km/h: 4,1 s

Velocidade máxima: 280 km/h

Consumo (gasolina): 7,1 km/l (urb.) / 9,2 km/l (rod.)

Dimensões: 4,78 m (comprimento) / 1,40 m (altura) / 1,87 m (largura) / 2,83 m (distância entre eixos)

Porta-malas: 505 l

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