A indústria automotiva adora celebrar seus ícones. Ford Mustang, Chevrolet Corvette, Fiat 500, Volkswagen Fusca. Cada um desses, a seu modo, já recebeu homenagens de suas fabricantes. Com o Jeep Wrangler, não é diferente.
Descendente direto do Willys MB, que praticamente batizou a Jeep, o Wrangler é daqueles modelos que preservam a essência bruta de seus antepassados.
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Mesmo assim, na geração atual, lançada em 2018, diversas “concessões” foram feitas em nome da modernidade. A primeira delas é um inédito motor turbo, que trataremos mais adiante.
Os faróis preservam o formato redondo, mas agora são iluminados por lâmpadas de LED. Já a carroceria manteve a silhueta de “caixote”. Mas, em nome da leveza, as portas são de alumínio e o teto de fibra.
O material do teto também tem outro propósito: facilitar o desmonte. Se algum carro fosse construído pela Lego, provavelmente seria o Wrangler.
Isso porque as possibilidades de desmontar o Jeep são bastante fartas. Para-brisa, portas e teto, esse último dividido em 3 partes, podem ser removidos ou rebatidos.
Para isso, junto com o carro e o manual de quase 700 páginas, a Jeep entrega um pequeno kit de ferramentas específico para o desmonte.
Bons vícios
Com ou sem as portas e o teto, um som muito presente na cabine é o dos pneus em contato com o solo.
Os grandes BFGoodrich Mud Terrain de 255 mm de largura são próprios para o uso off-road. Assim, em vias asfaltadas, se mostram barulhentos. Mas nada que o motorista não consiga se acostumar depois de alguns quilômetros rodados.
Outro “vício” do Wrangler é a direção com folga. Se você já dirigiu uma Kombi sabe bem do que eu estou falando. E olha que essa geração foi apresentada em 2018, e não em 1968. Até por isso, a impressão que fica é que a Jeep pode muito bem ter feito isso de forma proposital.
Como anda
O Wrangler é vendido no Brasil com apenas uma motorização: 2.0 turbo de 4 cilindros com 272 cv e 40,8 kgfm. Ele está acoplado ao câmbio automático de 8 marchas.
Segundo os números de fábrica, o jipe acelera de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos, com máxima de 180 km/h. Números razoáveis para um veículo de 2 toneladas.
O consumo de combustível também é condizente com o porte. O Wrangler só bebe gasolina, e faz 7,3 km/l na cidade. No ciclo rodoviário, os números melhoram, mas só um pouco – 7,8 km/l. Nessas situações, os pneus lameiros e a carroceria pouco aerodinâmica não ajudam muito.
No uso urbano, o Wrangler impressiona pela agilidade – acompanhada de um ronco do motor que faz lembrar veículos movidos a diesel.
Nem os 1,90 m de largura fazem ele parecer tão grande – nesse aspecto, o Land Rover Defender causa bem mais a impressão de que você vai invadir a faixa vizinha a qualquer momento.
Isso porque o Jeep não é tão grande. São 4,79 m de comprimento – 33 cm a mais do que um Compass, e 16 cm menos que uma Fiat Toro, por exemplo.
Mesmo assim, o espaço interno é bastante generoso. Todos os ocupantes viajam com conforto.
Feito para as trilhas mais difíceis
Rubicon é a designação da versão mais preparada para encarar terrenos difíceis na linha Wrangler. E ele recebe esse nome exatamente porque, do jeito que sai da fábrica de Toledo, nos Estados Unidos, é capaz de percorrer os 35 km da Rubicon Trail.
Nunca ouviu falar?
Basta uma rápida pesquisa no Google para descobrir que esse é um dos caminhos mais desafiadores do planeta.
Para isso, conta com generosos ângulos de ataque e saída de 43,9° e 37°, respectivamente. O aparato off-road ainda inclui bloqueio dos diferenciais dianteiro e traseiro, eixos Dana 44 de alto desempenho com relação reduzida de 4:1 e barra estabilizadora dianteira com desconexão eletrônica.
Todos os aparatos são gerenciados por uma alavanca auxiliar e botões posicionados no painel, na melhor mistura de modernidade com elementos clássicos.
Quanto custa e o que oferece?
Na maioria das nossas avaliações, o preço é uma das primeiras informações apresentadas. Nesse caso, vamos contar que o Wrangler Rubicon custa R$ 439.590 aqui no fim do texto para não acabar com o encanto do mais parrudo dos Jeep.
Por esse valor, ele não traz nenhuma assistência avançada de condução, como frenagem automática de emergência ou alerta de mudança de faixa.
A lista de itens de série do Wrangler inclui ar-condicionado digital de duas zonas, quadro de instrumentos parcialmente digital, bancos de couro, central multimídia com conexões Android Auto e Apple CarPlay, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, câmera de ré, acesso por chave presencial e partida por botão.
Conclusão
Mesmo sendo caro, pouco prático, menos equipados do que outros carros dessa faixa de preços e não ter um consumo de combustível exemplar, ele Wrangler é, não só o Jeep, mas um dos veículos mais divertidos à venda no Brasil.