Carro por assinatura ‘bomba’ e deve crescer no futuro

Serviço permite andar de carro 0km pagando menos e sem arcar com IPVA e seguro
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Kwid é um dos modelos disponíveis no programa de assinatura da Renault

O serviço de carro por assinatura já não é tão novo assim no Brasil. Depois das locadoras, as montadoras entraram com força no segmento. Hoje, é possível alugar um veículo 0km de praticamente qualquer categoria pagando uma mensalidade e trocá-lo depois de alguns anos.

Recentemente, a Renault anunciou a assinatura de 1.500 contratos do serviço “On Demand” desde janeiro. Além disso, a empresa já entregou 400 veículos para os clientes.

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“Estamos atingindo um público mais jovem do que o que temos na base de financiamentos, o que significa que estamos trazendo novos clientes para a Renault. E também estamos atraindo o interesse do segmento de pequenas empresas”, afirma Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil.

O Renault On Demand oferece quatro planos de assinatura. Os contratos variam de 12 a 48 meses e o cliente pode rodar de 500 a 2.000 quilômetros por mês. Os modelos disponíveis são Kwid Zen 1.0, Kwid Outsider 1.0, Stepway Iconic 1.6 CVT e Duster Iconic 1.6 CVT.

Carro por assinatura é tendência para o futuro

Carro por assinatura é alternativa mais barata para quem quer ter um veículo

Esta modalidade de compra não é exatamente nova. O leasing operacional segue os mesmos moldes da assinatura de veículos. Entretanto, a nova opção representa uma comodidade ao consumidor, que pode trocar de carro em um prazo determinado e se livra de gastos fixos, como seguro obrigatório, IPVA e licenciamento. É por isso que o serviço tem tudo para crescer.

“Acredito que esse tipo de serviço vai se popularizar muito nos próximos anos, como já ocorre no mundo inteiro. As principais montadoras já abriram seus programas por assinaturas e empresas como a Porto Seguro estão neste setor há sete anos. E ainda existem as locadoras tradicionais e menores que fazem esse tipo de trabalho”, analisou André Ricardo, CEO da S4F, consultoria especializada em soluções operacionais para locadoras e concessionárias, em entrevista ao Primeira Marcha.

Em tese, as locadoras teriam uma vantagem competitiva frente às montadoras e outras empresas. Isso aconteceria até por conta da maior experiência e presença mais robusta no setor de locações de veículos. “Hoje são 23 mil locadoras no Brasil com uma frota de mais ou menos 1,5 milhão de carros”, revela André.

Mesmo assim, o especialista acredita que a modalidade de assinatura de carros não ameaça o futuro das locadoras e nem das concessionárias.

“Acredito que elas ainda vão coexistir por um bom tempo. Mas como todo mercado deve haver uma consolidada na preferência do consumidor. Locadoras estão mais habituadas a este tipo de serviço, e as concessionárias estão entrando neste setor. Acredito que não haverá problema, até porque o volume de carros que vão ser alugados nos próximos 20 anos deve multiplicar praticamente 10 vezes”.

Atenção ao contrato

André acredita que uma parcela considerável dos consumidores ainda não abrirá mão de adquirir um carro. Mas ele acredita que a mudança de comportamento deve acontecer logo.

“O cliente de carro popular pode demorar um pouco mais (para aderir ao serviço) porque muita gente adquire um veículo para ser o primeiro carro. Mas quem já possui condições financeiras mais estabelecidas talvez mude de ideia pela possibilidade de trocá-lo com frequência. A maior vantagem é possuir mais liberdade para decidir o que fazer, algo que não ocorre quando você compra um veículo”.

Para quem está com vontade de aderir ao novo serviço, André deixa algumas dicas.

“As pessoas que vão alugar um carro precisam prestar atenção ao contrato. Além do preço da mensalidade, é preciso ficar atento aos detalhes do contrato porque cada empresa trabalha de uma forma diferente. É importante saber eventuais valores de multas e o tempo de vínculo contratual antes de assiná-lo. Fora isso, é importante saber se o carro que você escolheu é econômico. Caso contrário, você pode acabar gastando mais dinheiro do que se optasse por outro modelo”, concluiu.

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