Novo SUV da marca deve ocupar espaço das versões mais baratas do SUV maior.
Se você está buscando um Volkswagen Tiguan com motor 1.4, é melhor se apressar. Segundo apuramos com concessionários da marca, a empresa não vai mais importar o SUV com essa motorização do México para o Brasil.
Situação parecida pode estar vivendo o Jetta. No caso do sedã, o futuro das versões com motor 1.4 turbo de 150 cv ainda é incerto. As informações foram confirmadas pelo Primeira Marcha com pelo menos 3 vendedores da rede de concessionárias da marca em diferentes estados.
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Nas lojas consultadas por nós, apenas uma tinha Jetta 1.4 para pronta entrega.
Nas outras 3, o sedã só era oferecido na configuração mais cara, GLI, que tem motor 2.0. No caso do Tiguan, é ainda mais difícil encontrar unidades novas à venda. Nenhuma das lojas ouvidas por nós tinham o SUV.
Procuramos a Volkswagen, mas até a última atualização dessa reportagem, a fabricante não havia retornado.
‘Tiguan esgotou em novembro’
Um dos vendedores afirmou que o último lote que chegou do México se esgotou entre outubro e novembro.
O desempenho nas vendas do Tiguan mostra que a fala faz sentido. O modelo encerrou 2020 atrás apenas do Jeep Compass em sua categoria, com 8.298 unidades.
Já na parcial de janeiro (até o dia 28), ele aparece com 132 unidades emplacadas, atrás de rivais como Ford Territory (161), Mitsubishi Outlander (174) e Caoa Chery Tiggo 7 (184).
Futuro dos modelos
O “sumiço” do Volkswagen Tiguan 1.4 das lojas pode ser explicado por duas razões.
A primeira é a iminente chegada do Taos, novo SUV médio da empresa, que será lançado no segundo trimestre importado da Argentina. Ele também será equipado com o motor 1.4 turbo, mas sua produção é na Argentina.
Segundo nossas fontes, as versões mais caras do Taos vão ocupar o lugar que hoje é do Tiguan 1.4.
Hoje, o Tiguan mais barato, 250 TSI, parte de R$ 146.880. Já o Taos deve começar na casa dos R$ 130 mil.
Nem a configuração intermediária do Tiguan, Comfortline, que custa R$ 175.140, deve permanecer. Ao menos não do jeito que é hoje. Um dos vendedores afirmou que essa versão deve trocar o 1.4 turbo pelo 2.0 de 230 cv disponível na versão R-Line.
Assim, poderia ser vendida em uma faixa superior de preços (provavelmente na casa dos R$ 190 mil), abrindo espaço para as configurações mais caras e completas do Taos.
Motor 1.4 só para Brasil e Argentina
A segunda razão para o fim do Volkswagen Tiguan 1.4 é também a causa da incerteza em relação ao futuro do Jetta com esse motor.
Atualmente, Jetta e Tiguan são os únicos modelos feitos no México que utilizam os motores 1.4 turbo produzidos em São Carlos (SP) e exportados para o norte do continente.
Nós apuramos que essa exportação para o México deve ser encerrada. Segundo nossa fonte, isso deve acontecer “em breve”.
A Volkswagen inclusive já iniciou a produção de um novo motor turbo no México. É o 1.5 de 4 cilindros, que entrega a mesma potência (150 cv) do 1.4, mas é muito mais eficiente em termos de consumo e emissões.
Esse motor vai equipar o Taos no mercado norte-americano, que também é produzido no México.
Assim, fica mais difícil justificar a exportação de uma quantidade menor de motores, mesmo com as cotas com isenção de impostos fruto do acordo comercial entre os dois países.
Novo 1.5 pode demorar
Em outubro, os colegas do Motor1 apuraram que o Jetta receberia o motor 1.5 ainda esse ano, junto com uma reestilização.
Isso até pode acontecer, mas há um outro entrave. Esse novo motor ainda não foi adaptado para beber etanol, quase uma exigência do mercado brasileiro.
Até por isso, sua aplicação no Jetta pode levar algum tempo. Além disso, seria preciso um volume maior para justificar os custos de homologação e adaptação desse novo motor para o Brasil.
Assim, o futuro do Jetta 1.4 segue incerto. Pelo que apuramos, o abastecimento de unidades com esse motor deve continuar, pelo menos nos próximos meses.