Faz algum tempo que o Renault Captur perdeu o apelo de novidade. Muita gente ainda se encanta pelo design (que, verdade seja dita, realmente é bonito), mas o SUV não seduz mais como antes. É por isso que a Renault decidiu apostar em outras virtudes, como um bom sistema de som.
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Assim nasceu o Captur Bose. O sobrenome de grife (a Bose é uma das marcas de som mais renomadas do planeta) não está lá à toa. O carro traz um competente sistema de áudio formado por quatro alto-falantes, dois tweeters e um subwoofer. O problema é que só isso pode não ser suficiente para fisgar o consumidor.
O Renault Captur Bose é a única versão disponível do SUV. O preço é salgado: R$ 113.990 (em São Paulo, no mês de março de 2021).
Sai de fábrica com 4 airbags, controles de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampas, acendimento automático dos faróis, câmera de ré, piloto automático com regulador de velocidade, ar-condicionado digital, destravamento das portas sem chave, partida do motor por botão, banco do motorista com regulagem de altura e sensor de chuva.
Pra andar sem pressa
Quem gosta de acelerar não vai se acertar com o Captur. O motor 1.6 16V de 120 cv /118 cv e 16,2 kgfm é a única opção disponível para o SUV, que antes tinha o 2.0 16V de 150 cv. O carro é excessivamente preguiçoso nas retomadas de velocidade. E nem dá para botar a culpa no peso, já que ele tem 1.286 kg. O Jeep Renegade, por exemplo, é quase 200 kg mais pesado.
O problema está no entrosamento (ou falta de) com a transmissão do tipo CVT. Lembre-se que este tipo de transmissão prioriza a economia de combustível em vez do desempenho. Aqui não é diferente, com o agravante de que o motor de 1,6 litro vai bem no Sandero, mas não no Captur.
As médias de consumo também não jogam a favor. O SUV faz 7,2 km/l na cidade e 8,1 km/l na estrada com etanol no tanque. Com gasolina, os números são um pouco melhores: 10,5 km/l e 11,7 km/l, respectivamente.
A direção com assistência eletro-hidráulica obriga o motorista a fazer bastante esforço nas manobras. Pelo menos a visibilidade é muito boa por todos os lados.
Cabine tem espaço para todos
O interior do Renault Captur Bose peca pelo acabamento lotado de plásticos duros (algo presente em todos os concorrente, diga-se. Em contrapartida, as linhas do painel ainda são elegantes. O painel de instrumentos é fácil de visualizar, embora os mostradores e a tela do computador de bordo entregam a idade do projeto lançado por aqui em 201X.
A posição de dirigir é bem elevada, e isso pode ser bom para quem gosta de SUVs. À frente da manopla do câmbio fica um grande porta-objetos, que divide espaço com um porta-copos bem raso.
Existem nichos espaçosos nas portas e também na parte superior do console central. Causa um pouco de estranheza a localização de alguns botões: o acionamento do piloto automático, por exemplo, é feito apertando um botão próximo à alavanca do freio de estacionamento.
Ponto positivo para o generoso espaço interno. Quatro adultos e uma criança entram com folga no SUV. Sobra espaço para pernas e cabeça dos passageiros, inclusive no banco de trás.
Dependendo das estaturas, até cinco adultos viajam bem. Amplo, o porta-malas comporta 437 litros e o subwoofer não rouba espaço do habitáculo por ficar escondido dentro de uma das laterais.
Vale a pena comprar um Captur Bose?
Não. As melhorias realizadas no Duster fizeram dele o melhor SUV da Renault na atualidade. Pelo menos até a renovação do Captur.
Fora isso, existem opções mais interessantes na faixa dos R$ 110 mil. Uma delas é o moderno e estiloso Volkswagen Nivus.