Chevrolet, Volkswagen e Fiat nunca ‘brigaram’ tanto pelo cliente brasileiro

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Marcas ficaram separadas por 16 mil veículos no acumulado de 2020, algo inédito em quase 2 décadas.

Em quase duas décadas, Chevrolet, Volkswagen e Fiat, as três marcas que mais venderam carros no Brasil nunca estiveram tão próximas como em 2020.

O Primeira Marcha levantou a série histórica desde 2003, com os dados mais antigos disponibilizados pela Fenabrave, e constatou que Chevrolet, Volkswagen e Fiat nunca haviam brigado de forma tão acirrada pelo gosto do cliente brasileiro.

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Em 2020, a líder, Chevrolet, vendeu 338.549 veículos, exatos 10.866 a mais do que os 327.683 da segunda colocada, Volkswagen, e 16.713 a mais do que os 321.836 da terceira, Fiat.

Como comparação, em dezembro, o Onix, modelo mais popular do Brasil, vendeu 16.566 unidades, e o HB20, terceiro mais popular, 10.433.

Dividindo os 10,8 mil veículos pelos cerca de 250 dias úteis do ano que acabou, a diferença é de apenas 43 carros a mais emplacados por dia pela Chevrolet em relação à Volkswagen e 66 na comparação com a Fiat.

Concessionária da Fiat
Rede de marcas como a Fiat supera os 500 pontos de venda

Considerando que cada a rede de concessionárias dessas marcas é de aproximadamente 500 lojas, os números se tornam ainda mais parelhos.

Para Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria Jato, a proximidade entre as fabricante se dá pela busca do consumidor por carros melhores.

“Isso é um sinal de maior competitividade. Esse é o grande ponto. O consumidor está cansado do mesmo. E cada montadora está buscando seu horizonte nas tecnologias para atender ao público”, afirmou.

Outro fator que ajuda a explicar a liderança das 3 gigantes é a maior penetração em cidades menores do país.

“Por mais que tenha havido uma queda nas concessionárias em função da crise, você tem uma situação prática de que o consumidor do interior do país sempre encontra uma Chevrolet, Fiat, Volkswagen, por exemplo”, completou.

História é de distanciamento

Nunca nesses 18 anos os emplacamentos das empresas estiveram tão próximos.

Até então, o ano mais parelho entre as três gigantes da indústria brasileira havia sido 2004, quando a Chevrolet fechou o ano como líder, com 15,3 mil carros a mais do que a Fiat e 38,9 mil extras na comparação com a Volkswagen.

Outro indicador da proximidade das mercas é a participação de mercado, índice que retrata de forma mais fiel a realidade do volátil mercado brasileiro em termos de volume.

É a primeira vez nesses 18 anos que o intervalo entre a líder e a terceira colocada é inferior a um ponto percentual.

Em 2020, a Chevrolet foi dona de 17,35% do mercado. Ela foi seguida de perto pela Volkswagen, com 16,8% (diferença de 0,55 ponto percentual), e pela Fiat, com 16,5% (0,85 ponto percentual).

A menor diferença, nesse período, até 2020, novamente é de 2004. Nesse ano, a Volkswagen teve fatia 2,63 pontos percentuais menor do que a Chevrolet. Já a Fiat, vice-líder naquele ano, ficou com um pedaço 1,04 ponto percentual menor do que a campeã.

Sobe e desce das marcas

A disputa também é acirrada no pelotão inferior do ranking de marcas da Fenabrave.

Há alguns anos, Hyundai, Ford, Toyota e Renault têm travado uma batalha pelo posto de quarta maior vendedora de carros do país.

Sem grandes lançamentos de volume, a Ford, tradicionalmente conhecida como a quarta força do mercado, tem perdido espaço, e foi superada por uma dessas rivais nos dois últimos anos.

“Vemos que grandes nomes do passado não conseguem segurar suas vendas por si só”, explica Kalume.

Em 2020, ela ficou na quinta colocação, com 139.255 veículos emplacados, menos da metade da Fiat, abaixo da Hyundai e com apenas 1.379 exemplares a mais do que a Toyota, logo abaixo, na sexta posição.

Já em 2019, ela se saiu melhor do que a Hyundai, mas perdeu para a Renault por mais de 20 mil veículos de diferença.

Enquanto isso, 2020 mostrou que outras marcas têm se destacado e estão “escalando” posições.

A Jeep, que normalmente ocupava a nona ou décima posição nos anos anteriores, ultrapassou a Honda, e agora é a oitava marca mais popular do país.

Um pouco abaixo, mas crescendo a cada ano, está a Caoa Chery. A fabricante sino-brasileira alcançou sua melhor posição na história, chegando ao 11º lugar, com 1% de participação e 20 mil unidades vendidas.

É melhor do que marcas mais consolidadas do mercado brasileiro, como Mitsubishi (17 mil unidades e 0,9% de participação), Peugeot e Citroën (13 mil exemplares e 0,7% de participação, cada).

Peugeot e Citroën empatadas

Loja de carros em São Paulo
Concessionária da Citroën. Marca terminou 2020 empatada com a irmã, Peugeot.

Essas duas últimas, inclusive, que pertencem ao mesmo grupo PSA, praticamente empataram em carros vendidas.

Enquanto a Peugeot vendeu 13.477 veículos em 2020, a Citroën emplacou uma mísera unidade a menos.

As duas marcas têm grandes esperanças de que 2021 seja melhor. Isso porque o Peugeot 208 terá seu primeiro ano cheio de vendas, a Citroën deve lançar uma nova geração do C3.

Porém, é aguardada com ansiedade a formação da Stellantis, aliança da PSA com a FCA, que irá se concretizar ainda no primeiro semestre.

Milad Kalume, porém, acredita que os efeitos práticos ainda podem demorar para acontecer. “Podemos ver alguma movimentação mais para o final do ano”, explicou.

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