Avaliação: Volkswagen Nivus é boa ‘solução caseira’ entre Polo e T-Cross

Modelo foi desenvolvido no Brasil e também será vendido na Europa.
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Nascido da “costela” do Polo, o Volkswagen Nivus começa a mostrar a que veio. O modelo superou o hatch do qual foi derivado e apareceu entre os 15 carros mais vendidos do país em janeiro.

Dentro da própria Volkswagen, ele só foi superado pelo popular Gol e pelo T-Cross. E olha que não estamos de um carro popular. Atualmente, o Nivus parte de R$ 92.440. A versão avaliada pelo Primeira Marcha, Highline, chega aos R$ 105.840.

Igual jaboticaba

Volkswagen Nivus
Desenhado no Brasil, Nivus tem personalidade

Assim como a jaboticaba, o Nivus é uma criação brasileira. É também o primeiro projeto desenvolvido aqui que será produzido em uma fábrica europeia e vendido no continente sede da Volks.

O último modelo que conseguiu proeza parecida foi o Fox, criado no Brasil e exportado para a Europa no início dos anos 2000. Só que o caminho do Nivus deve ser bem mais promissor.

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Ele não é o primeiro crossover compacto derivado de um hatch médio. O finado Ford EcoSport, lá em 2003, já usava a base do Fiesta. A diferença é que o Nivus se posiciona abaixo dos SUVs compactos mais tradicionais, como o próprio T-Cross, além de Renegade, Kicks, Creta e HR-V.

Além disso, ele também estreia um segmento de SUVs com visual cupê, graças ao teto de queda mais suave. Aliás, o capítulo design merece atenção nesse texto. Por isso, vamos voltar no tempo.

Desenho surpreendeu ‘gringos’

Setembro de 2019. No Salão de Frankfurt, o presidente da Volkswagen do Brasil, Pablo Di Si, afirmou em entrevista que um projeto desenvolvido no Brasil tinha chamado atenção da matriz por conta do design.

Na época, não sabíamos, mas o modelo que o executivo se referia era o Nivus, cujo desenho é assinado pela equipe de JC Pavone, chefe de design da Volkswagen na América do Sul.

Volkswagen Nivus design
Nivus é o primeiro SUV cupê compacto do Brasil

O sucesso do visual do Nivus entre os executivos “gringos” pode ser explicado porque ele consegue se afastar o suficiente do Polo (mesmo compartilhando componentes como portas e a chapa do teto) e de todos os demais modelos da marca.

Além da silhueta de cupê, o Nivus ainda traz uma dianteira com faróis e grades envolventes, enquanto o para-choque tem um nicho triangular para as luzes auxiliares.

Já a traseira traz a barra plástica ligando as lanternas, assim como o T-Cross. Mas as peças possuem um formato mais “espalhado”.

Briga com quem?

Como disse acima, o Nivus se encaixa como uma luva na linha da Volkswagen, ocupando a lacuna entre o Polo, que vai até R$ 95 mil nas versões 1.0 turbo, e o T-Cross, que começa em R$ 99 mil, quando equipado com câmbio manual.

Além disso, é com ele que a Volks vai brigar na entrada do segmento. Isso significa enfrentar modelos como Renault Duster (R$ 83.000 até R$ 101.000), Honda WR-V (R$ 85.000 até R$ 96.000) e Ford EcoSport, enquanto ele existir (as últimas unidades vão de R$ 80.000 até R$ 115.000).

Jeitão de cupê do Nivus agradou executivos ‘gringos’ da Volkswagen

Seus atributos para isso, além do design, são uma boa lista de equipamentos e um espaço interessante para passageiros e bagagens.

Começando pelos itens de série, o Nivus Highline oferece itens já comuns no segmento, como ar-condicionado digital, acesso por chave presencial, partida por botão, 6 airbags, bancos de couro, rodas de 17 polegadas, sensores de chuva e crepuscular, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré e central multimídia de 10 polegadas.

Só que ele vai bem além, com alguns outros recursos bastante raros em carros dessa categoria. É o caso de faróis de LED, quadro de instrumentos digital, controle de velocidade adaptativo e frenagem automática de emergência.

Sua central multimídia, VW Play, também é uma invenção brasileira. Com um layout simples e intuitivo, ela oferece a possibilidade de instalar aplicativos como iFood, Waze e Sem Parar.

Compacto nas medidas

Acabamento é ponto fraco do Volkswagen Nivus

Assim, em termos de tecnologia, o Nivus é até mais equipado do que o T-Cross. Só não é tão espaçoso.

Com entre-eixos similar ao do Polo, de 2,57 m, ele acomoda, com certo conforto, 4 passageiros de 1,80 m. Um quinto ocupante pode eventualmente trazer desconforto para os ombros, já que a largura, de 1,76 m, é a de um hatch compacto.

Ao menos o porta-malas é generoso. São 415 litros, maior do que o T-Cross e pouca coisa menor do que Hyundai Creta, Nissan Kicks e Honda HR-V.

Tudo isso em uma carroceria relativamente compacta, com 4,27 m de comprimento e 1,49 m de altura, e não muito pesada (1.199 kg).

Porta-malas do Nivus tem 415 litros

Desempenho de família

Assim, o motor 1.0 turbo de 128 cv e 20,4 kgfm dá conta do recado. De acordo com números de fábrica, o Nivus acelera de 0 a 100 km/h em 10 segundos, 0,5 segundo mais lento que o Polo e 0,4 s mais rápido do que o T-Cross, ambos com a mesma motorização.

O desempenho próximo é um indicativo de que a dirigibilidade é parecida nos três Volkswagen. Afinal, eles compartilham a plataforma (o T-Cross usa uma versão alongada) e, além do motor, o mesmo câmbio automático de 6 marchas produzido pela japonesa Aisin.

Motor Volkswagen Nivus
Nivus tem motor 1.0 turbo de 3 cilindros

Ainda que cada modelo traga um ajuste específico na relação de marchas, o Nivus traz uma característica também presente em Polo e T-Cross. O câmbio se sai bem em situações cotidianas, realizando as trocas de forma suave.

Porém, em situações de maior necessidade de potência e torque, como em retomadas e acelerações mais fortes, a transmissão parece ter dúvidas sobre qual marcha escolher. Assim, em determinados casos, é preciso forçar um kickdown pressionando o acelerador com mais força para conseguir uma redução.

O acerto dinâmico do trio também é semelhante – suspensão mais rígida, direção direta e comportamento bastante equilibrado em curvas, com pouca rolagem de carroceria.

Outro ponto de contato do Nivus com seus “irmãos” é no acabamento interno. Mas, infelizmente, as notícias não são boas nesse aspecto. O visual sóbrio da cabine agrada, mas sua construção traz peças de visual pobre e composição de plástico duro.

A única exceção é uma faixa em preto brilhante que atravessa o painel. Fora isso, faltam texturas e materiais de superfície emborrachada.

Vale a pena?

No fim das contas, o acabamento simples fica de lado ao considerar as qualidades do Nivus.

Mesmo com pouco tempo de mercado, ele se mostra um produto adequado aos anseios do público brasileiro. Tanto é que as vendas mostram isso.

Ficha técnica – Volkswagen Nivus Highline:

Preço: R$ 105.840 (fev/2021)

Motor: 1.0, 12V, 3 cilindros em linha, turbo, flex

Potência: 128/116 cv a 5.400 rpm (etanol / gasolina)

Torque: 20,4 kgfm de 2.000 a 3.500 rpm (etanol / gasolina)

0 a 100 km/h: 10 s

Velocidade máxima: 189 km/h

Consumo (etanol – gasolina): 7,7 km/l (urb.) / 9,4 km/l (rod.) – 10,7 km/l (urb.) / 13,2 km/l (rod.)

Dimensões: 4,27 m (comprimento) / 1,49 m (altura) / 1,76 m (largura) / 2,57 m (distância entre eixos)

Porta-malas: 415 l

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