A partir do momento que o homem começou a utilizar veículos motorizados, a preocupação com a segurança viária sempre andou lado a lado com a evolução tecnológica.
Desde a transição das rodas de madeira para pneus de borracha, passando pela invenção do cinto de segurança e a criação de sistemas que evitam colisões, esse tem sido um capítulo relevante na indústria automotiva.
Infelizmente, o Brasil raramente acompanha as evoluções vistas em mercados como Europa, Estados Unidos e Japão. Assim, os novos itens demoram mais a chegar por aqui.
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Por outro lado, esse abismo na oferta de novos itens de segurança tem ficado menor, com a democratização de alguns equipamentos. Mas isso é assunto para daqui a pouco.
Ainda nos anos 1950, a preocupação com a segurança viária e dos ocupantes começou a ser mais evidente na indústria.
Já os airbags, tiveram o primeiro pedido de patente registrado em 1951, mas só apareceu em um veículo duas décadas depois, no Oldsmobile Toronado de 1973. Outros oito anos se passaram até o Mercedes-Benz Classe S, de 1980, ter as bolsas de forma regular.
O primeiro veículo nacional a oferecer airbags, no entanto, foi o Fiat Tipo, lançado em 1996. Três anos depois, o equipamento passaria a ser obrigatório nos Estados Unidos. Porém, lei semelhante só entrou em vigor no Brasil em 2014, junto com os freios ABS.
Além de novos equipamentos, os departamentos de engenharia também começaram a pensar em formas de tornar a estrutura dos carros mais seguras. Foi assim que surgiram as zonas de deformação programada, em 1952.
Com o avanço da tecnologia de materiais, podemos observar isso na prática, como em um conhecido crash test promovido com duas unidades do Chevrolet Impala: uma de 1959 e outra de 2009.
O princípio é simples: o carro absorve a energia do impacto ao amassar, evitando que tal energia chegue até os ocupantes.
No final da década de 50, outro importante avanço: os cintos de segurança de três pontos, criado por um engenheiro da Volvo. Ele só seria popularizado muitos anos depois. No Brasil, só se tornou obrigatório no final dos anos 1990. E, infelizmente, ainda é desprezado por muita gente, principalmente no banco traseiro.
Já na década de 1970, um outro sistema de segurança ativa foi desenvolvido: os freios ABS.
O sistema que evita o travamento das rodas em frenagens foi lançado em 1978, novamente no Mercedes-Benz Classe S.
Novamente, a chegada ao Brasil foi tardia, ainda que com intervalo mais curto. O primeiro carro nacional a ter freios ABS foi o Volkswagen Santana, em 1991. Desde 2014 o item é obrigatório em todos os carros novos.
A virada dos anos 80 para os 90 ainda marcou a chegada de outros dispositivos de segurança ativa: os controles de tração e estabilidade, que ajudam a corrigir a trajetória dos veículos em situações de pouca aderência. Após anos de desenvolvimento, o lançamento aconteceu em 1995.
Nesse caso, já com o mercado aberto a importações, e com a instalação de novas fabricantes de automóveis em solo nacional, a chegada dos aparatos foi mais rápida, acontecendo ainda na década de 1990.
As mais recentes inovações em segurança viária estão “pavimentando” o caminho para a evolução do carro autônomo.
Hoje, até mesmo modelos compactos, como o Hyundai HB20, Peugeot 208 e o Volkswagen Nivus trazem recursos como frenagem automática de emergência, alerta de mudança de faixa e de ponto cego.
Outros modelos, mais caros, reúnem todas essas funcionalidades.
Embora o caminho ainda não esteja totalmente construído, sabemos que o futuro será de menos acidentes e mortes no trânsito.
Tudo isso, graças à constante busca pela inovação e evolução da indústria automotiva na segurança viária.