A comparação entre sedãs de Honda, BMW e Mercedes-Benz parece absurda? Não se o modelo em questão for o Honda Accord. Por R$ 260 mil, ele oferece mais do que seus rivais (em preço) das fabricantes alemãs.
À venda por R$ 257.900, o Accord oferece o que há de melhor em termos de tecnologia e desempenho que a Honda tem para o mercado do Brasil.
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Com esse valor, é possível comprar a versão de entrada do BMW Série 3 (320i GP), que sai por R$ 253.950. Porém, para levar para casa o sedã mais barato da Mercedes, A200 Advance, ainda é preciso adicionar R$ 11 mil à conta, já que o modelo com a estrela na grade parte de R$ 268.900.
Ainda que BMW e Mercedes entreguem mais status, o Accord é maior, mais potente e mais equipado. Nós avaliamos o sedã por uma semana, e contamos abaixo o que achamos.
A primeira impressão é a melhor possível. O design do sedã japonês (que chega ao Brasil importado dos Estados Unidos) é inspirado no “irmão” menor, Civic.
Só que os designers da Honda conseguiram dar a ele uma identidade própria, com faróis e grade mais projetados na dianteira e um jeitão de cupê na traseira. No fim, quem seguiu esse caminho recentemente foi o próprio Civic.
Poltronas
Ao entrar no Accord, a boa impressão do exterior só se confirma. Os bancos parecem aquelas poltronas em que é possível ficar horas e horas sem o menor incômodo.
De forma geral, a cabine é bem agradável, com um visual sóbrio e de bom gosto. A ergonomia é outro ponto positivo. A Honda conseguiu deixar o console central mais “limpo” ao substituir a alavanca de câmbio por botões.
Ainda dentro do Accord, é possível perceber quão amplo é o interior. Com 4,89 m de comprimento e 2,83 m de entre-eixos, o conforto é garantido para todos os passageiros.
Quem viaja atrás, pode até cruzar as pernas sem raspar no assento dianteiro. O único desconforto ali é por conta da ventilação.
A Honda instalou uma saída em posição central, mas ela não têm comandos independentes – o que pega mal em um carro cujo dono muitas vezes só ocupa o banco traseiro.
Fora esse deslize, o pacote do Accord é bastante completo. O sedã tem acesso por chave presencial, partida por botão, quadro de instrumentos digital, central multimídia de 8 polegadas, carregador de celular por indução, bancos dianteiros com regulagens elétricas e ventilação, 8 airbags, faróis de LED e sensores crepuscular e de chuva.
Além disso, o sedã traz o kit de aparatos de segurança chamado Honda Sensing, que inclui faróis full-LED, controle de velocidade adaptativo, alerta de mudança de faixa com correção no volante, alerta de tráfego cruzado e frenagem automática de emergência.
Tudo isso faz dele um dos modelos mais seguros e tecnológicos do segmento.
Considerando as versões de preços equivalentes dos sedãs alemães, o Accord é o único com tantos recursos de condução semi-autônoma.
Anda mais que Golf GTI
Ele também esbanja desempenho. Seu motor 2.0 turbo de 4 cilindros tem 256 cv, quase 100 cv a mais do que os 163 do pequenino 1.3 turbo do Classe A e 72 cv extras em relação aos 184 cv do Série 3.
Na prática, o Accord se comporta quase como um esportivo. Ainda que a Honda não divulgue números de desempenho, publicações estrangeiras fizeram medições e chegaram em 5,5 segundos para a aceleração de 0 a 100 km/h.
São números melhores do que os do Golf GTI e do próprio Série 3, ambos na casa dos 7 segundos.
Quando não está sendo exigido pelo motorista, o Accord se comporta exatamente como um sedã executivo: é suave e silencioso. E consegue ser econômico. O consumo urbano chegou a superar 9,5 km/l. Lembrando que ele só pode ser abastecido com gasolina.
Parte dos méritos deve ser dada ao câmbio automático de 10 marchas, que trabalha de forma suave a maior parte do tempo.
Conclusão
Custando o mesmo (ou até menos) que sedãs alemães menores, menos potentes e equipados, o Accord mostra que status é algo que pode ser deixado de lado quando o assunto é um sedã executivo.
Ficha técnica – Honda Accord Touring
Preço: R$ 2571.900 (mar/2021)
Motor: 2.0, 16V, 4 cilindros em linha, turbo, gasolina
Potência: 256 cv a 6.500 rpm
Torque: 37,7 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: automático, 10 marchas
0 a 100 km/h: não divulgado
Velocidade máxima: não divulgado
Consumo (etanol – gasolina): 9,0 km/l (urb.) / 12,3 km/l (rod.)
Dimensões: 4,89 m (comprimento) / 1,46 m (altura) / 1,86 m (largura) / 2,83 m (distância entre eixos)
Porta-malas: 574 l